Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eles não usam Black Tie

Salve amigos do Rei!



Advinha quem está de volta na praça! Não sou da ex-quadrilha da fumaça, mas tô na área.

Vim trazer notícias - e não são boas - do mundo e de nossa Terra Tupiniquim, mais conhecida como Brasil.

A coisa está feia, as pessoas estão cada vez mais distantes de serem “humanas”. Não há pedidos ou cobranças de desculpas. Ninguém mais se fala. Estão mais para animais.

Reflexo da falta de investimento em cultura e educação.

Percebe-se que a única diferença ente as pessoas e os macacos é a capacidade de compreensão e percepção da realidade. No mundo inteiro. O planeta está parecido com o dos macacos.

Em São Paulo, o Gov. Alckimin (PSDB-SP) anunciou que será incluso, na grade do ensino médio, a matéria de sociologia. Seria um motivo para comemorar. Seria, pois para isso, a carga horária de português e matemática (matérias em que os alunos têm mais dificuldades) serão reduzidas.

A produção artística (para as massas) se adaptou a essa realidade e os produtores de cinema, por exemplo, escolhem filmar HQs com um público já consolidado (tipo Capitão América, Homem Aranha e Batman) e não se arriscam em uma temática nova.

Na música acontece o mesmo. Gravadoras determinam como artista deve se vestir, o que falar e pagam as rádios para tocar suas músicas (o velho conhecido Jaba).
O rock já não é o mesmo. Acabou a atitude rock n´roll. No Rock in Rio 2011, os roqueiros são caretas e não usam drogas, mas escutam Cláudia Leite e Ivete Sem Galo. Ou seja, estão utilizando drogas pelo ouvido.

Os livros são escritos para entreter e não mais para reflexão.
As editoras reescrevem finais, cortam trechos, com objetivo de deixar o livro mais comercial.

No teatro a coisa ta feia, se comparada há 50 anos.
Hoje o público é impaciente e não aguenta mais que 1:30hs de peça.
A fórmula mágica do sucesso de público e bilheteria é uma comédia com atores globais. Peça que aborda a temática relacionada com a periferia, o modo de vida, o sistema, a polícia, não existem, pois não faz sucesso com o público.

Faltou continuidade da proposta do grande Gianfrancesco Guarnieri, que em 1950 apresentou “Eles não usam black tié”. Sim! O avô do Lucas Silva e Silva do Mundo da Lua escreveu uma peça onde, no lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos, havia apenas os elementos de cena indispensáveis e ao invés de personagens ricos e nobres, os operários e os moradores do morro foram os protagonistas. Pela primeira vez na história do Brasil, os conflitos da realidade brasileira ganhavam espaço na caixa cênica.

Guarniere foi pioneiro na temática social, escrevendo uma peça com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira. A peça tem como tema as greves sindicais daquela época. O texto é um rico debate sobre as grandes verdades eternas, mas o legal mesmo são as reflexões sobre a condição humana.

Inovou trazendo para o palco problemas sociais e entrou para história. Sua peça virou livro e filme, este último estrelado pelo próprio Guarnieri, Fernanda Montenegro e grande elenco. Peça e filme trazem uma canção feita por Adoniran Barbosa.

A impressão que tenho é que, a arte em geral, está regredindo. Ficando mais careta.

Está ficando insuportável viver assim. Estou pensando em vir embora de vez, para pasárgada!

Não encontrei nenhum link para baixar o livro e nem o filme “Eles não usam Black Tie”.

Neste caso não tem jeito! Vá logo à biblioteca mais próxima de sua casa (se houver) e pergunte ao bibliotecário pelo senhor “Giafrancesco Guarniere”!

@BibliotecarioSP

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os 39 Anos da Morte de Helenira Rezende.

No dia 29 de Setembro de 1972, a estudante e militante do Partido Comunista do Brasil é morta pelo Exército na Guerrilha do Araguaia. Cercada, morre atirando e gritando: "Os companheiros me vingarão". Helenira Rezende está na lista dos 140 desaparecidos da Ditadira de 1964.

Helenira Rezende nasceu em São Paulo no dia 19 de Janeiro de 1944, estudou na USP e era filiada ao partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na Universidade era conhecida pela grande liderança que exercia entre os estudantes. Em 1968, Helenira era Vice-Presidenta da União Nacional dos Estudantes e foi presa junto a 800 estudantes no famoso Congresso de Ibiúna (30º Congresso da UNE). Foi por meio do movimento estudantil que ela passou a viver intensamente a vida política do país.

Após outras prisões, Helenira Rezende passou muito tempo vivendo na clandestinidade, antes de ir para o Araguaia, com objetivos de participar da guerrilha revolucionária organizada pelo Partido Comunista. A sua coragem, despertou muito ódio nos militares, que desde a época dos protestos estudantis. E foi em 1972, quando estava com 28 anos que a marxista foi morta a golpes de baioneta, depois de metralhada nas pernas e torturada, ela foi enterrada na localidade de Oito Barraca.

Lenira para uns... Preta para os colegas da USP... Nira entre os familiares, Fátima para os companheiros do Araguaia... Helenira foi, acima de tudo, uma cidadã brasileira consciente de seus atos, que empunhou a bandeira da justiça e da liberdade, lutando obstinadamente até a morte.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Era das Mulheres.

Sem dúvidas, essa semana foi muito relevante para as mulheres de todo o país, uma vez que, ocorreram uma sequência de fatos que corroboraram ainda mais com o avanço das lutas políticas das mulheres brasileiras por maior participação nos vários espaços de relevância política e consequentemente na busca por políticas públicas direcionada ao gênero.

