Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Só mais um Silva

Eu ia escrever sobre o disco do Pink Floyd "The Wall". Mas não, vou escrever quando voltar do show do Roger Waters! :D
Nos anos 90 nascia o Funk carioca, do modo como conhecemos (e muitos não gostariam de conhecer, mas, fazer o que?) hoje. A diferença é que naquela época o funk ainda estava sobre uma influência muito maior do rap e de sua filosofia de crítica social. Era quase um rap com batida Miami Bass. Nem tudo era MC Serginho, Mr. Catra e Valeska Popozuda.
Em 96, o MC Bob Rum ficaria conhecido em todo território nacional através de um disco com vários funks e raps, o Rap Brasil. A música era Rap do Silva, a história de um Silva, pai de família, um cara maneiro, mas que sem qualquer explicação... Não vou fazer spoiler da música.
Em 2009 o grupo feminino de MPB, vencedoras do prêmio Tim de música, Chicas, gravaram também esse clássico do funk. Com um arranjo impecável e vozes quase angelicais, a música é simplesmente apaixonante.



Até do funk nasce boas obras. Assim brilhou a estrela do Silva.

* Agradecimento ao Tomaz que lembrou dessa música.
* Eu vou pro show do Roger Waters. To meio nas nuvens com isso ainda. E bem na frente ainda... Vai ser FODA!
* Uma boa produção transforma a música, né?


@proparoxitono

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Perito Moreno



A primeira coisa que eu pensei quando eu vi essa paisagem foi "como ainda insistem em destruir o planeta?"
por @belamello 
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Há 09 Anos, O Brasil Testemunhou a Vitória da Classe Trabalhadora Brasileira.

De fato, foi um fato histórico e esperado por milhões de brasileiros. Ver o ex-metalúrgico de São Bernardo, filho de nordestinos, sindicalista, fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) como presidente da república era um sonho que movia a esperança de muita gente, em todas as regiões brasileiras.

E foi no dia 27 de outubro de 2002, ou seja, há nove anos atrás, que essa realidade foi concretizada. Luis Inácio "Lula" da Silva foi eleito após uma grande disputa contra o candidato José Serra que era apoiado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Após três derrotas eleitorais, Lula acumulou uma vasta experiência para ganhar as eleições; ampliou a base de partidos aliados à sua candidatura, moderou o discurso e foi às ruas dialogar com o povo brasileiro.

A vitória de Lula nessas eleições representa um grande marco na história republicana do país, uma vez que, mesmo não havendo uma ruptura geral na política econômica (fato que muitos setores temíam devido ao histórico sindicalista de Lula), o novo presidente tratou de incorporar na ordem do dia, a necessidade do desenvolvimento social em paralelo ao desenvolvimento econômico. O sucesso e aprovação do seu governo foi notório, pois, mesmo depois de alguns escândalos políticos envolvendo casos de corrupções nos ministérios, o presidente foi reeleito em 2006 e em 2010 conseguiu eleger a sua candidata, a atual presidenta, Dilma Roussef, como a primeira mulher a governar o Brasil.

Veja o Primeiro Discurso de Lula Após a Vitória em 2002:

Bem, eu quero dizer a todos vocês que amanhã, por volta da meio-dia, nós iremos fazer uma coletiva, onde eu irei fazer um pronunciamento. Hoje é apenas alguns agradecimentos.


Primeiro, eu quero dar parabéns ao povo brasileiro pelo extraordinário espetáculo de democracia que ele deu no dia 27 de outubro de 2002, escolhendo o seu presidente da República e seus governadores.


Segundo, eu queria agradecer e cumprimentar o comportamento das autoridades que cuidaram do processo eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral e o seu presidente, Nelson Jobim. Meus agradecimentos ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelo fato de ter anunciado à sociedade brasileira que possivelmente tenhamos a mais sensata e a mais democrática transição já vista no nosso país.


Quero agradecer aos milhões e milhões de homens, mulheres e adolescentes que votaram em mim e no companheiros José Alencar e agradecer aos milhões e milhões de homens, mulheres e adolescentes que votaram no meu adversário, que se abstiveram de votar, porque eu acho que essa atitude, esse comportamento do povo é o que consolida a democracia no nosso país.


Quero dizer para vocês que esse resultado eleitoral me obriga a afirmar a todos vocês que, embora tenha sido eleito pelo meu partido e pelos aliados do PC do B, do PL, do PCB e do PMN, a partir do dia 1º de janeiro, eu serei presidente de 175 milhões de brasileiros.


Queria dizer para vocês que a responsabilidade de governar é muito grande. Eu e minha equipe iremos governar esse país, mas não seria exagero dizer pra vocês que apenas um presidente, o seu vice e a nossa equipe não será suficiente para que a gente governe o Brasil com os seus problemas, portanto nós vamos convocar toda a sociedade brasileira, todos os homens e mulheres de bem desse país, todos os empresários, todo os sindicalistas, todos os intelectuais, todos os trabalhadores rurais, toda a sociedade brasileira, enfim, para que a gente possa construir um país mais justo, mais fraterno e mais solidário.


Por último, eu quero me dirigir à comunidade internacional. Acho que o Brasil pode jogar um papel extraordinário nesse continente americano, para que possamos construir um mundo efetivamente de paz, onde os países possam crescer economicamente e possam crescer do ponto de vista social para todo o seu povo. E farei o que estiver ao alcance do presidente da República do Brasil para que a paz seja uma conquista definitiva do nosso continente.


Quero dizer ao meu querido companheiro Genoino que você não perdeu a eleição, porque você não era governador, você apenas deixou de ganhar.


Mas você vai perceber, meu companheiro Genoino, que, se você souber tirar proveito, uma derrota vai te deixar muito mais maduro, muito mais preparado e muito mais perto da próxima vitória. Para quem veio de Quixeramobim, ter 40 e poucos porcento de votos em São Paulo. Você, Genoino, foi um dos candidatos mais brilhantes que eu conheci. Se todo mundo tivesse o seu bom humor e a sua vontade, meu caro, o Brasil seria infinitamente melhor.


