Zine Pasárgada foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.
O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.
O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Só mais um Silva
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Perito Moreno
Há 09 Anos, O Brasil Testemunhou a Vitória da Classe Trabalhadora Brasileira.
Veja o Primeiro Discurso de Lula Após a Vitória em 2002:
Bem, eu quero dizer a todos vocês que amanhã, por volta da meio-dia, nós iremos fazer uma coletiva, onde eu irei fazer um pronunciamento. Hoje é apenas alguns agradecimentos.
Primeiro, eu quero dar parabéns ao povo brasileiro pelo extraordinário espetáculo de democracia que ele deu no dia 27 de outubro de 2002, escolhendo o seu presidente da República e seus governadores.
Segundo, eu queria agradecer e cumprimentar o comportamento das autoridades que cuidaram do processo eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral e o seu presidente, Nelson Jobim. Meus agradecimentos ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelo fato de ter anunciado à sociedade brasileira que possivelmente tenhamos a mais sensata e a mais democrática transição já vista no nosso país.
Quero agradecer aos milhões e milhões de homens, mulheres e adolescentes que votaram em mim e no companheiros José Alencar e agradecer aos milhões e milhões de homens, mulheres e adolescentes que votaram no meu adversário, que se abstiveram de votar, porque eu acho que essa atitude, esse comportamento do povo é o que consolida a democracia no nosso país.
Quero dizer para vocês que esse resultado eleitoral me obriga a afirmar a todos vocês que, embora tenha sido eleito pelo meu partido e pelos aliados do PC do B, do PL, do PCB e do PMN, a partir do dia 1º de janeiro, eu serei presidente de 175 milhões de brasileiros.
Queria dizer para vocês que a responsabilidade de governar é muito grande. Eu e minha equipe iremos governar esse país, mas não seria exagero dizer pra vocês que apenas um presidente, o seu vice e a nossa equipe não será suficiente para que a gente governe o Brasil com os seus problemas, portanto nós vamos convocar toda a sociedade brasileira, todos os homens e mulheres de bem desse país, todos os empresários, todo os sindicalistas, todos os intelectuais, todos os trabalhadores rurais, toda a sociedade brasileira, enfim, para que a gente possa construir um país mais justo, mais fraterno e mais solidário.
Por último, eu quero me dirigir à comunidade internacional. Acho que o Brasil pode jogar um papel extraordinário nesse continente americano, para que possamos construir um mundo efetivamente de paz, onde os países possam crescer economicamente e possam crescer do ponto de vista social para todo o seu povo. E farei o que estiver ao alcance do presidente da República do Brasil para que a paz seja uma conquista definitiva do nosso continente.
Quero dizer ao meu querido companheiro Genoino que você não perdeu a eleição, porque você não era governador, você apenas deixou de ganhar.
Mas você vai perceber, meu companheiro Genoino, que, se você souber tirar proveito, uma derrota vai te deixar muito mais maduro, muito mais preparado e muito mais perto da próxima vitória. Para quem veio de Quixeramobim, ter 40 e poucos porcento de votos em São Paulo. Você, Genoino, foi um dos candidatos mais brilhantes que eu conheci. Se todo mundo tivesse o seu bom humor e a sua vontade, meu caro, o Brasil seria infinitamente melhor.
Eu quero aqui agradecer à minha companheira Benedita da Silva. A Benedita que, convencida pelo Zé Dirceu e por mim, foi cumprir um mandato de nove meses, numa situação extremamente difícil. Eu não tenho dúvida nenhuma que a Benedita fez o que era possível fazer no período que ela fez. Eu quero aproveitar e dizer aqui para vocês que o que mais me incentivou a convencer a Benedita a assumir o governo do Rio foi o fato de ela ser negra. E ela assumir o governo do Rio de Janeiro foi a maior conquista dos negros depois da libertação dos escravos neste país.
Por fim, eu quero dizer pra vocês que o Brasil está mudando em paz. E, mais importante, a esperança venceu o medo. E hoje eu posso dizer para vocês que o Brasil votou sem medo de ser feliz.
