Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

À Deriva [Brasil, 2009]

Vejo muitos cineastas dizendo que o a orla carioca é ideal para impressionar quando o assunto é fotografia. Após assistir À Deriva tive que concordar com eles, cada plano, cada tomada é um espetáculo estético à parte.


O enredo é simples: uma garota, Filipa (Laura Neiva) descobrindo o mundo e se descobrindo, o pai escritor (o francês Vicent Cassel) e a mãe alcoólatra (Débora Bloch) intensificam, com seus problemas conjugais, a transição da adolescência para o mundo adulto que a garota de 14 anos está vivenciando, até aí, nenhuma grande novidade, uma história que tenta descrever um evento marcante da adolescência e que terá conseqüências comportamentais para o resto da vida da personagem.
À Deriva é o terceiro longa do diretor Heitor Dhalia, seu segundo, O Cheiro do Ralo, que eu, particularmente, acho um filme fantástico e intrigante, não tem todo o poder estético que À Deriva, rodado em Búzios – RJ, tem. Esse filme vale a pena principalmente por esse aspecto, é realmente impressionante sua fotografia, além da praia como cenário principal, não se deve desconsiderar os figurinos que ajudam e muito na composição das cenas. Créditos para Ricardo Della Rosa, diretor de fotografia que fez com que a história, aparentemente cotidiana, tivesse um ar mais intenso e dramático sem cair no lugar comum.


Não dá pra deixar de lado, também, a fantástica interpretação da estreante Laura Neiva (dizem que o diretor a encontrou pelo Orkut), e a de Vicent Cassel, ator francês que se destacou em Irreversível (chocante, não pode deixar de ser visto, é um dos filmes mais alternativos de todos os tempos) e, recentemente, em Cisne Negro (filme que lhe rendeu críticas intensas e muitos elogios), que interpreta um pai ora ausente, ora sufocantemente amável, sua relação com a filha Filipa é cheia de bem-me-queres e mal-me-queres, importantes altos e baixos que acentuam a condição da menina que aos poucos se torna mulher.

À Deriva é uma ótima opção às tardes de domingo, sem quaisquer arrependimentos.


também em SOM ALTERNA e .poegrafar

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