Eu quero aqui agradecer à minha companheira Benedita da Silva. A Benedita que, convencida pelo Zé Dirceu e por mim, foi cumprir um mandato de nove meses, numa situação extremamente difícil. Eu não tenho dúvida nenhuma que a Benedita fez o que era possível fazer no período que ela fez. Eu quero aproveitar e dizer aqui para vocês que o que mais me incentivou a convencer a Benedita a assumir o governo do Rio foi o fato de ela ser negra. E ela assumir o governo do Rio de Janeiro foi a maior conquista dos negros depois da libertação dos escravos neste país.


Por fim, eu quero dizer pra vocês que o Brasil está mudando em paz. E, mais importante, a esperança venceu o medo. E hoje eu posso dizer para vocês que o Brasil votou sem medo de ser feliz.


Por último, eu quero agradecer essa extraordinária figura. Eu não vou elogiar os meus dirigentes, que estão aí. Já conversei com meu adversário, José Serra, recebi um telefonema dele agora pouco. Já conversei com muitas outras pessoas pelo país afora. Já agradeci em púlbico à minha mulher durante muito tempo, durante a campanha. Mas acho que esse companheiro aqui não foi a única mas foi uma das coisas mais extraordinárias que aconteceram nessa campanha de 2002. Zé Alencar e eu não vamos ser um presidente e um vice. Nós vamos ser parceiros nos bons e nos maus momentos, vamos ser companheiros. E vocês sabem que, quando eu falo companheiro, falo companhiro com uma coisa muito forte no coração, porque nem todo irmão é um grande companheiro, mas todo companheiro é um grande irmão. E você é um grande companheiro, meu querido Zé Alencar.


É que eu não posso ficar com o microfone que eu tenho vontade de falar. Nós vamos ter que ir para a avenida Paulista, tem muita gente lá. Amanhã nós vamos ter uma coletiva, mas... que vou fazer um pronunciamento. Eu ainda tenho que cumprimentar algumas delegações de estrangeiros que estão aí.


Quero agradecer do fundo da minha alma a todos os companheiros que no primeiro turno e no segundo turno trabalharam de forma incansável. Quero agradecer à direção do meu partido e a direção dos partidos aliados. Quero dizer que sem vocês eu não seria o Lulinha paz e amor dessa campanha. Muito obrigado.


Veja Alguns Vídeos da Saga Eleitoral de Lula:












A crise no São Paulo.


O São Paulo se destacou em sua história recente por ganhar muitos títulos. Estaduais, nacionais, internacionais... o clube vem se consolidando, desde 2005, como o melhor time do Brasil. Até 2008 tudo ocorreu bem. Mas a partir do início de 2009, o Tricolor deu início a uma queda em seu rendimento, que até hoje, não cessou. Na última quarta-feira, 26 de Outubro, o clube foi eliminado da terceira competição no ano(Sul-Americana), e ficou evidente que há uma crise interna no clube, causada, provavelmente, pela interferência do presidente Tricolor, Juvenal Juvêncio(o JJ), no time(e algumas vezes até dentro de campo). Na útima segunda-feira, foi contratado o 3° técnico da temporada, o explosivo Émerson Leão, que há um ano estava parado. Leão foi contratado com a missão de fazer o que, antes era obrigação, mas agora é dúvida; ou seja: classificação para a Libertadores 2012. Mas o time, que ''precisava de um choque'', como disse JJ, se mostrou o mesmo do ano todo, ontem, em solo paraguaio. E muitos começaram a questionar: até que ponto JJ e a diretoria interferem no rendimento dos jogadores dentro de campo?


Leão: chegou para acordar o time.

''Administração diferente, marketing diferente, futebol diferente. O São Paulo é um clube diferenciado dos demais''. Esta frase, dita pelo então presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, ficou famosa. No auge das conquistas, em 2007, onde o clube já acumulava uma Libertadores(2005), um Mundial Interclubes(2005), e os Brasileiros de 2006 e 2007, o São Paulo era realmente um clube diferente. Apenas o Internacional poderia peitar o São Paulo, dentro do Brasil. Mas até 2008, o São Paulo reinou soberano no Brasil. O que poderia então acabar com essa hegemonia? A obsessão pela Libertadores. JJ queria mais do que tudo a conquista do título continental, mas Muricy Ramalho parecia patinar quando o assunto era mata-mata. E assim, o São Paulo foi eliminado em 2006(final), 2007(oitavas), 2008(quartas) e 2009(quartas) na Libertadores, sempre por clubes brasileiros. JJ então, não teve dúvidas: demitiu o técnico tricampeão brasileiro pelo Tricolor. E aí o São Paulo começou a descer a ladeira.

Muricy: Juvenal demitiu o ''Rei do Brasileirão''.

Com ''contratações cirúrgicas''(que mais pareciam pacotões de reforços aleatórios), rixas com presidentes rivais(Andrés Sanchez) e com CBF, por causa da questão Copa no Morumbi, o São Paulo foi se isolando cada vez mais dos outros clubes, graças ao JJ. Como se não bastasse, Juvenal ainda venceu as eleições do clube no ano passado, e hoje cumpre seu terceiro mandato como presidente do São Paulo. Mas a interferência do cartola dentro de campo parece ter chegado a um ponto sem volta. Como no caso de Rivaldo, em que JJ o contratou, o jogador derrubou dois técnicos, e com a chegada de Leão, foi barrado no elenco(e ao que tudo indica, com o apoio da diretoria). A crise política dentro do São Paulo, assim como a do Palmeiras, afeta o rendimento dos jogadores dentro de campo. E estes, mesmo ganhando bem, e sendo pagos para jogar futebol, não conseguem se concentrar em suas responsabilidades. Ainda mais no São Paulo, com um jogador com mais de 20 anos de clube, como Rogério Ceni, que é um líder dentro do elenco, e conta com o apoio de todos os jogadores.

Aposta da diretoria, até agora não jogou o esperado.

Todos achavam que o problema do São Paulo era o elenco(hoje o clube conta com um dos melhores, se não o melhor elenco do país, com reservas que poderiam ser titulares em qualquer clube do Brasil). Com o bom elenco, a culpa caiu no treinador(dois treinadores se foram, e o time continua com o mesmo futebol apático que vem apresentando desde o começo do ano). Agora todos se viram para onde está o verdadeiro problema: na diretoria, e na gestão de Juvenal Juvêncio. Com certeza, Juvenal Juvêncio usaria a frase-logo do Barcelona para expressar o ''seu São Paulo'': Mais que um clube. Mas hoje, o São Paulo é o contrário: Um clube a mais.