Por último, eu quero agradecer essa extraordinária figura. Eu não vou elogiar os meus dirigentes, que estão aí. Já conversei com meu adversário, José Serra, recebi um telefonema dele agora pouco. Já conversei com muitas outras pessoas pelo país afora. Já agradeci em púlbico à minha mulher durante muito tempo, durante a campanha. Mas acho que esse companheiro aqui não foi a única mas foi uma das coisas mais extraordinárias que aconteceram nessa campanha de 2002. Zé Alencar e eu não vamos ser um presidente e um vice. Nós vamos ser parceiros nos bons e nos maus momentos, vamos ser companheiros. E vocês sabem que, quando eu falo companheiro, falo companhiro com uma coisa muito forte no coração, porque nem todo irmão é um grande companheiro, mas todo companheiro é um grande irmão. E você é um grande companheiro, meu querido Zé Alencar.
É que eu não posso ficar com o microfone que eu tenho vontade de falar. Nós vamos ter que ir para a avenida Paulista, tem muita gente lá. Amanhã nós vamos ter uma coletiva, mas... que vou fazer um pronunciamento. Eu ainda tenho que cumprimentar algumas delegações de estrangeiros que estão aí.
Quero agradecer do fundo da minha alma a todos os companheiros que no primeiro turno e no segundo turno trabalharam de forma incansável. Quero agradecer à direção do meu partido e a direção dos partidos aliados. Quero dizer que sem vocês eu não seria o Lulinha paz e amor dessa campanha. Muito obrigado.
Veja Alguns Vídeos da Saga Eleitoral de Lula:
A crise no São Paulo.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Talking About My Generation
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Grandes momentos
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Marque uma consulta e surpreenda sua parceira
Passei um tempo longe de vocês (sei que morreram de saudades), por conta de um momento difícil (superado!). Desculpem a ausência de... (prefiro nem calcular quanto tempo!). E vamos ao que interessa!
Querido leitor, querida leitora, como vai sua vida sexual?
Você já deve ter visto na televisão o comercial de uma famosa clínica especializada no atendimento a homens com problema de ereção e ejaculação precoce. Ao final do comercial, eles sempre dizem: “Marque uma consulta e surpreenda sua parceira!” Essa pequena frase me trouxe uma série de reflexões, e partilho algumas delas com vocês:
1. Quem é o sujeito que o comercial quer atingir? A resposta óbvia seria: homens com problemas de ereção / ejaculação precoce. Mas a questão é mais ampla.
2. O sujeito do comercial é um homem que não fala sobre sexualidade com sua parceira. A frase que destaquei prova isso. Ele marcará uma consulta escondido. Lá dentro farão alguma mágica e, quando ele chegar em casa, surpreenderá sua parceira! Incrível!
3. O comercial traz ainda as seguintes garantias ao cliente: Confidencialidade / Privacidade / Salas de espera individuais / Diagnóstico em UMA consulta. Fiquei imaginando, de fato, se oferecessem uma sala de espera única. Vários rapazes ali sentados, olhando um para a cara do outro, e pensando: “Será que esse tem problemas de ereção ou de ejaculação precoce? E esse outro?” E vejam: o diagnóstico sai na hora! Basta uma consulta. Então o problema não deve ser tão grave assim, não é mesmo?
4. Por que este homem não fala de sexualidade com sua parceira? Bem, e você fala sobre sexualidade com quem? A sociedade exige do MACHO aquela postura de herói, sex machine. Ser garanhão, mulherengo, “pegar todas”, ter um desempenho sexual perfeito e infalível são sinônimos de masculinidade, virilidade, de “ser homem”. Essa associação, masculinidade-ereção, é um tanto equivocada e causadora de sofrimentos.
5. Sei que relações sexuais não acontecem apenas dentro de relacionamentos estáveis, é óbvio. Mas vamos falar sobre essa modalidade de parceria sexual, seja em um compromisso ou não. É aí que eu lamento a falta de diálogo. Que pena que não se costuma falar sobre sexo: apenas se faz ou não se faz. E pior ainda em um casamento, em um dito relacionamento que tende a ser duradouro. Que pena que não se fala sobre sexo, que não se partilham preferências e dificuldades, e justamente com a pessoa que se escolhe para dividir uma vida.
Minhas reflexões iriam mais longe, mas deixa pra semana que vem! Finalizo apenas com os comentários:
- HOMENS, falem sobre sexo com suas parceiras! Essa sim é a melhor maneira de se surpreender!
- HOMENS E MULHERES, concordem, discordem, mas COMENTEM!
Beijo nas crianças!
Palmeiras: time grande até quando?