Na ultima terça feira (20/09), após 99 anos de história, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (URPE) elegeu a primeira reitora, Maria José de Sena foi eleita por uma quantidade expressiva de votos, tanto dos estudantes, quanto dos professores e funcionários da instituição. Um dia após esse fato, o Brasil foi expectador da vitória da deputada pernambucana, Ana Arraes na eleição para o Tribunal de Contas da União, assim, pela primeira vez na história política brasileira, uma mulher será ministra do TCU. O interessante é que nesse mesma semana, a presidenta Dilma Roussef foi a primeira mulher a abrir uma reunião da Organização das Nações Unidas.

Diante desse quadro, podemos então avaliar que os avanços das mulheres nos espaços políticos vem se concretizando cada vez mais e consequentemente, as mulheres estão acumulando mais força para garantir políticas públicas voltadas para o fim de uma série de problemáticas que as mulheres brasileiras estão vulneráveis há vários séculos no país.

Esse fortalecimento e participação ativa da mulher nos espaços públicos do Brasil é de grande relevância para construirmos uma nação, cada vez mais, democrática e plural. Como sabemos, o histórico de exclusão social das mulheres no Brasil é grande e ainda permanece em vários setores. A violência e a discriminação ainda são mazelas que paíram sobre a vida das várias mulheres brasileiras em todas as regiões.

Contudo, para que as mudanças sociais ocorram, tanto na estrutura, quanto na cultura política do país é necessário apoiarmos cada vez mais, a presença das mulheres brasileiras nos espaços de intervenções políticas e de comando, uma vez que, somente dessa forma é que as políticas públicas serão construídas, em detrimento do conservadorismo e preconceito.

Não precisamos fazer uma viagem longa no tempo para avaliarmos que as mulheres não tinham poder de escolha/decisão em nada nas suas vidas, nem o marido podiam escolher, limitando-se a serem escolhidas e até a serem passadas para outro se o marido assim o entendesse. As suas obrigações eram venerar o marido, educar e criar os filhos, cuidar da casa e manter-se submissa ao seu marido.

No entanto, é somente por meio de muita organização, mobilização e participação das mulheres nos diversos espaços políticos, que o debate sobre o gênero poderá tomar novas proporções, garantindo assim, novos direitos civis para as mulheres e uma transformação em nossa cultura política patriarcalista.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Caverna do Dragão

Recebi de uma amiga, e achei um barato para compartilhar com vocês!
Logo menos volto com os desenhos, agora em perspectiva!


@tah_rox - Perder-se também é caminho.




Caverna do Dragão =
 = Mestre dos Magos ou Gerente geral: Responsável por te colocar nas maiores enrascadas, sempre aparece do nada, pergunta umas paradas nada a ver, não tem reposta para nenhuma de suas perguntas, nunca ajuda e por ele você não sai nunca da Caverna do Dragão. Dizem que ele tem um poder e conhecimento ilimitado, mas você nunca vai ver em utilização. Se é que é verdade mesmo...
Estagiária / Terceirizada = Uni: Só faz volume no grupo, não tem nenhuma habilidade especial, não sabe falar (nem escrever), precisa ser salva a toda hora colocando a equipe toda em perigo. Na verdade ninguém sabe porque ela está ali, e sempre tem um que quer se sacrificar para ajudá-la.
Gerente = Vingador: Como se não bastasse o Mestre dos Magos para encher o saco, o Vingador (que não tem nada a ver com você ou com seus problemas) vem toda hora te torrar a paciência, aumentando suas tarefas (ou enrascadas) e tentando te aterrorizar com prazos e atividades que você não pode cumprir. Na verdade a função principal dele ninguém sabe direito, mas é um dos seres mais temidos da Caverna do Dragão, que sempre aparece na hora errada e quando aparece você sabe que vem encrenca...
Equipe Planejadores = Eric, Diana e Presto: Tem um que sempre quer se defender de tudo quanto é bucha (com o escudo) e está sempre reclamando por isso, outro que é obrigado a fazer mágica para cumprir a demanda (com o chapéu), e no final todo mundo acaba tendo que pular todos os processos (com o bastão) para o sistema voltar a funcionar....
Programadores = Hank, Sheila e Bobby: Sempre precisa conseguir fazer qualquer coisa (arma, defesa, corda) com apenas um arco e flecha e tem sempre um novato que vem e acaba quebrando tudo o que funcionava perfeitamente (com o tacape). E a Sheila? Digamos que sempre tem um que desaparece quando mais se precisa...
Produção= Tiamat: No fundo, só quer ter um pouco de sossego. É gigante e poderoso. A Uni (estagiário) acha que ele vai acabar com ela, por isso morre de medo e perde a voz perto dele, o Vingador (Gerente) que se acha o maioral, também treme na base e acaba cedendo a tudo o que ele pede, o Mestre dos Magos (GG) não ajuda em nada mesmo, só fica perguntando coisas sem sentido e some quando se precisa dele, e sempre sobra para o resto que  se f*#% para vencê-lo a qualquer custo... E depois, com todo mundo cansado e sem paciência, o Mestre dos Magos e o Vingador voltam para trazer mais um desafio antes de te deixar voltar para casa...

Maldito Futebol Clube

Um filme para quem gosta de futebol!