Juvenal Juvêncio, o JJ.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Carnaval Boliviano

















por @belamello
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Talking About My Generation

Still Alive! Os anos 80 e essa Zine.

Quem nasceu nos anos 80 (no caso, eu nasci quase no final da década, mas ainda carrego o sangue da última boa geração), aquele tempo que merthiolate ardia e moldou a nossa geração com seu efeito quase pedagógico, certamente lembra dessas músicas. Principalmente o público masculino. Músicas que moldaram nossa infância e nosso caráter.

1. Abertura do Cavaleiros do Zodíaco (de 1994):


Fala sério, até hoje não inventaram anime melhor. Aquele tempo era quase obrigatório o garoto assistir na velha e falecida manchete PELO MENOS o Cavaleiros do Zodíaco.

2. Abertura do Cavaleiros do Zodíaco (de 2004)




O principal público da reprise, na band em 2004, desse anime com certeza foram os fãs que assistiam em 1994. Eu não conheço ninguém que assistia em 94 que não sabe cantar a música dessa abertura também, gravada pelo Edu Falaschi (vocalista do Angra).

3. Abertura do Dragon Ball Z


Eu não conheço uma pessoa com menos de 28 anos que não saiba quem é Goku. Sério.

4. Abertura do Pokemon


Eu sabia o nome dos 150 pokemons originais. Foi pra 152, eu acompanhei. Quando passou dos 200 eu parei. Mas no começo era bom. Não é a toa que o vídeo mais visto no youtube foi justamente dessa música (depois teve um problema com direitos autorais, e foi retirado do ar, por isso não ta mais no pódium oficial do youtube)

5. Chaves - Que bonita sua roupa





Quem não chorou quando o Chaves foi embora da vila, por ser acusado dos crimes do Sr. Furtado, não tem coração.

* Acho Cavaleiros do Zodíaco melhor que Dragon Ball, que é melhor que Pokemon, embora na época esse último tenha me causado mais fissura.
* Naruto e Bleach são legais, bem melhor produzidos e bem menos infantis que CDZ e DBZ, mas falta um pouco do feeling que eles tinham.
* Eu fui em 2 shows do Angra e o público implorava pela música do CDZ. Em nenhum dos dois tocou, sacanagem.
* O Murilo Gun, apresentando-se no Comedy Central do canal VH1, apresentado pelo Danilo Gentilli, falou muito bem do efeito pedagógico do merthiolate, mas não achei no youtube.

@proparoxitono

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Grandes momentos

Certas coisas nós vamos contar para nossos netos.

Stevie Wonder(ful) nunca seria um nome muito cotado para um festival que (teoricamente) deveria ser de rock. Porém ele veio, não viu, mas venceu. Com o perdão da piada extremamente infame sobre sua cegueira, ele proporcionou o momento mais incrível do Rock in Rio.
Talvez por ele não poder ver, ele quis ouvir a platéia gigante que estava lá em baixo, e o fez de maneira genial. O maior clássico brasileiro reconhecido fora do país, a obra prima de Tom Jobim, cantada por 100 mil brasileiros.



Seguida de outro clássico, do grande Toquinho. Foi o único momento do Rock in Rio que foi visto mais a influência brasileira lá fora do que a influência lá de fora aqui no Brasil.
Foi o show da platéia para o artista. Algo tão grande, que daqui 100 anos, em algum blog ou seja lá como será, alguém vai escrever sobre isso e lembrar de quando o público brasileiro fez um show maior que o do artista que estava lá em cima.

* Eu ainda acho que o show completo do Metallica foi melhor. Mas esse foi com certeza, o grande MOMENTO do Rock in Rio.

@proparoxitono

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Marque uma consulta e surpreenda sua parceira

 Sim, eu ainda sou blogueiro em Pasárgada!

Passei um tempo longe de vocês (sei que morreram de saudades), por conta de um momento difícil (superado!). Desculpem a ausência de... (prefiro nem calcular quanto tempo!). E vamos ao que interessa!

Querido leitor, querida leitora, como vai sua vida sexual?

Você já deve ter visto na televisão o comercial de uma famosa clínica especializada no atendimento a homens com problema de ereção e ejaculação precoce. Ao final do comercial, eles sempre dizem: “Marque uma consulta e surpreenda sua parceira!” Essa pequena frase me trouxe uma série de reflexões, e partilho algumas delas com vocês:




1. Quem é o sujeito que o comercial quer atingir? A resposta óbvia seria: homens com problemas de ereção / ejaculação precoce. Mas a questão é mais ampla.

2. O sujeito do comercial é um homem que não fala sobre sexualidade com sua parceira. A frase que destaquei prova isso. Ele marcará uma consulta escondido. Lá dentro farão alguma mágica e, quando ele chegar em casa, surpreenderá sua parceira! Incrível!

3. O comercial traz ainda as seguintes garantias ao cliente: Confidencialidade / Privacidade / Salas de espera individuais / Diagnóstico em UMA consulta. Fiquei imaginando, de fato, se oferecessem uma sala de espera única. Vários rapazes ali sentados, olhando um para a cara do outro, e pensando: “Será que esse tem problemas de ereção ou de ejaculação precoce? E esse outro?” E vejam: o diagnóstico sai na hora! Basta uma consulta. Então o problema não deve ser tão grave assim, não é mesmo?

4. Por que este homem não fala de sexualidade com sua parceira? Bem, e você fala sobre sexualidade com quem? A sociedade exige do MACHO aquela postura de herói, sex machine. Ser garanhão, mulherengo, “pegar todas”, ter um desempenho sexual perfeito e infalível são sinônimos de masculinidade, virilidade, de “ser homem”. Essa associação, masculinidade-ereção, é um tanto equivocada e causadora de sofrimentos.

5. Sei que relações sexuais não acontecem apenas dentro de relacionamentos estáveis, é óbvio. Mas vamos falar sobre essa modalidade de parceria sexual, seja em um compromisso ou não. É aí que eu lamento a falta de diálogo. Que pena que não se costuma falar sobre sexo: apenas se faz ou não se faz. E pior ainda em um casamento, em um dito relacionamento que tende a ser duradouro. Que pena que não se fala sobre sexo, que não se partilham preferências e dificuldades, e justamente com a pessoa que se escolhe para dividir uma vida.

