8 de Março, Dia Internacional da Mulher. A data vem ganhando mais importância a cada ano que se passa, e as mulheres, que antes eram criadas e educadas para servirem a seus maridos, hoje estão brigando ''de igual para igual'' com homens por um emprego, por exemplo. E mais: entre as seis maiores potências do mundo, duas são presididas por mulheres (Alemanha, com Angela Merkel, e Brasil com Dilma Rousseff). Pelo visto, as mulheres atingiram a tão sonhada liberdade e igualdade que os homens desfrutam há muito tempo. Já no campo do esporte, especificamente no futebol, não há muito o que comemorar. O futebol feminino ganhou um enfoque maior do que tinha há uma década atrás, e hoje tem mais prestígio junto a sociedade, o que eliminou, em parte, o preconceito que havia com essa modalidade praticada por mulheres, já que uma das verdades universais há algum tempo atrás era a de que ''futebol é esporte pra homem''. Mas infelizmente, ainda falta muito para as mulheres se igualarem aos homens no mundo do futebol.
Seleção Brasileira de Futebol Feminino, duas pratas em Olimpíadas, diversos títulos continentais e com ótimas jogadoras defendendo a amarelinha. Mas o país parece simplesmente ignorar tais fatos. Mesmo com Marta em grande fase desde 2004, o Brasil não tem uma Liga Feminina de Futebol. Existem times... mas a CBF, que neste caso deveria se responsabilizar por tais competições, não organiza um simples torneio que dure toda a temporada. Pior: um dos grandes times femininos do Brasil, o Santos, fechou a ala feminina de futebol do clube para diminuir as despesas, a fim de conseguir honrar os 3 milhões mensais que Neymar ganha. Isso bem na hora em que o futebol feminino estava engrenando no país. Desculpas não faltam: empresários e investidores reclamam que o investimento feito na modalidade não dá lucro, clubes dizem que o futebol feminino não chama tanto a atenção dos torcedores, que não leva público aos estádios, que o custo do futebol masculino não permite ao clube gastar com ''supérfluos'' como o futebol feminino. Uma pena.
Sereias da Vila: Mesmo ganhando tudo, time feminino foi fechado.
Em consequência disso, nós torcedores, somos obrigados a torcermos pelas nossas mulheres (que muitas vezes demonstram muito mais raça com a amarelinha do que os homens) somente a cada 2 anos, quando há uma Olimpíada, ou Copa do Mundo, já que não podemos vê-las pela televisão regularmente ou nos estádios, pois atuam em países que realmente as valorizam, como Suécia, Suíça, Dinamarca, Japão. E a falta de investimento, somada ao preconceito que ainda existe contra o futebol feminino, resulta em um ciclo vicioso, que precisa ser quebrado o quanto antes, para que a prática se torne tão comum quanto outros esportes, ou até mesmo o futebol masculino.
O Brasil tem a sexta maior economia do mundo, somos ''a bola da vez''. É necessário que uma chance seja dada a todas as meninas que gostam de jogar futebol, e que sonham em defender nossa Seleção. Sem categoria de base, boas jogadoras se tornam raras. Sem incentivo de patrocinadores, fica difícil para os clubes investir nesta área. E sem investimento e publicidade nos meios de comunicação, torcedores não vão se interessar pelo futebol feminino. Sem interesse popular, a CBF não moverá um dedo para criar uma Liga Nacional de Futebol Feminino. E sem isso, nossas jogadoras procurarão clubes na Europa Ou seja: o Brasil é um grande celeiro de boas garotas que jogam futebol. Cabe agora aos clubes, investidores e CBF se unirem para dar uma boa chance para as mulheres brasileiras mostrarem seu valor aqui mesmo, em terras tupiniquins. Caso contrário, continuaremos torcendo pelas nossa garotas apenas de dois em dois anos. Hoje é dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. No futebol, pelo menos, ainda há muito o que conquistar.
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