Já experimentou ir a um supermercado num sábado ou, na pior das hipóteses (muito pior), em véspera de feriado?
Se você não estiver com pressa e souber ver o lado bom das coisas, é uma ótima experiência e vai render algumas risadas. Eu garanto!
Comece reparando a sua volta:
Carrinhos se enroscando: aquele corredor foi projetado para dois carrinhos passarem? E aquele cidadão que deixa o carrinho no meio do corredor para ver os preços dos potes de palmito que estão lá embaixo da prateleira, pertinho do chão? E o seu carrinho que é levado para passear por alguém que se confundiu e trocou?
Criança perdida na sessão de doces: na verdade em qualquer sessão! Quando é na de doces elas demoram um pouco mais para abrir o berreiro... um pouco.
Gente fazendo montinho de produto para escolher o que vai levar: e ainda tem a história de comparar preço, pesos e medidas num exercício mágico de “custo benefício”.
Nos carrinhos só dá gente carregando cerveja e refrigerante para os pequenos: muita cerveja e umas poucas garrafas de refrigerante no caso do carrinho ser conduzido por um homem.
Como em todo local público, encontra-se pessoas extremamente calmas. Calmas o suficiente a ponto de te irritar! Você tenta desviá-lo e o pacato cidadão tende a seguir o mesmo caminho. Então você fica atrás, manobrando seu carrinho entre prateleiras e consumidores apressados, arquitetando como chegar ao outro lado do mercado e louco pra passar por cima do lerdo.
A fila para comprar a carne do churrasco é uma atração à parte: brasileiro que é brasileiro tenta entrar na fila, e, normalmente, na sua frente.
E a escolha das carnes então? Parece que escolher bem a carne faz um ótimo churrasco, mas pela demora na fila não deveria existir carne dura em churrasco nenhum nesse país.
O sistema de som anuncia: “Prezado cliente Moacir sua esposa o aguarda na entrada! Senhor Moacir, sua esposa o aguarda na entrada da loja!”. E a pobre esposa aguarda por umas 3 horas, tempo suficiente pro Moacir sentir falta dela e voltar ao supermercado buscá-la.
Sobrevivendo a tudo isso, depois de tanto stress (ou gargalhadas), é hora de enfrentar a fila do caixa. Muito agradável ter que escolher entre uma que tem 743896 pessoas e a outra com 743897. Se você tiver alguém contigo, cada um fica em uma, porém quando se está sozinho não adianta tentar, aquela fila que você escolher será a mais lenta SEMPRE.
Quando chegar sua vez, possivelmente a máquina resolverá não funcionar mais, por algum motivo seu cheque não passa, a fita acaba, ou ainda, a moça decide sair para almoço.
Antes de verificar o preço a atendente certamente perguntará: “O senhor possuí o cartão da nossa loja?”. Eis aí uma questão intrigante: Se você responder negativamente ótimo! Nada (absolutamente nada) acontece. O que gera outra pergunta: Por que diabos ela queria saber disso?
Se você responder positivamente terá que apresentar o tal cartão que será “passado no sistema” (sic), para ver se o cliente ganha algum desconto. E você que está levando 297 itens recebe desconto em dois. Um desconto de fantásticos R$ 0,08 (oito centavos!!!!).
O empacotador coloca as batatas junto do álcool e os fósforos junto da carne. Quando as sacolas chegam ao carro as garrafas amassam os tomates e o refrigerante molha o pão.
Mas sinceramente, no fim a gente passa por cima de tudo isso. Afinal, nada paga aquele churrascão de domingo; né?
Florence Paiva
é acadêmica de Turismo, professora de Inglês e desocupada nas horas vagas.
Zine Pasárgada foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.
O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.
O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.
Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.
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