Michael Sheen vive o controverso técnico britânico Brian Clough nesta trama ambientada entre o fim dos anos 60 e começo dos 70. Após conseguir colocar o time de segunda divisão Derby County no patamar dos grandes da Inglaterra, o técnico é convidado para treinar o rico e difícil clube Leeds United, substituindo seu arqui-rival, Don Revie (Colm Meaney), que acabara de ser convocado para comandar a seleção inglesa. Clough não conta mais com os conselhos de seu amigo de longa data e auxiliar técnico Peter Taylor (Timothy Spall) e assume uma difícil tarefa: comandar um time totalmente fiel ao seu antigo treinador e que, para piorar, acaba de ser esculachado pelo próprio Brian Clough em uma entrevista. A narrativa do filme costura o passado do técnico e sua campanha de vitórias ao lado de Peter Taylor com a sua ligeira experiência à frente do Leeds United. Clough fica no Leeds por apenas 44 dias, onde é despedido por seu trabalho sem sucesso. 


Não conhecia esta história, e o mais legal é quando você acha que Clough acaba derrotado no fim de sua carreira, mas descobre a história maravilhosa que construiu depois! E também a bonita amizade entre o técnico e seu amigo Peter, que terá seus desentendimentos e reconciliação.
A ambição também toma conta do drama, contando a história de um técnico que assume um time por uma vingança pessoal. 
Pra quem gosta de futebol, vai gostar também desse filme. O elenco é espetacular!
O charme inglês também é encantador! (rs)

Maldito Futebol Clube (The Damned United – 2009)
Direção: Tom Hooper
Roteiro: Peter Morgan baseado em livro de David Peace
Elenco: Michael Sheen, Timothy Spall, Colm Meaney, Mark Bazeley, e Jim Broadbent

Abç... Patrícia ( Blog | Twitter )

sábado, 17 de setembro de 2011

Grandes Humoristas - Final

Aê Manolos e Manolas, como estão?

Enfim, como prometido, o fim dessa grande seleção de Humoristas reconhecidos por todos que eu gosto! =p

Pois bem, a cada um desses 6 posts da série, eu justifiquei o porquê da escolha de cada um dos humoristas (comediantes) que apresentei... e dessa vez não será diferente.

Pois, vamos aos dois últimos que eu acho dignos de aparecer nessa série (ao menos por enquanto).
E o penúltimo é:

Rafinha Bastos!
E sim, eu sei que a patrulha do politicamente correto e os defensores de "tudo e todos" vão logo discordar (e fiquem a vontade). Claro, isso aqui não é um prêmio nem nada parecido, então, eu só justifico o motivo de eu achar que Rafinha é hoje um dos grandes humoristas do país... e é justamente por ele NÃO respeitar as convenções dos politicamente corretos!
Se pensarmos nos Trapalhões (colocados aqui com honras), o Rafinha é fraco demais! Claro, claro, outra época, outros "valores"... enfim, ainda assim é fraco perto de tantas coisas já feitas antes (e muito, muito engraçadas).

Pois, eu acho que o Humor é uma arte... e o artista que faz a diferença é justamente o que rompe com as convenções, quaisquer que sejam! E isso, ninguém pode negar que ele faz. Ofensivamente, brutalmente, mas faz... e como faz.

Sobre Bulliyng


Sobre o "meio ambiente"


Sobre um pequeno time de futebol de São Paulo


Sobre ele mesmo


Ou sobre tudo junto...


Então, usando de sensos comuns e de alguns jargões, somados a palavrões e uma teatral indignação, ele acaba fazendo comédia... e é isso, só isso!
E eu acho muito legal quando não se consegue separar o que é sério do que é piada, como nessa entrevista da Revista Isto é, em que ele fala sério... ou não.

Sei que muita gente discorda, mas, para mim, fazia tempo que não aparecia um cara como ele... assim como, faz tempo que não aparece um cara como esse último, pra fechar com chave de ouro!

Marcelo Adnet!
E eis que então, um cara que consegue fazer humor, só humor (ou todo o humor)...
Ele imita, faz personagens e tipos, faz criticas, faz piadas... é roteirista, ator, diretor... e por aí vai...

E aí o cara, com classe, tira sarro de pastor na TV


Jogador de futebol


Nas imitações, aproveita pra tirar um sarro de gente chata, como o Arnaldo Jabor


E consegue, com uma cena, virar ídolo da esquerda cult, com o eleitor da elite brasileira


E, pra finalizar, tem a participação dele no "Esquenta" da Rede Globo... aliás, nesse último vídeo tem o motivo da emissora dos Marinho estar doida atrás do cara... e ele já disse não algumas vezes...o cara tem estrela!


.
Pois bem, agora é o fim!

Foram poucos e bons (ao menos pra mim)... e ao ver a Dani Calabresa tão "escanteada" durante o último vídeo, pensei em fazer uma nova série, dessa vez com mulheres do humor... fica aí, pra qqer dia desses, ok?

abraços,

Foi uma grande satisfação!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

um pouco de poliamor

Um esboço, ou melhor, uma introdução - totalmente pessoal - ao poliamor:


Me aflinge que a idéia de amor - somente idéia, pois de fato ninguém o consegue definir de forma concreta - também por ser um conceito abstrato - ande tão junta daquilo que se chama de ciúmes. O enciumar acontece a partir do momento em que a atenção que cremos que deveria ser nossa passa a ser de outro. Mas é uma crença boba. Ciúmes está diretamente ligado com posse, percebe? Tendemos a acreditar que quando sentimos afeto por alguém, o alvo do afeto se torna pertence nosso. É essa idéia que deve ser desconstruída. Um carinho sincero, sem obrigações, sem cobranças, espontâneo como deve ser é muito mais honesto e consegue se aproximar muito mais de uma idéia de relação saudável - coisa que os românticos vivem dizendo almejar.

