Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Problema do Sr. Rosas

Olha, ele voltou!

O Rock/Pop in Rio acabou. Foi melhor que o esperado, teve muita coisa boa, muita coisa ruim, muita coisa péssima e o Guns'n Roses.
O que se viu no último show do festival foi uma banda desconstituída com um vocalista acabado, arrogante, desafinado e sobrevivendo da própria lenda. Atrasado como sempre, o Sr. Axl Roses deu a impressão de já entrar no palco cansado e sem folego. Não conseguiu cantar como cantava nem ter a presença de palco que tinha. Claro, isso acontece com todo mundo, aos 49 anos já não tem a mesma disposição dos seus 25, por isso que inventaram um lindo instituto chamado "aposentadoria".
Mas a idade é o menor dos problemas do Axl. James Hetfield, vocalista do Metallica, aos 48, apenas um a menos que o Axl, fez o melhor show do festival. Lemmy, vocalista e baixista do Motorhead, já conta com seus 65 anos e não passa vergonha. O problema não é a idade, mas a clara falta de vontade que se via no show. Todos os outros integrantes tentaram fazer uma apresentação digna da sua posição no festival, mas não Axl. O show já começou mais atrasado que o esperado (até porque nunca se viu um show do Guns que o Axl não tenha atrasado muito), quando começou, não se via quase nenhuma interação com o público. Quando tocaram a clássica Patience, eu quase chorei - não porque a música é bonita, mas pela cara de tristeza e desanimo que Sr. Roses estava.
Eu nunca fui o maior fã de Guns do mundo, mas vou deixar aqui as palavras de @javierfreitas, um ex-gunner:

"YOU KNOW WHERE YOU ARE, AXL?


O show do Guns N’ Roses de ontem no Rock In Rio foi uma verdadeira demonstração de como a vida pode ser. Como? Simples! Algumas pessoas podem estar cada vez mais decadentes, não passarem de uma sombra do que costumavam ser, mas ainda mantêm-se em um pedestal de orgulho e arrogância e com o ego sempre lustrado, brilhando.

Algumas dessas pessoas não deram a sorte de ser o Axl Rose, alguém consagrado dentro de algum ramo, no caso de Axl, o do Rock N’ Roll. Mas nem mesmo Axl Rose, com toda a bagagem que tem dentro do rock, não conseguiu convencer, pelo menos não ontem.

O Guns N’ Roses tinha tudo pra fazer o melhor show deste Rock In Rio. Era headliner do dia do encerramento e era tida como a principal atração do festival.

Horas antes, a assessoria do festival divulgou um suposto setlist; com nada menos do que 39 (sim, trinta e nove!) faixas. Antes disso, Axl chegou em um vôo fretado ao Rio de Janeiro, no dia do show, pois havia conseguido a proeza de perder seu avião. O restante da banda já estava no Rio, pois tinha vindo em vôo comercial.

No palco, vestido com uma capa de chuva ao melhor estilo Inspetor Bugiganga, diga-se de passagem; Axl não arriscava movimentos bruscos, não fazia suas tradicionais dancinhas e nem dava seus longos piques pelo palco. A suposta falta de forma física não era desculpa, pois no mesmo Rock In Rio há exatos dez anos atrás, quando Axl já voltava depois de um longo período de hibernação, estava claramente mais gordo do que aparentava estar ontem, e mesmo assim não desistiu de tentar dar um grande show para o publico que ali estava.

A chuva torrencial que caia na Cidade do Rock inundou o palco, o que talvez tenha sido o real motivo da apatia de Axl Rose. Mas por outro lado, algo parecia incomodar o frontman do Guns N’ Roses.

Porque mesmo com o palco virado em uma piscina, os membros da banda não deixaram a desejar em presença, sobretudo os carismáticos guitarristas DJ Ashba e Richard Fortus que tentavam a todo custo, animar o publico e vez ou outra obtinham sucesso, assim como o baterista Frank Ferrer, que religiosamente quase que ao fim de cada musica, puxava o coro de “Guns N’ Roses” no seu bumbo.

Aliás, perto do final do show, quando a banda tocava a clássica Nightrain, do Appetite for Destruction, Ashba foi de encontro ao publico e na volta ao palco mandou sua guitarra ao chão e arremessou-a para longe. Provavelmente tenha sido o momento efetivamente, mais rock n’ roll da apresentação da banda.

Mas por outro lado, os tecladistas Chris Pittman e Dizzy Reed mantiveram-se tal como o Axl Rose, estando ali por obrigação, jogando pra cumprir tabela, além do baixista Tommy Stinson, que de tão apático, e também pelo seu jeito “indie-comportadinho” de se vestir, parecia que tinha saído do Radiohead para estar ali.

Axl entrou ao palco com mais de duas horas de atraso. Se Rihanna que chegou esses dias no mainstream se deu ao luxo de atrasar uma hora, por que Axl Rose, que é mais “diva” do que ela e levou 15 anos pra lançar um disco, atrasaria menos do que isso?

Mas se quem estava lá, esperava uma apresentação apoteótica, pode ter certeza de que saiu frustrado. Axl não conseguia alcançar as notas mais altas de seus agudos que, costumavam ser estridentes, ao ponto de doer os ouvidos. Nos graves, ele ainda vai bem, como foi visto em musicas como It’s So Easy e Knockin’on Heaven’s Door.

Uma das grandes surpresas do show foi a execução da épica e longa Estranged, de quase 10 minutos, que não era tocada ao vivo desde 1993, quando Slash e Cia ainda estavam na banda. E pasmem vocês, mas Axl não errou a letra. Pelo menos não aqui, mas por outro lado; cometeu erros infantis em November Rain e mandou um assovio todo desengonçado em Patience.

Por fim, a banda mandou Paradise City, com um Axl arriscando algumas rodadas com o pedestal na mão. Porém, naquela altura do show, já era tarde.

Aliás, a julgar pela apresentação de ontem, salvando-se a banda, que tecnicamente é muito boa e em nada fica devendo para a formação original, já está tarde pro Axl e não é de hoje."

Axl tem 3 possibilidades hoje: Ele pode continuar do jeito que ta e ficar conhecido na história como o homem que fez muito quando jovem e terminou a vida decadente; tentar entrar de novo em forma pra ter fôlego pra um show inteiro e dar um jeito de recuperar a sua afinação; ou aposentadoria, o que seria o mais lógico e sensato.



* Não acho que a atual banda se compare com a clássica. Falta feeling.
* O problema não é apenas as apresentações ao vivo. O último disco da banda, o Chinese Democracy, que levou 15 anos pra ser lançado, é digno do atual status do Axl.
* O melhor show do RiR foi do Metallica, e o melhor momento foi o público do Steve Wonder cantando Garota de Ipanema.
* O Serj do System of a Down tem a presença de palco que eu tinha, quando interpretava árvores nos teatros da escola.
* Desculpem pelas últimas semanas. Trabalho, Tcc e Rock in Rio na televisão me impediram. Ta facio pa ninguem.

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