Minhas reflexões iriam mais longe, mas deixa pra semana que vem! Finalizo apenas com os comentários:
- HOMENS, falem sobre sexo com suas parceiras! Essa sim é a melhor maneira de se surpreender!
- HOMENS E MULHERES, concordem, discordem, mas COMENTEM!

Beijo nas crianças!

Palmeiras: time grande até quando?



Quando dizem ''clube grande'', normalmente pensamos em times que sempre brigam por títulos, se acostumaram a estar no topo da tabela, e com grandes jogadores no elenco. Mas ultimamente, é possível observar uma nova modalidade de clube grande: aquele que só tem história, e não tem presente. O maior exemplo disso é o Palmeiras. O Verdão, que chegou a ser considerado o ''Clube do Século XX'', não ganha um título a nível nacional há mais de 10 anos. Pior: O número de torcedores caiu, em relação à década passada, segundo levantamento feito no ano passado. Acostumado a disputar grandes torneios, sempre com grandes equipes, o Palmeiras não soube se modernizar, e por uma série de fatores(torcida impaciente, diretoria que expõe demais os jogadores, estes, por sua vez, com altos salários e baixo rendimento), o clube vive um momento decadente, e luta para não se tornar, uma ''nova Portuguesa'', ou seja: clube grande da capital que só tem história, mas atua como time pequeno.

Esta má fase do Palmeiras não é de hoje. Os mais velhos podem se lembrar com mais facilidade que, o último grande título do Palmeiras foi em 1999, com a conquista da Copa Libertadores da América. No ano seguinte, o vice-campeonato do mesmo torneio. O que era pra ser a continuação de um grande momento vivido pelo clube, se tornou um dos piores, se não o pior momento da história do Verdão: o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2002, com um time que contava com o recém-campeão mundial Marcos, o paraguaio Arce(um dos melhores cobradores de falta da história do futebol), o volante Galeano, entre outros craques. Em 2003, a disputa da série B fez com que o clube caísse um pouco na realidade: se não mudassem a forma com que administram o clube, viveriam mais momentos decadentes, como a passagem pela Série B. Um período regular em 2004 e 2005. E em 2006, com a volta do ''Animal'' Edmundo, novo patrocínio da Adidas, e mais dinheiro dentro do clube, todos os torcedores pensaram: ''agora vai!''. Mas não foi. O Palmeiras decepcionou na Libertadores de 2006 e 2007, e perdeu diversos jogadores importantes do elenco.


Libertadores 99: Palmeiras campeão com Felipão

Tudo estava prestes a mudar em 2009, quando assumiu a presidência do clube o economista Luíz Gonzaga Beluzzo, homem centrado, que tinha tudo para fazer com que o Palmeires voltasse a ser realmente um time grande. Mas não fez. Belluzzo se mostrou um homem despreparado para presidir um clube do porte do Palmeiras. Fez grandes contratações, torrou o dinheiro do clube, e teve de renovar com todos os jogadores do elenco, quando disse que ninguém sairia para a Europa no meio do ano. O resultado foi um dos maiores vexames da história do Campeonato Brasileiro: O Palmeiras, que havia liderado quase toda a competição, ficou em 5° no final, e nem vaga para a Libertadores do ano seguinte conseguiu. Problema resolvido? Não. Ainda houve o caso de agressão ao atacante Vágner Love por parte da torcida, o que intimidou possíveis contratações do clube para o ano seguinte. Além disso, restaram os ''elefantes brancos'' dentro do elenco: jogadores caros, que não tinham mais clima para estar no clube, como Diego Souza, e o técnico Muricy Ramalho. O Palmeiras estava em declínio.

Muricy: não obteve resultados no Verdão

Esta semana, houve mais um caso de agressão. Desta vez, a torcida resolveu tirar satisfações do volante reserva João Vitor. Sobrou para o garoto de 23 anos, que apanhou de torcedores(ou terroristas disfarçados de torcedores, como costuma brincar Tiago Leifert), insatisfeitos com o desempenho do clube. E estes, somados à diretoria do clube, que insiste em expôr tudo o que se passa dentro do clube. O resultado é vísivel: o clube simplesmente não consegue ganhar dentro de campo, mesmo com um dos melhores técnicos do país, e perde jogadores importantíssimos, como Kléber, pelo fato de não saber controlar a língua de seus dirigentes.

João Vitor: mais um agredido pela torcida

Na contramão disso tudo, temos o bom momento vivido pelos clubes do Rio: Botafogo, Vasco, Flamengo e Fluminense. Todos estão entre os 6 primeiros, com jogadores que tem feito a diferença dentro de campo, mas sem tanto nome(com exceção de Ronaldinho e cia), o que representa uma folha salarial média. Ou seja: gasta-se o normal, e o time vai bem dentro de campo.

Santistas estão felizes com a conquista da Libertadores desse ano, e com Neymar e Ganso. Corinthianos estão satisfeitos com o time disputando o Campeonato Brasileiro todos os anos. São-Paulinos estão acostumados a ter grandes jogadores no time, este sempre disputando posições na parte de cima da tabela. E os Palmeirenses?

por: Leonardo Lopes(@leoglopes)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Problema do Sr. Rosas

Olha, ele voltou!

O Rock/Pop in Rio acabou. Foi melhor que o esperado, teve muita coisa boa, muita coisa ruim, muita coisa péssima e o Guns'n Roses.
O que se viu no último show do festival foi uma banda desconstituída com um vocalista acabado, arrogante, desafinado e sobrevivendo da própria lenda. Atrasado como sempre, o Sr. Axl Roses deu a impressão de já entrar no palco cansado e sem folego. Não conseguiu cantar como cantava nem ter a presença de palco que tinha. Claro, isso acontece com todo mundo, aos 49 anos já não tem a mesma disposição dos seus 25, por isso que inventaram um lindo instituto chamado "aposentadoria".
Mas a idade é o menor dos problemas do Axl. James Hetfield, vocalista do Metallica, aos 48, apenas um a menos que o Axl, fez o melhor show do festival. Lemmy, vocalista e baixista do Motorhead, já conta com seus 65 anos e não passa vergonha. O problema não é a idade, mas a clara falta de vontade que se via no show. Todos os outros integrantes tentaram fazer uma apresentação digna da sua posição no festival, mas não Axl. O show já começou mais atrasado que o esperado (até porque nunca se viu um show do Guns que o Axl não tenha atrasado muito), quando começou, não se via quase nenhuma interação com o público. Quando tocaram a clássica Patience, eu quase chorei - não porque a música é bonita, mas pela cara de tristeza e desanimo que Sr. Roses estava.
Eu nunca fui o maior fã de Guns do mundo, mas vou deixar aqui as palavras de @javierfreitas, um ex-gunner:

"YOU KNOW WHERE YOU ARE, AXL?