Quando dizem ''clube grande'', normalmente pensamos em times que sempre brigam por títulos, se acostumaram a estar no topo da tabela, e com grandes jogadores no elenco. Mas ultimamente, é possível observar uma nova modalidade de clube grande: aquele que só tem história, e não tem presente. O maior exemplo disso é o Palmeiras. O Verdão, que chegou a ser considerado o ''Clube do Século XX'', não ganha um título a nível nacional há mais de 10 anos. Pior: O número de torcedores caiu, em relação à década passada, segundo levantamento feito no ano passado. Acostumado a disputar grandes torneios, sempre com grandes equipes, o Palmeiras não soube se modernizar, e por uma série de fatores(torcida impaciente, diretoria que expõe demais os jogadores, estes, por sua vez, com altos salários e baixo rendimento), o clube vive um momento decadente, e luta para não se tornar, uma ''nova Portuguesa'', ou seja: clube grande da capital que só tem história, mas atua como time pequeno.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
O Problema do Sr. Rosas
O show do Guns N’ Roses de ontem no Rock In Rio foi uma verdadeira demonstração de como a vida pode ser. Como? Simples! Algumas pessoas podem estar cada vez mais decadentes, não passarem de uma sombra do que costumavam ser, mas ainda mantêm-se em um pedestal de orgulho e arrogância e com o ego sempre lustrado, brilhando.
Algumas dessas pessoas não deram a sorte de ser o Axl Rose, alguém consagrado dentro de algum ramo, no caso de Axl, o do Rock N’ Roll. Mas nem mesmo Axl Rose, com toda a bagagem que tem dentro do rock, não conseguiu convencer, pelo menos não ontem.
O Guns N’ Roses tinha tudo pra fazer o melhor show deste Rock In Rio. Era headliner do dia do encerramento e era tida como a principal atração do festival.
Horas antes, a assessoria do festival divulgou um suposto setlist; com nada menos do que 39 (sim, trinta e nove!) faixas. Antes disso, Axl chegou em um vôo fretado ao Rio de Janeiro, no dia do show, pois havia conseguido a proeza de perder seu avião. O restante da banda já estava no Rio, pois tinha vindo em vôo comercial.
No palco, vestido com uma capa de chuva ao melhor estilo Inspetor Bugiganga, diga-se de passagem; Axl não arriscava movimentos bruscos, não fazia suas tradicionais dancinhas e nem dava seus longos piques pelo palco. A suposta falta de forma física não era desculpa, pois no mesmo Rock In Rio há exatos dez anos atrás, quando Axl já voltava depois de um longo período de hibernação, estava claramente mais gordo do que aparentava estar ontem, e mesmo assim não desistiu de tentar dar um grande show para o publico que ali estava.
A chuva torrencial que caia na Cidade do Rock inundou o palco, o que talvez tenha sido o real motivo da apatia de Axl Rose. Mas por outro lado, algo parecia incomodar o frontman do Guns N’ Roses.
Porque mesmo com o palco virado em uma piscina, os membros da banda não deixaram a desejar em presença, sobretudo os carismáticos guitarristas DJ Ashba e Richard Fortus que tentavam a todo custo, animar o publico e vez ou outra obtinham sucesso, assim como o baterista Frank Ferrer, que religiosamente quase que ao fim de cada musica, puxava o coro de “Guns N’ Roses” no seu bumbo.
Aliás, perto do final do show, quando a banda tocava a clássica Nightrain, do Appetite for Destruction, Ashba foi de encontro ao publico e na volta ao palco mandou sua guitarra ao chão e arremessou-a para longe. Provavelmente tenha sido o momento efetivamente, mais rock n’ roll da apresentação da banda.
Mas por outro lado, os tecladistas Chris Pittman e Dizzy Reed mantiveram-se tal como o Axl Rose, estando ali por obrigação, jogando pra cumprir tabela, além do baixista Tommy Stinson, que de tão apático, e também pelo seu jeito “indie-comportadinho” de se vestir, parecia que tinha saído do Radiohead para estar ali.
Axl entrou ao palco com mais de duas horas de atraso. Se Rihanna que chegou esses dias no mainstream se deu ao luxo de atrasar uma hora, por que Axl Rose, que é mais “diva” do que ela e levou 15 anos pra lançar um disco, atrasaria menos do que isso?