Ninguém é de ninguém, é impossível controlar a afetividade - que está ligada a também emoções que não se concretizam - de forma plena. Desse modo, relaçõeS saudáveiS, concomitantes, se tornam possíveis a partir do momento que abrimos mão de nossa possesão, essa mania de querer demais aquilo que nunca será alcançado - expectativas realizadas através de exclusividade sentimental e entrega amorosa total. Sem opressão, sem possessão, com a única cobrança sendo a transparência e o respeito, assim! E tudo me indica que respeito se aproxima muito mais de liberdade do que de ardência em ciúme.

Acho que estou me tornando livre. E percebendo que os outros também o são.
No fim, ninguém é de ninguém, não é mesmo? 

*

 Depois de tanto tempo sem aparecer por aqui, me reapresento. Meu nome é Julia, sou feminista, poliamorista e dona de uma espiritualidade incerta. Não odeio homens, creio em relações monogâmicas (é... rs) e não sou satanista. Obrigada, e terei prazer em conversar com qualquer um que se interesse pelos assuntos em pauta =)
 Beijo!




http://meusfigos.blogspot.com

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ira

Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.

Mahatma Gandhi






[@tah_rox] Perder-se também é caminho

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sem título


 Por @belamello 
 Mais fotos aqui!

Relembrar o fato ou a dor?

Eu imagino que a maioria já esteja um pouco enfadada a ouvir ou ler coisas a respeito dos 10 anos do atentado às torres gêmeas, ocorrido em 11/09/2001. E com certeza ainda iremos ver muito sobre esse dia, devido ao grande patriotismo e a grande dor do povo norte-americano.
Porém, assistindo todas as homenagens que foram feitas não só no país, mas ao redor do mundo e também de ver a dor da lembrança para aqueles que ficaram, me fiz a seguinte pergunta: Isso se consiste em relembrar o fato ou a dor?

Algumas coisas acabam sendo um pouco contraditórias na nossa atualidade. A morte que é um destino a qual ninguém pode fugir, acaba sendo tratada de formas diferentes. Hoje podemos todos perceber, o quanto as pessoas possuem o medo da velhice, a não-aceitação dessa fase natural da vida e o "medo" das mudanças que ela carrega, e estão fugindo cada vez mais fisica e psiquicamente, se escondendo atrás de fórmulas estéticas fantásticas, que transformam uma senhora de 60 anos em uma mulher de 40. E isso é cada vez mais normal no nosso mundo, onde as pessoas enxergam este fato como um culto à beleza, ao estar e se sentir bem. Porém, isso acarreta num sentimento jovem que faz a pessoa continuar negando seus 60 anos de idade. Essa busca desenfreada pela juventude e a negação do envelhecimento, se camuflou como busca apenas da beleza. E isso faz com que nos convençamos mesmo que só estamos indo atrás disso. Mas envelhecer significa estar se aproximando da morte, e o homem desaprendeu a lidar com ela. A medicina (salvo muitos casos) também está ai para nos mostrar isso.
Após esse fato cada vez mais crescente de distanciamento que estamos estabelecendo com a morte, enganando nós mesmos que sempre teremos nossos 20 e poucos anos, pensei após tantos anos vendo a dor dos familiares e amigos e a grande homenagem às vitimas do 11 de setembro, o quanto o ser humano está entrando em contato com estas mortes. É aí que entra a posição contraditória que mencionei. Ele foge mas busca a dor que ela traz, ao mesmo tempo, e sem perceber.
Há quantos anos vemos todas as vítimas sendo lembradas e choradas?
Acredito que o fato deva sim ser lembrado por muito tempo, assim como temos a história e a memória de grandes acontecimentos mundiais. Mas será que é o fato que está sendo lembrado até agora ou a dor dessas pessoas? Uma dor que parece nunca ter fim. Um luto que NÃO quer ser elaborado, e que é relembrado todos os anos.
Algumas questões realmente me intrigam. A dificuldade de aceitação e de relação com a morte está aí: fugimos dela porque não a queremos, não a suportamos, mas quando ela chega, não nos conformamos e acabamos entrando sempre em contato com a dor que ela proporciona. E nisso se encontra a grande dificuldade do ser humano em aceitar e lidar com a morte.

A cada oportunidade que tenho de pensar sobre como o ser humano se relaciona com esta questão, fico mais intrigada. Por que precisa essa "não-aceitação" significar uma dor incessante?

Não estou questionando o fato do atentado, pois isto entraria em questões políticas que fogem ao meu alcance, mas penso na dor que é constantemente lembrada, sentida e cutucada, não permitindo então que sofrimento e angustia possam se libertar para que cada um possa seguir sua vida em frente, diminuindo talvez esse peso que carrega há tantos anos.
Ouvi na TV esses dias a triste comparação da cascata que construíram no lugar das torres com as lágrimas incessantes dos que ficaram. Que triste vida será essa? O quanto dói carregar este sofrimento?


Acredito, na minha concepção, que o fato deve ser lembrado, tanto pelo fato histórico e TAMBÉM pelas pessoas inocentes que morreram nesta data. Mas a dor das pessoas e este luto eterno, definitivamente, não irão mudar o mundo. A indignação não significa ação.
E termino também, com outro questionamento: Será que mostrar ao mundo um fato tão triste enfatizando o sofrimento causado, para que ele não aconteça novamente, irá realmente fazer o homem deixar de lado sua ambição e lembrar da existência do outro?