O show do Guns N’ Roses de ontem no Rock In Rio foi uma verdadeira demonstração de como a vida pode ser. Como? Simples! Algumas pessoas podem estar cada vez mais decadentes, não passarem de uma sombra do que costumavam ser, mas ainda mantêm-se em um pedestal de orgulho e arrogância e com o ego sempre lustrado, brilhando.

Algumas dessas pessoas não deram a sorte de ser o Axl Rose, alguém consagrado dentro de algum ramo, no caso de Axl, o do Rock N’ Roll. Mas nem mesmo Axl Rose, com toda a bagagem que tem dentro do rock, não conseguiu convencer, pelo menos não ontem.

O Guns N’ Roses tinha tudo pra fazer o melhor show deste Rock In Rio. Era headliner do dia do encerramento e era tida como a principal atração do festival.

Horas antes, a assessoria do festival divulgou um suposto setlist; com nada menos do que 39 (sim, trinta e nove!) faixas. Antes disso, Axl chegou em um vôo fretado ao Rio de Janeiro, no dia do show, pois havia conseguido a proeza de perder seu avião. O restante da banda já estava no Rio, pois tinha vindo em vôo comercial.

No palco, vestido com uma capa de chuva ao melhor estilo Inspetor Bugiganga, diga-se de passagem; Axl não arriscava movimentos bruscos, não fazia suas tradicionais dancinhas e nem dava seus longos piques pelo palco. A suposta falta de forma física não era desculpa, pois no mesmo Rock In Rio há exatos dez anos atrás, quando Axl já voltava depois de um longo período de hibernação, estava claramente mais gordo do que aparentava estar ontem, e mesmo assim não desistiu de tentar dar um grande show para o publico que ali estava.

A chuva torrencial que caia na Cidade do Rock inundou o palco, o que talvez tenha sido o real motivo da apatia de Axl Rose. Mas por outro lado, algo parecia incomodar o frontman do Guns N’ Roses.

Porque mesmo com o palco virado em uma piscina, os membros da banda não deixaram a desejar em presença, sobretudo os carismáticos guitarristas DJ Ashba e Richard Fortus que tentavam a todo custo, animar o publico e vez ou outra obtinham sucesso, assim como o baterista Frank Ferrer, que religiosamente quase que ao fim de cada musica, puxava o coro de “Guns N’ Roses” no seu bumbo.

Aliás, perto do final do show, quando a banda tocava a clássica Nightrain, do Appetite for Destruction, Ashba foi de encontro ao publico e na volta ao palco mandou sua guitarra ao chão e arremessou-a para longe. Provavelmente tenha sido o momento efetivamente, mais rock n’ roll da apresentação da banda.

Mas por outro lado, os tecladistas Chris Pittman e Dizzy Reed mantiveram-se tal como o Axl Rose, estando ali por obrigação, jogando pra cumprir tabela, além do baixista Tommy Stinson, que de tão apático, e também pelo seu jeito “indie-comportadinho” de se vestir, parecia que tinha saído do Radiohead para estar ali.

Axl entrou ao palco com mais de duas horas de atraso. Se Rihanna que chegou esses dias no mainstream se deu ao luxo de atrasar uma hora, por que Axl Rose, que é mais “diva” do que ela e levou 15 anos pra lançar um disco, atrasaria menos do que isso?

Mas se quem estava lá, esperava uma apresentação apoteótica, pode ter certeza de que saiu frustrado. Axl não conseguia alcançar as notas mais altas de seus agudos que, costumavam ser estridentes, ao ponto de doer os ouvidos. Nos graves, ele ainda vai bem, como foi visto em musicas como It’s So Easy e Knockin’on Heaven’s Door.

Uma das grandes surpresas do show foi a execução da épica e longa Estranged, de quase 10 minutos, que não era tocada ao vivo desde 1993, quando Slash e Cia ainda estavam na banda. E pasmem vocês, mas Axl não errou a letra. Pelo menos não aqui, mas por outro lado; cometeu erros infantis em November Rain e mandou um assovio todo desengonçado em Patience.

Por fim, a banda mandou Paradise City, com um Axl arriscando algumas rodadas com o pedestal na mão. Porém, naquela altura do show, já era tarde.

Aliás, a julgar pela apresentação de ontem, salvando-se a banda, que tecnicamente é muito boa e em nada fica devendo para a formação original, já está tarde pro Axl e não é de hoje."

Axl tem 3 possibilidades hoje: Ele pode continuar do jeito que ta e ficar conhecido na história como o homem que fez muito quando jovem e terminou a vida decadente; tentar entrar de novo em forma pra ter fôlego pra um show inteiro e dar um jeito de recuperar a sua afinação; ou aposentadoria, o que seria o mais lógico e sensato.



* Não acho que a atual banda se compare com a clássica. Falta feeling.
* O problema não é apenas as apresentações ao vivo. O último disco da banda, o Chinese Democracy, que levou 15 anos pra ser lançado, é digno do atual status do Axl.
* O melhor show do RiR foi do Metallica, e o melhor momento foi o público do Steve Wonder cantando Garota de Ipanema.
* O Serj do System of a Down tem a presença de palco que eu tinha, quando interpretava árvores nos teatros da escola.
* Desculpem pelas últimas semanas. Trabalho, Tcc e Rock in Rio na televisão me impediram. Ta facio pa ninguem.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Stripes





























Salve! Essa foto foi tirada aqui na Argentina numa exposição fantástica do Carlos Cruz-Diez (clique no nome para conhecer seu trabalho). Quem estiver planejando vir para Buenos Aires por agora, essa exposição está valendo MUITO a pena! É no MALBA (Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires). Adiós!

Por @Belamello 
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08 de Outubro - Dia do Nordestino.