Mas se quem estava lá, esperava uma apresentação apoteótica, pode ter certeza de que saiu frustrado. Axl não conseguia alcançar as notas mais altas de seus agudos que, costumavam ser estridentes, ao ponto de doer os ouvidos. Nos graves, ele ainda vai bem, como foi visto em musicas como It’s So Easy e Knockin’on Heaven’s Door.
Uma das grandes surpresas do show foi a execução da épica e longa Estranged, de quase 10 minutos, que não era tocada ao vivo desde 1993, quando Slash e Cia ainda estavam na banda. E pasmem vocês, mas Axl não errou a letra. Pelo menos não aqui, mas por outro lado; cometeu erros infantis em November Rain e mandou um assovio todo desengonçado em Patience.
Por fim, a banda mandou Paradise City, com um Axl arriscando algumas rodadas com o pedestal na mão. Porém, naquela altura do show, já era tarde.
Aliás, a julgar pela apresentação de ontem, salvando-se a banda, que tecnicamente é muito boa e em nada fica devendo para a formação original, já está tarde pro Axl e não é de hoje."
Axl tem 3 possibilidades hoje: Ele pode continuar do jeito que ta e ficar conhecido na história como o homem que fez muito quando jovem e terminou a vida decadente; tentar entrar de novo em forma pra ter fôlego pra um show inteiro e dar um jeito de recuperar a sua afinação; ou aposentadoria, o que seria o mais lógico e sensato.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Stripes
Salve! Essa foto foi tirada aqui na Argentina numa exposição fantástica do Carlos Cruz-Diez (clique no nome para conhecer seu trabalho). Quem estiver planejando vir para Buenos Aires por agora, essa exposição está valendo MUITO a pena! É no MALBA (Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires). Adiós!
08 de Outubro - Dia do Nordestino.
Infelizmente, o nordeste brasileiro, ainda é cenário de relevantes índices de exclusão social, miséria e subdesenvolvimento. E são por esses e outros motivos que o processo de emigração se tornou um acontecimento constante, principalmente no século XX, período em que vários nordestinos abandonaram suas casas, para "arriscar" uma vida mais dígna em outros estados brasileiros, principalmente em São Paulo e no Distrito Federal.
No entanto, também podemos concordar que, devido a essa onda migratória, as cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília tiveram uma grande oferta de mão-de-obra disponível e consequentemente, se desenvolveram, tornando-se grandes centros econômicos, porém esse desenvolvimento veio acompanhado por muita miséria e exploração, e as vítimas normalmente eram as famílias nordestinas que se viam abandonados em uma terra estranha e distante de suas verdadeiras origens.
Mais uma vez, o suor do povo nordestino contribuiu para o crescimento econômico da nação, assim como ocorrera nos remotos tempos coloniais, onde o nordeste era o grande centro econômico e político da América lusitana, e devido as lavouras de cana-de açúcar, o Brasil torna-se o maior produtor mundial de açúcar nos séculos XVI e XVII. Além disso, não podemos deixar de ressaltar a grande relevância política que a região teve para o processo de emancipação brasileira, tanto com os anseios da Revolução de 1817, quanto pela gloriosa Confederação do Equador de 1824, onde os verdadeiros heróis de nossa história denunciaram o autoritarismo imperial.
E nesse contexto, nos deparamos com um grande dilema: protesto ou homenagem? Como podemos explicar o dia 08 de outubro? Segundo um estudo do governo federal, aproximadamente 30% da população paulista é composta por nordestinos que são remunerados com os menores salários, além de ter a maior jornada de trabalho. E são por questões como essas que precisamos repensar o nordeste brasileiro, ora, se a história do Brasil se confunde com a própria história do nordeste, se importantes cidades foram e ainda são construídas pelo sangue, suor e lágrimas dos nordestinos, porque ainda prevalece tamanha desvalorização e desrespeito ao povo nordestino?
Diante disso, não podemos deixar de concordar que tal homenagem cívica, somente se tornará válida, quando a realidade social do país for mais favorável, não somente para o nordestino, mas para o povo brasileiro, pois é esse que detém o poder originário sobre as diversas instituições públicas que regem os rumos na nação.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Partido dos Trabalhadores - 30 posts, parte 3
Demorei (de novo) mas voltei... Isso já é uma constante, a demora, a volta... ainda bem que há sempre a volta =)
Pois bem, continuando a sequência dos 30 posts, faço a terceira parte sobre uma das partes mais importantes e conflituosas de minha vida adulta, o Partido dos Trabalhadores.