E o luto sempre fica, sem elaboração alguma, e sem acharmos que precisamos disso.
Abç... Patrícia ( Blog | Twitter )

9/11

Todo sentimento gera boas músicas. E más também.
O trágico 11 de setembro tocou o mundo inteiro. E a música foi um dos escapes pra tanta tristeza. Nesse contexto, algumas pessoas fizeram as homenagens.

Alan Jackson - Where were you (when the world stop turning) - O cantor country americano tentou fazer algo que não soasse tão vingativo nem muito patriota. Disse que quis apenas mostrar o seu sentimento, que era igual o de tantos outros americanos. É uma das músicas mais lembradas da data pelos americanos. A prova que o povo lá também tem uma predisposição pro mau gosto sertanejo.

Bruce Springsteen - The Rising - Bruce usa passagens bíblicas para narrar a subida de um bombeiro nos prédios atingidos. Essa sim tem uma ótima letra, vale a pena, apesar dos lalala.

Beastie Boys - An Open Letter to NYC - Composta por três legítimos novaiorquinos, vale a pena pra quem gosta de Rap. É uma grande banda do estilo.

Ryan Adams - My Blue Manhattan - Mais uma obra do prodígio. Mais ninguém consegue compôr tão bem nesse velho estilo.

Rush - Peaceable Kingdom - A intenção era a música ser instrumental, mas o baterista Neil Peart compôs essa homenagem. Não falhou, de modo algum.

Gorillaz, D12 & Terry Hall - 911 - Claro e objetivo. Não é exatamente do estilo que fez os Gorillaz tão famosos, mas vale a pena.

Lily Allen - Him - A princesinha britânica não fala exatamente sobre os ataques, fala sobre toda essa guerra em nome de Deus, e diz que isso já acontecia muito antes daquele setembro.

Paul McCartney - Freedom - O beatle estava em NY no dia dos acidentes. Já no dia 12 escreveu essa canção. Prega a liberdade. Nada dos bons tempos dele, mas não é exatamente ruim.

Slayer - Jihad - A história de um suposto terrorista, momentos antes de um ataque. Cita o nome Mohamed Atta, um dos terroristas de 11 de setembro. Ótima, pro estilo que se propões. Jamais vai conquistar novos fãs pro Trash Metal.

Green Day - Wake Me Up When September Ends - Também podemos culpar o falecido Bin Laden por essa frase nos nicks de msn no dia 1º de setembro. Maldito terrorista.

E, por último mas muito menos importante, os Bee Gees brasileiros,
KLB - 11 de setembro - Não achei maiores informações sobre a belíssima canção, mas aparentemente 11 de setembro deve ser aniversário de um dos três. Maldito terrorista.



* Fico triste em saber que o maior marco histórico que "presenciei" tenha sido algo tão triste.
* Embora só choque tanto por ter sido nos EUA. Hiroshima e Nagasaki mereciam ser tão ou mais lembradas que esse ataque. E não é só porque o 9/11 é mais recente que é mais lembrado, é uma questão dos EUA, que influenciam todo o mundo, colocando-se na posição de vítima, uma vez na vida.
* Bem vinda a nova amiga do rei, Camila.

@proparoxitono

domingo, 11 de setembro de 2011

Tô chegando (com um certo brilho no olhar)

Pessoas queridas,

Estou escrevendo a primeira vez por aqui, minha gente: que emoção!
Confesso que quando o Fábio me convidou para fazer parte do blog dos amigos do rei  fiquei um tanto reticente (...) :

- Mas Fábio, sobre o que eu vou escrever aqui?

Comecei, então, a acompanhar as postagens da galera e li textos muito legais sobre filmes, política, fatos pessoais e também me emocionei com fotos muito bem tiradas e sensíveis.
De algum modo - para além do assunto ou tema já estabelecido - as pessoas, aqui, escreviam sobre o que gostavam e isso parecia bastar. 

Eu sou psicóloga, mestre em psicologia social. Moro em São Paulo e atuo na construção e no fortalecimento da saúde pública de qualidade e para todos. Pensei, então, que podia falar sobre meu cotidiano de trabalho e das belezas e dos desafios de alguém que ainda acredita na mudança. 
Mas daí, pensei que seria muito maçante escrever semanalmente sobre algo que ocupa, pelo menos, 40 horas da minha miudinha semana.

- Melhor não, pensei.

Podia, também, fazer uma espécie de coluna interativa, ao estilo "Fala que eu te escuto", onde eu tentaria responder perguntas das pessoas de um jeito engraçado.
Mas daí eu percebi que isso não daria certo de modo algum:  sabe o tipo de pessoa que não nasceu pra ser cômica? Então, essa pessoa sou eu.
Gente, o que eu posso fazer? 
Eu não sei nem, ao menos, contar uma piada de português!
Esquece.

Então resolvi que vou falar de mim.
Frida Kahlo  foi uma pintora muito famosa (e meio doida) por pintar quadros (chocantes, é bem verdade!) que retratavam sua própria vida e as coisas que sentia: muitos deles eram auto-retratos com cores e símbolos que representavam seu país de nascimento, o México. 

Esse quadro, um dos que mais gosto, se chama "As duas Fridas".

Chamada pelos críticos de  "surrealista", Frida rebatia dizendo que nunca pintou sonhos e, sim, sua própria realidade.
"Pinto a mim mesma pois sou o assunto que melhor conheço", disse ela.

Pois estou aqui, meus queridos, para compartilhar um pouco do meu olhar sensível com vocês.
Uma tentativa de trocar com vocês o modo como vejo e sinto o mundo, como escuto palpitar corações, como encaro as possibilidades e também a dureza de viver num mundo tão voraz: carente e tão repleto de sentido, ao mesmo tempo.