Enquanto alguns setores definem como mais uma data hipócrita presente em nosso vasto calendário de comemorações indevidas, outros segmentos afirmam que o dia 08 de outubro é uma homenagem bastante merecida para os milhares de nordestinos espalhados por todos os cantos do país. Contudo, podemos afirmar que, independente da forma de interpretação sobre a essência desse data, ainda falta muita discussão para chegarmos, de fato, a um consenso sobre a importância do povo nordestino na história do Brasil.

Infelizmente, o nordeste brasileiro, ainda é cenário de relevantes índices de exclusão social, miséria e subdesenvolvimento. E são por esses e outros motivos que o processo de emigração se tornou um acontecimento constante, principalmente no século XX, período em que vários nordestinos abandonaram suas casas, para "arriscar" uma vida mais dígna em outros estados brasileiros, principalmente em São Paulo e no Distrito Federal.


No entanto, também podemos concordar que, devido a essa onda migratória, as cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília tiveram uma grande oferta de mão-de-obra disponível e consequentemente, se desenvolveram, tornando-se grandes centros econômicos, porém esse desenvolvimento veio acompanhado por muita miséria e exploração, e as vítimas normalmente eram as famílias nordestinas que se viam abandonados em uma terra estranha e distante de suas verdadeiras origens.

Mais uma vez, o suor do povo nordestino contribuiu para o crescimento econômico da nação, assim como ocorrera nos remotos tempos coloniais, onde o nordeste era o grande centro econômico e político da América lusitana, e devido as lavouras de cana-de açúcar, o Brasil torna-se o maior produtor mundial de açúcar nos séculos XVI e XVII. Além disso, não podemos deixar de ressaltar a grande relevância política que a região teve para o processo de emancipação brasileira, tanto com os anseios da Revolução de 1817, quanto pela gloriosa Confederação do Equador de 1824, onde os verdadeiros heróis de nossa história denunciaram o autoritarismo imperial.

E nesse contexto, nos deparamos com um grande dilema: protesto ou homenagem? Como podemos explicar o dia 08 de outubro? Segundo um estudo do governo federal, aproximadamente 30% da população paulista é composta por nordestinos que são remunerados com os menores salários, além de ter a maior jornada de trabalho. E são por questões como essas que precisamos repensar o nordeste brasileiro, ora, se a história do Brasil se confunde com a própria história do nordeste, se importantes cidades foram e ainda são construídas pelo sangue, suor e lágrimas dos nordestinos, porque ainda prevalece tamanha desvalorização e desrespeito ao povo nordestino?

Diante disso, não podemos deixar de concordar que tal homenagem cívica, somente se tornará válida, quando a realidade social do país for mais favorável, não somente para o nordestino, mas para o povo brasileiro, pois é esse que detém o poder originário sobre as diversas instituições públicas que regem os rumos na nação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Partido dos Trabalhadores - 30 posts, parte 3

Olá queridos e queridas, como vão?

Demorei (de novo) mas voltei... Isso já é uma constante, a demora, a volta... ainda bem que há sempre a volta =)

Pois bem, continuando a sequência dos 30 posts, faço a terceira parte sobre uma das partes mais importantes e conflituosas de minha vida adulta, o Partido dos Trabalhadores.


O PT entrou cedo na minha vida, ainda adolescente eu me interessei pelas ideias diferentes e por me desviar do senso comum. Procurei no PT o espaço para diálogo e debate que faltavam em minha vida de trabalhador assalariado e estudante secundarista. Encontrei.

Acontece que tudo que fiz no PT, foi realizado na minha cidade, Piracicaba, interior de SP.
Piracicaba, da qual eu já falei aqui no primeiro dos 30 posts, é uma cidade conservadora, provinciana. É uma cidade que não gosta muito do PT... e isso faz com que o próprio PT sofra por lá. Bata cabeça e seja acometido por uma síndrome de pequeno poder!
As pessoas ficam roendo o osso e pisando umas nas outras, para manter (ou conquistar, mas pouco conquistar) um pedacinho de um poder que não representa quase nada.

Isso traz prejuízos enormes para o grande projeto do Partido dos Trabalhadores. Projeto que agora só faço parte como um "torcedor" e simpatizante, pois, após 13 anos de partido, eu me desfiliei.

Reproduzo aqui a minha carta de desfiliação, onde conto um pouco a minha trajetória, meus rancores e minhas conquistas:

Ao Partido dos Trabalhadores, Diretório Municipal de Piracicaba.

Peço aos companheiros que, por favor, formalizem meu desligamento do Partido dos Trabalhadores, fazendo minha desfiliação.
Não sou mais residente em Piracicaba e pretendo seguir minha luta política em minha nova cidade de residência, sem mais estar atrelado ao PT e especialmente ao DM de Piracicaba.
Aos que aguardavam esse momento para julgar, difamar e até comemorar a situação, é o que basta saber.

Aos meus verdadeiros companheiros, tenho um pouco mais a dizer.
Me filiei ao PT no ano de 1998, na campanha vitoriosa de nosso companheiro e meu querido mestre, José Machado. Campanha onde, aos meus 16 anos, conheci figuras importantes na minha vida. Campanha que me levou a participar da Juventude do PT. Uma campanha muito dura, em que tínhamos rejeição aos demais candidatos, inclusive a nossa candidata a deputada estadual, que foi derrotada.
Foi a campanha eleitoral que me introduziu a política. Debates nas esquinas, enquanto entregava panfletos. Chuva na porta de escolas. Aleluia de madrugada. Fiscal para brigar por espaço nas seções e zonas eleitorais. Apuração no ginásio.
Depois de 1998, não deixei de participar de nenhuma campanha. Todas elas fazendo campanha para o PT. Todas elas na rua, com bandeira, com estrela no peito.

Em 1999 (se não me falha a memória), fomos à Brasília na “marcha dos 100 mil pelo Brasil”. Depois dessa, vieram outras viagens. Protestos, marchas, lutas.
Conheci figuras que mudaram minha vida. Seu Lima, Fausto Forti e Téo, Pablo e Vanessa, Ronaldo Almeida, Brasilino Paiva, Jeferson Goulart, César Nadoti, Dr. Alexandre, Edson. Essas viagens me renderam professores a quem entrego para sempre minha admiração e respeito, rederam amigos de lutas, de bares e de sonhos, me rendeu um irmão. Um verdadeiro irmão.
Foi por mim que fiquei no PT até hoje. Por minha vontade, crença e por minha ideologia. Também por mim, acredito que meu ciclo no PT acabou.
Por eles, sinto pesar em sair. Só por eles.