O PT entrou cedo na minha vida, ainda adolescente eu me interessei pelas ideias diferentes e por me desviar do senso comum. Procurei no PT o espaço para diálogo e debate que faltavam em minha vida de trabalhador assalariado e estudante secundarista. Encontrei.
Acontece que tudo que fiz no PT, foi realizado na minha cidade, Piracicaba, interior de SP.
Piracicaba, da qual eu já falei aqui no primeiro dos 30 posts, é uma cidade conservadora, provinciana. É uma cidade que não gosta muito do PT... e isso faz com que o próprio PT sofra por lá. Bata cabeça e seja acometido por uma síndrome de pequeno poder!
As pessoas ficam roendo o osso e pisando umas nas outras, para manter (ou conquistar, mas pouco conquistar) um pedacinho de um poder que não representa quase nada.
Isso traz prejuízos enormes para o grande projeto do Partido dos Trabalhadores. Projeto que agora só faço parte como um "torcedor" e simpatizante, pois, após 13 anos de partido, eu me desfiliei.
Reproduzo aqui a minha carta de desfiliação, onde conto um pouco a minha trajetória, meus rancores e minhas conquistas:
Ao Partido dos Trabalhadores, Diretório Municipal de Piracicaba.
Peço aos companheiros que, por favor, formalizem meu desligamento do Partido dos Trabalhadores, fazendo minha desfiliação.
Não sou mais residente em Piracicaba e pretendo seguir minha luta política em minha nova cidade de residência, sem mais estar atrelado ao PT e especialmente ao DM de Piracicaba.
Aos que aguardavam esse momento para julgar, difamar e até comemorar a situação, é o que basta saber.
Aos meus verdadeiros companheiros, tenho um pouco mais a dizer.
Me filiei ao PT no ano de 1998, na campanha vitoriosa de nosso companheiro e meu querido mestre, José Machado. Campanha onde, aos meus 16 anos, conheci figuras importantes na minha vida. Campanha que me levou a participar da Juventude do PT. Uma campanha muito dura, em que tínhamos rejeição aos demais candidatos, inclusive a nossa candidata a deputada estadual, que foi derrotada.
Foi a campanha eleitoral que me introduziu a política. Debates nas esquinas, enquanto entregava panfletos. Chuva na porta de escolas. Aleluia de madrugada. Fiscal para brigar por espaço nas seções e zonas eleitorais. Apuração no ginásio.
Depois de 1998, não deixei de participar de nenhuma campanha. Todas elas fazendo campanha para o PT. Todas elas na rua, com bandeira, com estrela no peito.
Em 1999 (se não me falha a memória), fomos à Brasília na “marcha dos 100 mil pelo Brasil”. Depois dessa, vieram outras viagens. Protestos, marchas, lutas.
Conheci figuras que mudaram minha vida. Seu Lima, Fausto Forti e Téo, Pablo e Vanessa, Ronaldo Almeida, Brasilino Paiva, Jeferson Goulart, César Nadoti, Dr. Alexandre, Edson. Essas viagens me renderam professores a quem entrego para sempre minha admiração e respeito, rederam amigos de lutas, de bares e de sonhos, me rendeu um irmão. Um verdadeiro irmão.
Foi por mim que fiquei no PT até hoje. Por minha vontade, crença e por minha ideologia. Também por mim, acredito que meu ciclo no PT acabou.
Por eles, sinto pesar em sair. Só por eles.
Foi em 2000 que conheci o verdadeiro PT. As lutas internas, as forças “ocultas”.
Em 2000, depois de mais uma campanha vitoriosa, vi a transformação de muitos militantes em vorazes devoradores de cargos. Houve declarações de guerra. Muita disputa. Eu, que entregava panfleto para o Machado e fazia faculdade de Geografia, virei estagiário na nova gestão do PT.
De estagiário para Coordenador de Políticas Públicas para a Juventude. De Coordenador para inimigo declarado de algumas figuras do nosso partido.
Foi na caça as bruxas da campanha de 2004, onde se buscavam culpados pela derrota, que fui chamado para a Comissão de Ética do Partido. Daquela Comissão de Ética só reconheço a autoridade do companheiro Cláudio Arruda, e não por ser falecido, mas por ser o único que buscava explicações e não simplesmente uma fogueira inquisidora.