Nos vemos em breve, então.

Com carinho.

11 de setembro de 1973

No dia que é lembrando muitos dias antes de sua chegada, trago o curta metragem do diretor britânico Ken Loach.

E não, o tema central não é o 11 de setembro de 2001 dos EUA (que também considero um triste dia na nossa história, porém existem outras discussões). Nesse post, o foco é o 11 de setembro de 1973 no Chile. E esse, além de triste e terrível, foi desumano e atingiu trabalhadores e trabalhadoras chilenos em um dia que marcou a trajetória da luta popular no mundo.

Em 1973, o então presidente chileno Salvador Allende Gossen, socialista e eleito pelo voto popular, sofreu um golpe do chefe das forças armadas chilenas, Augusto Pinochet, que com o apoio do governo americano e financiado pela CIA e pelas transnacionais norte-americanas, instalou o caos em um único dia da história e que vem perpetuando suas dores e tristes lembranças até hoje, 38 anos depois. Anos esses que só tendem a se redobrar, pois um acontecimento assim não é esquecido, a dor é sentida de longe, tanto em tempo como em espaço.

Infelizmente, esse 11 de setembro latino-americano pouco é lembrado, mas Ken Loach o concebeu em uma produção de quase 11 minutos e fez o trágico acontecimento de 1973 ganhar trilha, vozes, depoimentos, cenas e a dor, como ela bem foi difundida nesse dia. Originalmente feito para compor uma mostra de curtas que abordariam o acontecimento do ano de 2001, Ken levanta a trágica e covarde batalha contra a democracia e o povo chileno concretizado anos antes das Torres Gêmeas serem atacadas.

O curta lançado em 2002, ano no qual o 11 de setembro americano faria 1 ano, merece ser difundido e conhecido. Esse acontecimento histórico em forma de produção nos aproxima da luta e da necessidade de se conhecer cada vez mais a história e abrir as portas para causas e lutas justas, populares e que tragam autonomia, dignidade e força para qualquer trabalhador e trabalhadora em qualquer lugar do mundo.

"Eu sempre tenho confiança na inteligencia do povo. Então, se o povo organizado é inteligente, por que deveríamos ter medo de uma organização popular?" - Costureira Chilena em uma das falas do curta.



Méle Dornelas

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Resistência e Cidadania Ativa do Grito dos Excluídos.

Levar às ruas as principais reivindicações dos movimentos sociais, além de criticar o atual modelo econômico e todo seu processo de exploração e exclusão social sempre foram os objetivos do Grito dos Excluídos, que se configura como uma das mais importantes manifestações popular, democrática e republicana do país. "Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças".

Diante disso, a promoção de uma reflexão cidadã na ótica dos sujeitos excluídos pelo sistema capitalista, em plena semana da pátria, por meio de reuniões e debates, entre os vários segmentos dos movimentos sociais demonstra o quanto o caminho ainda é longo, para construirmos uma pátria soberana e uma sociedade mais dígna e igualitária. E é diante de tal intuito, que muitos aproveitam o feriado da Independência, não para ir às praias ou aos clubes e sim para tomar as ruas e protestar de uma forma pacífica contra as contradições sociais inerentes ao neoliberalismo.

O Grito dos Excluidos foi idealizado em 1995, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto com ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC). É uma manifestação que se renova todos anos, cristalizando os debates propostos pelos vários movimentos brasileiros e chega a sua 17ª edição ainda mais solidificado no calendário político nacional, como um dos principais exemplo de cidadania ativa. Assim, nada melhor que o dia da Pátria (07 de setembro) para problematizar e refletir sobre o tipo de soberania que queremos para a sociedade brasileira. 

É válido ressaltar que a organização nacional do Grito dos Excluídos é um exemplo vivo para os demais movimentos sociais do mundo. E é nessa conjuntura, que em 1999 a experiência de tal manifestação foi a principal influência para o surgimento do Grito Continental Por Trabajo, Justicia y Vida, promovido em vários países da América Latina.

Eis um patrimônio político da luta do povo brasileiro. Estamos diante de um movimento que não é somente "para" os excluídos, e sim, é "dos" excluídos que de forma racional e organizada consegue promover um relevante momento de convergência, entre os vários setores da sociedade brasileira, solidificando ainda mais a crítica sobre as várias questões políticas que paíram sobre a nossa realidade. Dentre as diversas críticas e debates promovidos ao longo das 17 edições, podemos destacar os plebiscitos contra a implementação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), como também, a posição contrária à privatização da Vale do Rio Doce, ocorrida em 1997, pelo governo de FHC. Além dos protestos contra os vários escândalos de corrupção, desrespeito aos direitos humanos e degradação ambiental ocorridos durante os últimos anos.

Sabemos que no Brasil, como de resto em todo continente latino-americano, não raro o conceito de liberdade foi reduzido à idéia de libertação: libertação da opressão, da ditadura militar, da pobreza e assim por diante. Nos meios eclesiais, por exemplo, com freqüência faz-se alusão à experiência narrada pelo Livro do Êxodo, quando os escravos se libertaram das garras do Faraó. Ora, esse é apenas um lado da moeda, isto é, a liberdade de. O outro lado é a liberdade para. Depois da saída do Egito, é preciso unir forças para continuar caminhando até a Terra Prometida. E aqui o conceito de liberdade se torna bem mais exigente. 

