Brasil avança para atingir metas da ONU para o milênio
Ao reduzir em mais da metade a pobreza extrema e retirar quase cinco milhões de pessoas desta situação de indigência, o Brasil ultrapassou uma das mais importantes metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Prevista para ser alcançada em 2015, a taxa de 4,4% da população vivendo com até um dólar por dia foi superada em 2005, quando o País atingiu o índice de 4,2%, ou seja, mais da metade do percentual de 8,8% registrado em 1990. Isso quer dizer que em 15 anos, o número de brasileiros com esta renda caiu de 12,2 milhões para 7,5 milhões, o menor registrado no período.
Esses dados constam da terceira edição do Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos do Milênio, produzido e divulgado no final de agosto pelo governo brasileiro. Programas sociais como o Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada, são iniciativas apontadas no estudo - além do aumento do salário mínimo - como fatores relevantes para a essa redução da pobreza no Brasil.
Essa redução da extrema pobreza foi mais significativa entre os brasileiros pretos e pardos. Nesta população, o índice diminuiu de 13,4%, em 1990, para 6,0%, em 2005. Entre os brancos, a taxa caiu de 5,2% para 2,5% no período, com isso a distância entre eles neste indicador baixou de 8,2 para 3,5 pontos percentuais. Os dados revelam, ainda, que no conjunto dos 10% mais pobres, 73,5% são pretos ou pardos. Já entre os 10% mais ricos, 88,4% são brancos. Outra constatação importante do relatório é a maior queda da extrema pobreza na área rural (20,6% para 10,9%) do que na zona urbana ( 4,5% para 3%). No entanto ainda há um longo caminho a ser percorrido pelas comunidades que buscam se organizar em regiões de carência e vulnerabilidade na possibilidade da articulação de projetos de desenvolvimentos regional junto ao poder público local com geração de trabalho e renda, inclusão social e erradicação do analfabetismo, este fator determinante de combate á exclusão econômica, social e política.
Em relação às regiões brasileiras, o cenário é o mesmo do identificado nos dados referentes a raça/cor e áreas de moradia: a redução da extrema pobreza foi maior onde a taxa era mais elevada. De 1990 a 2005, o índice de pessoas com renda de até um dólar por dia caiu de 19,4% para 9,5% no Nordeste e de 8% para 2% no Sudeste.
De acordo com o estudo, o Brasil está próximo de atingir a meta estabelecida pelo próprio País que reduzir a um quarto a pobreza extrema: a permanecer a atual tendência, entre 2007 e 2008, o contingente da população em pobreza extrema será de 2,2%. O relatório constata que a manutenção desse ritmo de queda observado nos últimos anos, entretanto, continua dependendo do crescimento da renda, do fortalecimento das políticas sociais e da diminuição da desigualdade, como ocorreu em 2004 e 2005.
Como apresentado em artigo na edição anterior os Objetivos do Milênio, que foram estabelecidos em 2000 com a aprovação de 191 países, são oito: erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Marcelo Lucas - jornalista bacharel em filosofia e pós graduando em Ciências Sociais
mmazetalucas@gmail.com
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