Foi em 2000 que conheci o verdadeiro PT. As lutas internas, as forças “ocultas”.
Em 2000, depois de mais uma campanha vitoriosa, vi a transformação de muitos militantes em vorazes devoradores de cargos. Houve declarações de guerra. Muita disputa. Eu, que entregava panfleto para o Machado e fazia faculdade de Geografia, virei estagiário na nova gestão do PT.
De estagiário para Coordenador de Políticas Públicas para a Juventude. De Coordenador para inimigo declarado de algumas figuras do nosso partido.

Foi na caça as bruxas da campanha de 2004, onde se buscavam culpados pela derrota, que fui chamado para a Comissão de Ética do Partido. Daquela Comissão de Ética só reconheço a autoridade do companheiro Cláudio Arruda, e não por ser falecido, mas por ser o único que buscava explicações e não simplesmente uma fogueira inquisidora.

Como creio que, da forma que apontei no início desse documento, só meus verdadeiros companheiros continuaram a leitura, posso dizer a vocês de peito aberto: Me acusaram de fazer campanha para o PSDB. Aos que estiveram nesses 13 anos ao meu lado, militando, debatendo, lutando... seria isso possível? Aos companheiros que já ouviram essa história contada por mim, seria possível que eu defendesse um amigo em um momento difícil? Pois, vocês sabem das respostas.

Acontece que, naquele momento, muitos pularam grudados em bóias. Outros nadaram até se afogar. Poucos ficaram junto do navio. Eu fiquei até vê-lo afundar de vez.
Ao ponto de em 2008, trabalhar voluntariamente e ser o único carro não remunerado a fazer aleluia de material na madrugada antes da eleição. Abandonaram o companheiro Boldrin. Derrota anunciada? Sim. Desistir por isso? Não. Na noite chuvosa, estávamos rodando a cidade toda, eu no meu carro, Ronaldo no dele. Terminamos depois da votação já estar aberta. Uma noite na rua, enquanto os inquisidores de quatro anos antes dormiam confortavelmente. Na manhã seguinte, rumamos para as seções, para trabalharmos de fiscal.

E o “mensalão”, que retirou do PT figuras importantes? No momento em que era preciso lutar e enfrentar, os dedos que apontaram em muitas situações, serviram para apontar para o partido, como se o partido fosse feito apenas por aqueles que estavam envolvidos nas questões. Muitos de nós assumimos o PT para nós. Somos o PT e por isso, não somos desses que cometem desses “deslizes”. Mas, quanta gente fugiu!

Pois é, quanto orgulho, quanta mágoa, quanta força desse PT. Tanto sentimento assim, só pode vir do amor mesmo. Estou aqui, escrevendo e olhando para minha carteira de filiação, amarela e com os dizeres: “orgulho de ser PT”.
Em alguns círculos sou chamado de “Fábio do PT”, vejam só.

Recentemente, voltando a Piracicaba, cidade onde militei e vida toda e onde ainda voto, fiquei sabendo que os vereadores aumentaram seus salários em 75%.
“Mas e o vereador do PT, votou contra?”, foi minha pergunta imediata. Mas a resposta foi negativa. Que vergonha. De novo a indignação.
Cidade dominada pelos tucanos, com uma única voz “nossa”, que se cala. Ou pior, que ecoa do lado de lá. Vai saber, já não me interessa.
Quando interessou, ouvi algumas pérolas, como uma que dizia: “você não é de Piracicaba, mora em Recife, o que quer falar?”. E uma outra, que dizia: “De que adianta isso? Reclamar para não mudar nada? Protestar não adianta, não resolve, só serve para tipos como você”.
Sabe o pior? Essas pessoas conseguiram minar a resistência dos poucos que podiam protestar contra esse abuso.

Pessoas como eu. Que ao tentarem mostrar sua cara no PT, são julgadas (com preconceito e ignorância, quase sempre).

Que seja. Estou com o coração e com a história política em Piracicaba, não com o corpo. Pois também não estarei mais com o voto.
Pessoas como eu, que ainda acreditam no povo e nas ruas, nas marchas e nas conquistas. Pessoas como eu não querem desistir.

Não sou morno, luto e vivo o que acredito e por isso mudarei minha atuação política. Saio orgulhoso do que fiz e conquistei e agradeço aos verdadeiros companheiros. Contem comigo.

Minhas últimas PT saudações vão para vocês,
Um abraço e que a luta continue.

Atenciosamente,
Fábio da Silva Paiva


então é isso...a luta continua!
e lutar é uma satisfação!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre o retorno de saturno

Olá queridos.
Demorei para escrever de novo, não?
Andei trabalhando demais, sem muito fôlego para reflexões (uma das grandes estratégias do capitalismo, não?)

Queria contar pra vocês que na semana passada fiz 28 anos.

- Meu Deus, sabe, assim, o medo de ficar velha? 

Dizem os astrólogos que os 28 anos é uma idade de extrema importância para a vida de uma pessoa.É, neste momento, que o planeta saturno completa um volta inteira no zodíaco e retorna ao ponto inicial do mapa astral na ocasião do nascimento.
Trata-se do temível "Retorno de Saturno"
O saturno retorna e as cobranças por mudanças internas profundas se renovam e se intensificam: "não é mais um tempo de ilusões e sim de definições"
***

Pensando em tudo que vivi nos últimos dois anos (fim do mestrado, fim de noivado, emprego novo, desafios novos e, por aí, vai...) resolvi  que queria comemorar meu aniversário em casa! Seria uma jeito "amigável" de dar boas vindas a Saturno.
Chamei amigos próximos: 15 confirmaram.

Fiquei feliz. Na minha cabeça, este dia de comemoração seria assim:

- Sabe, assim, todo mundo bebendo e ficando alegre?