Enfim, mesmo indo na contramão dos interesses elitistas enraizados nas estruturas institucionais e políticas do Brasil, o Grito dos Excluídos tem o objetivo de fortalecer a idéia de que uma nova sociedade pode ser construída, e para isso, é preciso romper com a ordem vigente por meio de uma ousada luta de classes, para que assim, possamos garantir ao povo brasileiro, maior dignidade, respeito, justiça e liberdade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mudanças, Naufrágios e a vida que segue... (30 posts, parte 2)

Olá queridos, como vão?

Mais uma vez, quanto tempo, não é?
Pois então, estou aqui para fazer o "mea culpa"...

Tenho pensando nas coisas, na vida, nas coisas da vida... entre elas no nosso e-zine, o blog Zine Pasárgada.
Eu "sumi" daqui nesses tempos, por motivos muito concretos e justificáveis.

Terminei meu mestrado e passei a dar aulas na UFPE (isso muita gente sabe), mas depois das férias acabei passando por um momento de quase desemprego... Tive que correr atrás de novas possibilidades e me virar.

Tudo acabou bem e, mais que isso, estou em uma das melhores fases da minha vida profissional.
Trabalhando muito, muito mesmo... Mas feliz e satisfeito, com o reconhecimento profissional que estou tendo.

Contudo, isso me fez ter menos tempo do que eu já tinha... e sumir mais ainda do Blog.

O Thiago havia percebido a mudança e nos alertou disso... parecia que o blog estava de "férias"... e ainda parece.
Chegávamos a ter até 5 postagens novas por dia aqui! Ultimamente passamos até 3 dias sem postagens.

Como eu disse, "mea culpa", por ter sumido.
Insisti algumas vezes em dizer que eu não sou o Rei e que o blog era de todos! Mas, eu sei que sirvo como um elemento motivador e que o sentimento de "abandono" toca mais a minha parte (ui).

Gostaria de dizer que não abandonei o Zine em momento algum... estou sempre por aqui, comentando, divulgando, lendo.
Tenho tido pouco tempo para escrever e para pensar em coisas boas, por isso me perdi.

Pensei no Zine como sendo algo grande, e deu certo. Em alguns momentos chegamos a ter 2.000 visitas! (as vezes mais!)... A dinâmica criada proporcionava isso! A autopropaganda, a autogestão... tudo muito bom e muito prático.

Mas, há sempre a euforia do começo e a depressão do desenvolver... Todos ocupadíssimos em seus afazeres e mais ainda, todos perdendo a empolgação do início. Isso é muito natural e inclusive eu já previa, só não tanto...

Perdemos alguns colunistas (alguns ótimos colunistas), ganhamos outros (tão bons quanto), e seguimos, sem muito compromisso e sem muitas cobranças.

Acho que, o blog grandioso que eu pensei que faríamos, naufragou, mas talvez o melhor não seja criar um Titanic, mas apenas ficar em uma pequena lancha, cumprindo seu papel social, levando aqui e acolá, através das águas calmas... Deu pra entender né?

O Blog, e-Zine, continua... sendo um lugar para que todos tenham seu espaço...
Divulgaremos como der, postaremos quando der... e curtiremos, sempre que der também!

Só não podemos perder a Satisfação! =D

ps.: Gostaria de enviar meus elogios e agradecimentos sinceros aos excelentes textos do amigo Edson (o @proparoxitono), ao amigo Wallace (@WallaceBarbosa) e a querida Patrícia (@Paty_Olandini), que mesmo nas "férias" seguraram a onda desse blog, mantendo postagens.

ps.2: Aproveito o mesmo espaço para citar a Maria Fernanda, o Thiago, a Méle, a Natália, o Ed, o Ronaldo, o Tabuh, a Ju, a Talita, a Julia, o Rodrigo e a Thais... que já contribuíram muito por aqui e que sempre serão bem vindos.

ps.3: Quero dar as boas vindas para a Isabela e a Camila... e dizer que outros são bem vindos! =D

PS.4(é o último, juro): a série 30 posts continua (com o devido atraso, mas vai continuar!)

Sempre é uma satisfação!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Museu de Imagens do Inconsciente

"A Arte como Terapia"
O Museu de Imagens do Inconsciente faz parte da história da reforma psiquiátrica no Brasil e exerce influência no processo de transformação dos métodos terapêuticos pelo mundo. Surgiu por meio do trabalho terapêutico da junguiana dra. Nise da Silveira em ateliê criado em 1946, no setor de Terapêutica Ocupacional do então Centro Psiquiátrico Pedro II. O museu foi fundado alguns anos depois, em 1952, e reúne uma coleção artística psicopatológica de cerca de 300 mil obras, sendo um centro vivo de estudo e pesquisa.
[Fonte: revista Psique]



O site conta toda a história desse trabalho desenvolvido por Nise, além de mostrar grandes obras, serviços, agenda, textos, cursos e até as visitas feitas por Jung. 

Este trabalho é muito desenvolvido com pacientes esquizofrênicos e portadores de distúrbios mentais. A arte é usada por muitos como processo terapêutico, e podemos ver que seus resultados são altamente satisfatórios. É através dessa sublimação que podemos chegar ao interno de um ser, e o inconsciente facilmente é representado por pinturas e desenhos.
O legal do site é promover a história de uma belíssima luta que se constitui pela Reforma Psiquiátrica e pela desinstitucionalização dos hospitais, e também de mostrar que a proporção da arte atinge níveis muito maiores do aqueles que imaginamos, pois ela não advém de nossa "realidade", mas sim, muito além disso. Ele também conta a trajetória de vida de cada autor que teve sua obra publicada, resgatando assim a essência de todos que colaboraram com essa bonita história.

O Museu fica no Rio de Janeiro/RJ e realiza exposições internas e externas, cursos, publicações e documentários que são apresentados em universidades e centros de cultura no Brasil e no exterior.
Vale a pena conferir!

