Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quase Nada

Sempre gostei dessa canção do Zeca Baleiro, com letras da poetiza Alice Ruiz.

Faz parte do disco "Líricas", belíssimo de cabo a rabo, com canções absurdamente lindas, como "nalgum lugar", que é um poema de E. E. Cummings, traduzido e musicado, "blues do elevador", uma balada de ode a solidão, e "brigitte bardot", uma solene e delicada tentativa de tradução do sentimento intraduzível da saudade. (clique nos títulos, ouça e/ou baixe)



O interessante desse álbum, é que no final do encarte, Zeca Baleiro conta a história de cada uma das canções... o que lhe inspirou, de onde tirou as letras e até as melodias.

Logo que comprei o disco e vi isso, me incomodou.
Estranho saber disso tudo...

As músicas, no geral, são feitas com sentimentos e histórias de cada compositor em um momento específico e único. Isso não é novidade.

A questão é que, como as poesias, após publicadas, já não pertencem mais ao autor. Essas são dos leitores (no caso das musicadas, dos ouvintes), que se apropriam delas para si e para os outros...

Como o cara, que escolhe sua trilha sonora do carro, e seus caronas reconhecem as músicas como sendo as "do carro do fulano".

Ou os casais, que elegem uma música para marcar como deles. Alguma letra que retrate a busca pelo amor, o encontro, ou mesmo uma desventura qualquer dos amantes em questão.

Uma canção que te lembra de alguém, já não é uma canção de determinado artista, mas sim, da pessoa a qual ela traz lembranças.

A música que te lembra a infância, é aquela que foi sua em um momento de diversão, e hoje é sua em nostalgia.

Quem é o compositor, de quem é a versão, em que albúm ou em que ano foi publicada... pode até ser importante, curioso, relevante... mas não muda o essencial, a música é sua (ou dela, ou nossa)!

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Bem... hoje me lembrei da canção do Zeca e de seu CD (que estou ouvindo), além do detalhe no encarte...

Essa letra tem algo especial pra mim, nesse momento muito mais...

saca só a letra:



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Quase Nada

De você sei quase nada...

Pra onde vai, ou porque veio?
Nem mesmo sei, qual é a parte da tua estrada no meu caminho...

Será um atalho ou um desvio?

Um rio raso, um passo em falso?

Um prato fundo pra toda fome que há no mundo?

Noite alta que revele, um passeio pela pele.
Dia claro madrugada...
De nós dois, não sei mais nada!

Se tudo passa, como se explica, o amor que fica nessa parada?
Amor que chega sem dar aviso, não é preciso saber mais nada!

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e curioso, carregado de meu significado para essa canção, fui, cheio de dedos, ver o que Zeca Baleiro havia dito sobre ela...

e eis que: "... uma canção sobre as incertezas do amor."

Grande Zeca, nessa concordamos.


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quase tudo de satisfação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Zeca!

certamente o amor é incerto.

Eu tbm ouvi Zeca esses dias atrás...mais era o CD Perfil (q tbm tem essa música - lindíssima, por sinal)

... e espero q vc saiba mais, seja ela qm for =)