Mas, na hora "H", pouquíssimas pessoas vieram.
Estava chovendo horrores em São Paulo.
A festa ficou por conta das pessoas da minha família que estavam presentes e alguns poucos amigos. 
O meu maior pesar, neste dia, foi não contar com a presença das minhas avós. Elas deixaram de vir, pois julgaram que seriam inconvenientes em meio a tantos jovens que estariam na festa.
(mas que não estavam)

Se eu pudesse materializar a sensação que tive em relação a tudo isso, seria esta:

Meio looser, né? Mas tudo bem.
Aceitar a vida é aceitar essas ocasiões também, incluindo a frustração e tristeza.

***

Sobre amizades, 28 anos e ser maduro:

Pensei muito se ia postar essa história.
A vida, hoje em dia, nos obriga a ser feliz, alegre e desejantes a qualquer custo, não?
E, se de repente, a gente precisar dizer que há tristeza e frustração também? Por que não?

Sei que este post mais parece uma história chata de uma página de diário. Mas resolvi escrevê-lo por que há muitos elementos que me fez pensar um bocado.

O primeiro deles é em relação à internet: 
Muitas das  pessoas mandaram mensagens se desculpando e explicando a ausência. Algumas mensagens por facebook e outras por celular: apenas uma pessoa ligou e ouviu a minha voz.
Hoje fica muito mais fácil  não nos responsabilizarmos pelo outro, quando se tem a vida do outro totalmente disponível em tempo real para conhecermos, mas não para estarmos junto.
Uma mensagem sempre basta e justifica tudo.
Honestamente, eu faço isso o tempo todo e está na hora de eu também estar com as pessoas de verdade, para além das relações frágeis que oscilam entre mensagens curtas e "curtir".

O segundo é em relação à maturidade: 
Eu entendi cada justificativa que me deram. Não fiquei com raiva, nem quis terminar a relação de amizade com ninguém. Só falei com toda-sinceridade-do-mundo tudo que senti.
Inclusive, já, em muitas ocasiões, deixei de vê-los por julgar ter coisas mais importantes para fazer. 
Alguns, até mesmo, deixei de conversar com frequência nas épocas em que estava namorando: o grande e velho erro dos amantes (deixar de lado as relações de amizade).

O terceiro e mais importante: sempre convidarei minha família antes de qualquer pessoa para uma futura festa. Com eles, tenho a certeza que sempre que me faltar carinho, haverá o ninho.

Pode vir Saturno, tô preparada.

domingo, 2 de outubro de 2011

Brasil, o país da... economia.


A 27a rodada do Brasileirão 2011, ocorrida neste último final de semana, foi quente. E muito. Confronto entre líder e vice-líder; o retorno aos gramados do centroavante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010, contra um dos times que briga pelo título, entre outros. Porém, o que se espera de um jogo de futebol é óbvio: espetáculo, gol, FUTEBOL, no melhor sentido da palavra, e não apenas grandes craques em campo. Entretanto, o que se tem visto ultimamente é uma movimentação muito maior dentro dos clubes, internamente, do que do próprio time dentro do gramado. E essa última rodada provou que há muita expectativa , e pouca resposta dentro de campo, ao trabalho que é feito na parte administrativa dos clubes brasileiros, de uma forma geral.

Há alguns anos atrás, seria quase impossível imaginarmos que alguns craques do futebol brasileiro poderiam atuar no Brasil, mesmo com alguma bola ainda para gastar na Europa. E mais inimaginável ainda seria ver craques que surgiram do nada, e se tornaram o melhor jogador de seu time, encantando o país e o exterior com suas jogadas, casos como os de Neymar e Lucas, rejeitarem propostas da Europa e continuarem em seus clubes no Brasil. Todos nós sabemos que, o que banca o retorno de nossos craques, e a permanência de estrelas no país, são os patrocínios, poder de compra da população... ou seja: a certeza dos clubes de que seu investimento terá retorno; e tudo isso só é possível pelo bom momento que a economia brasileira vive. Para facilitar, basta pegar o exemplo de nossos hermanos argentinos: a economia do país vive um péssimo momento, e isso reflete nos clubes: River Plate na segunda divisão, craques saindo antes de estourarem em seus clubes, liga nacional sem nenhum poder. Antes, nossos jogadores tinham de escolher entre a felicidade no Brasil(vide Romário e Edmundo), ou a independência financeira(Ronaldo, Rivaldo...). Agora, eles têm os dois aqui mesmo.


Em consequência disso, podemos facilmente, nos dias de hoje, acompanharmos duelos entre craques como Luís Fabiano e Ronaldinho, Neymar e Ronaldinho, Neymar e Lucas, e alguns que ainda estão por vir, como Adriano ''Imperador''. O problema é: com as contratações, muita expectativa é criada para que esses jogadores arrebentem dentro de campo, mas muitas vezes, vemos atuações apáticas, tirando um ou outro lampêjo de genialidade de alguns. Os jogadores brasileiros melhoraram de nível? Os craques que voltam da Europa, hoje, voltam em um ritmo lento, e se surpreendem com a melhora dos jogadores brasileiros? Ou hoje em dia a composição tática do time vale muito mais do que um ou dois bons jogadores?



Enquanto tentamos responder a essas perguntas, vamos acompanhando a acirrada disputa do Campeonato Brasileiro, que hoje tem 6 times que brigam para ser campeão, a 11 rodadas do fim... algo que nenhuma outra liga do planeta proporciona à seus torcedores. Devemos fazer a nossa parte agora: torcer, acompanhar nossos clubes, frequentar estádios, alimentar nossa paixão pelo esporte, pelo futebol, e sobretudo pelos nossos clubes, para que momentos como o de hoje no jogo São Paulo x Flamengo (que apesar de ter sido um jogo relativamente fraco tecnicamente, contou com público de 63 mil pessoas em uma tarde chuvosa, e que não contou com nenhuma briga dentro ou nos arredores do estádio, segundo a PM-SP) possam se repetir por muito mais vezes; e para que o futebol volte a ser visto como uma boa opção de lazer para famílias. Vale a pena para todos.
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Gostaria de me apresentar. Meu nome é Leonardo Lopes(@leoglopes), tenho 16 anos, e sou de Marília, interior de SP. O Fábio me convidou para escrever semanalmente no blog, me mostrou o projeto, e gostei bastante da ideia. Vou publicar textos aqui todo domingo/segunda-feira, sempre sobre futebol; ou uma análise entre o futebol e algo mais, como fiz nesse post. Espero que gostem!