[Autor: Fernando Diniz]
(Essa é alguma das muitas obras divulgadas pelo museu!)

Abç... Patrícia. ( Blog | Twitter )

Brasília

















Por @belamello
mais fotos aqui!

Farrokh Bulsara

Incontestavelmente, o melhor vocalista que já ouvi.

5 de setembro de 1946, o mundo dava boas vindas àquele que seria um dos maiores vocalistas de sua história. Freddie Mercury, parabéns pelos 65 anos.
Nascido em Zanzibar, local onde hoje pertence a Tanzânia, filho de indianos, estudou numa escola inglesa perto de Mumbai. Em 1964, uma revolução na sua terra natal fez ele e seus pais se mudarem para a Inglaterra. Formou-se Design Gráfico e Artístico.
Mas tudo começou quando conheceu a banda Smile, através de seu baixista, Tim Staffel. A banda contava com Roger Taylor e Brian May. Em 1970 Tim saiu, e a Smile virou Queen.
Nesse ano ele conheceu Mary Austin, sua namorada (é, namoradA). Ele dizia que ela era o grande amor da sua vida. Revelou-se bissexual (até seu pai dizia que, quando tratava de homem, o Freddie curtia o estilo caminhoneiro mesmo, grosso), o que, infelizmente, acabou chamando mais atenção do que devia. Como a aids causou sua morte, isso é frequentemente associado ao homossexualismo.
Mas o que interessa mesmo é que ele cantava. E muito. Gravou um disco com a cantora lírica Montserrat Cabelle, intitulado "Barcelona", que incluía sucessos como How Can I Go On e Barcelona.
Com o Queen, deu exemplo do que era capaz nas músicas Bohemian Rhapsody e Love Of My Life, música que fez para Mary.
Freddie Mercury morreu dia 24 de novembro de 1991. Mas o melhor de tudo, seu legado, é eterno. Clichê, mas verdadeiro.

Discografia solo:

1988 - Barcelona

Discografia no Queen:

1973 - Queen I
1974 - Queen II
1974 - Sheer Heart Attack
1975 - A night at the opera
1976 - A day at the races
1977 - News of the world
1978 - Jazz
1979 - The Game
1980 - Flash Gordon
1981 - Hot space
1983 - The works
1986 - A Kind Of Magic
1989 - The Miracle
1991 - Innuendo

*A Night At The Opera é o segundo melhor disco do mundo.
*Tão bom quanto ele, só o Robert Plant.


@proparoxitono


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os Excessos da Juventude Brasileira na Construção de Políticas Públicas.

Os movimentos juvenis brasileiros se configuram como um importante patrimônio da história política do país, haja vista, as suas contribuições e atuações, frente ao vários momentos de relevância e efervecência política ocorridos no Brasil ao longo dos tempos. Entretanto, após as manifestações contra o então presidente, Fernando Collor, que ficou nacionalmente conhecido como o movimento dos  estudantes "Caras-Pintadas" esses movimentos foram duramente reduzidos pela opinião pública controlada pelos donos dos grandes canais de comunicação e a imagem da juventude durante a década de 1990 passou a ser propagada como uma geração sinônimo de problemas e alienação.

Os discursos sobre a história da juventude brasileira ficaram restritos aos livros de história que apontavam de forma muito tímida, os movimentos juvenis da primeira metade do século XX, assim como, a resistência estudantil frente ao regime militar e por fim, a presença da juventude brasileira nas campanhas pelas eleições diretas e no movimento dos caras-pintadas. Era como se aquela juventude brasileira preocupada com o futuro do país, que mobilizava e ocupava as ruas tivesse parado de existir, principalmente, após o impeachment do presidente Collor.

Mas a realidade não foi bem assim, os movimentos juvenis brasileiros, ao contrário do que muitos reacionários propagam, continuaram existindo. Mesmo sem tanta visibilidade, muitos jovens deram continuidade as lutas da juventude brasileira, levantando as velhas bandeira, como também, criando novas demandas políticas. E ao mesmo tempo em que as classes dirigentes criminalizavam os movimentos juvenis, os problemas como o vício das drogas, o desemprego, a violência e a carência de serviços públicos de qualidade, eram apontados por esses mesmos jovens que se colocavam contra as contradições inerentes ao sistema social.

E justamente por essas razões, que não podemos deixar de reafirmar o importante papel da juventude nessa atual conjuntura política. As conquistas ainda não foram o suficiente, as escolas e as universidades não estão cumprindo o seu verdadeiro papel social, a violência e o vício ainda é uma realidade presente entre os jovens brasileiros, que também são considerados como simples mão-de-obra barata e desvalorizada, contudo, a juventude continua firme na luta.

Nossa realidade é referência no mundo, as entidades estudantis brasileiras estiveram presentes nas lutas dos estudantes chilenos, além de propor a presidente Dilma Roussef melhorias para população jovem, no que diz repeito a maiores investimentos na educação. A juventude trabalhadora estão ocupando os sindicatos e cobrando melhores salários e condições de trabalho, além disso, desde 2008 o Brasil passou a cristalizar os espaços de participação juvenil, por meio das conferências e das políticas públicas de juventude.

Enfim, quando falamos sobre os movimentos da juventude, estamos nos referindo a um grandioso patrimônio político que o povo brasileiro deve reconhecer como uma das principais engrenagens de lutas e conquistas sociais presente nesse grandioso país que precisa avançar cada vez mais, para construirmos uma república mais justa e igualitária. Vida longa à juventude brasileira!