Como creio que, da forma que apontei no início desse documento, só meus verdadeiros companheiros continuaram a leitura, posso dizer a vocês de peito aberto: Me acusaram de fazer campanha para o PSDB. Aos que estiveram nesses 13 anos ao meu lado, militando, debatendo, lutando... seria isso possível? Aos companheiros que já ouviram essa história contada por mim, seria possível que eu defendesse um amigo em um momento difícil? Pois, vocês sabem das respostas.
Acontece que, naquele momento, muitos pularam grudados em bóias. Outros nadaram até se afogar. Poucos ficaram junto do navio. Eu fiquei até vê-lo afundar de vez.
Ao ponto de em 2008, trabalhar voluntariamente e ser o único carro não remunerado a fazer aleluia de material na madrugada antes da eleição. Abandonaram o companheiro Boldrin. Derrota anunciada? Sim. Desistir por isso? Não. Na noite chuvosa, estávamos rodando a cidade toda, eu no meu carro, Ronaldo no dele. Terminamos depois da votação já estar aberta. Uma noite na rua, enquanto os inquisidores de quatro anos antes dormiam confortavelmente. Na manhã seguinte, rumamos para as seções, para trabalharmos de fiscal.
E o “mensalão”, que retirou do PT figuras importantes? No momento em que era preciso lutar e enfrentar, os dedos que apontaram em muitas situações, serviram para apontar para o partido, como se o partido fosse feito apenas por aqueles que estavam envolvidos nas questões. Muitos de nós assumimos o PT para nós. Somos o PT e por isso, não somos desses que cometem desses “deslizes”. Mas, quanta gente fugiu!
Pois é, quanto orgulho, quanta mágoa, quanta força desse PT. Tanto sentimento assim, só pode vir do amor mesmo. Estou aqui, escrevendo e olhando para minha carteira de filiação, amarela e com os dizeres: “orgulho de ser PT”.
Em alguns círculos sou chamado de “Fábio do PT”, vejam só.
Recentemente, voltando a Piracicaba, cidade onde militei e vida toda e onde ainda voto, fiquei sabendo que os vereadores aumentaram seus salários em 75%.
“Mas e o vereador do PT, votou contra?”, foi minha pergunta imediata. Mas a resposta foi negativa. Que vergonha. De novo a indignação.
Cidade dominada pelos tucanos, com uma única voz “nossa”, que se cala. Ou pior, que ecoa do lado de lá. Vai saber, já não me interessa.
Quando interessou, ouvi algumas pérolas, como uma que dizia: “você não é de Piracicaba, mora em Recife, o que quer falar?”. E uma outra, que dizia: “De que adianta isso? Reclamar para não mudar nada? Protestar não adianta, não resolve, só serve para tipos como você”.
Sabe o pior? Essas pessoas conseguiram minar a resistência dos poucos que podiam protestar contra esse abuso.
Pessoas como eu. Que ao tentarem mostrar sua cara no PT, são julgadas (com preconceito e ignorância, quase sempre).
Que seja. Estou com o coração e com a história política em Piracicaba, não com o corpo. Pois também não estarei mais com o voto.
Pessoas como eu, que ainda acreditam no povo e nas ruas, nas marchas e nas conquistas. Pessoas como eu não querem desistir.
Não sou morno, luto e vivo o que acredito e por isso mudarei minha atuação política. Saio orgulhoso do que fiz e conquistei e agradeço aos verdadeiros companheiros. Contem comigo.
Minhas últimas PT saudações vão para vocês,
Um abraço e que a luta continue.
Atenciosamente,
Fábio da Silva Paiva
então é isso...a luta continua!
e lutar é uma satisfação!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Sobre o retorno de saturno
domingo, 2 de outubro de 2011
Brasil, o país da... economia.
A 27a rodada do Brasileirão 2011, ocorrida neste último final de semana, foi quente. E muito. Confronto entre líder e vice-líder; o retorno aos gramados do centroavante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010, contra um dos times que briga pelo título, entre outros. Porém, o que se espera de um jogo de futebol é óbvio: espetáculo, gol, FUTEBOL, no melhor sentido da palavra, e não apenas grandes craques em campo. Entretanto, o que se tem visto ultimamente é uma movimentação muito maior dentro dos clubes, internamente, do que do próprio time dentro do gramado. E essa última rodada provou que há muita expectativa , e pouca resposta dentro de campo, ao trabalho que é feito na parte administrativa dos clubes brasileiros, de uma forma geral.