Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Responder ao Aumento das Passagens Por Meio da Mobilização Popular.


O Ano mal começou e a população pernambucana já está sendo vítima de mais um aumento do preço das passagens dos ônibus que circulam pela região metropolitana do Recife. Assim, além de se submeter aos péssimos serviços ofertados pelas empresas de transportes, o usuário também terá que pagar mais caro para se deslocar de sua residência para escola, trabalho ou lazer.

E diante dessa realidade, vários estudantes, junto a entidades representativas, partidos e sindicatos, passaram a discutir sobre o aumento e sobre a precarização do transporte público na região, mobilizando cada vez mais pessoas e promovendo uma passeata, com a finalidade de impedir o reajuste das passagens.

Como se sabe, somente o Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos pode deliberar sobre o preço das tarifas. Mas, segundo o próprio movimento estudantil, esse conselho não é legítimo para representar o trabalhador, o estudante e o próprio usuário pernambucano, pois a sua inoperância só serve para garantir os interesses de uma "máfia" de empresários que não tem a menor responsabilidade social e só visam a maximização dos lucros. Assim, questões como a insuficiência das frotas, qualidade do serviço e passe livre estudantil, não fazem parte da pauta desse conselho, sendo assim, realidades quase que utópicas para a população.


É válido ressaltar que o aumento das tarifas não irá modificar, de maneira alguma, a atual situação dos transportes públicos na região metropolitana. Serviço esse que já é caracterizado pela superlotação e pela falta de segurança. Assim, o que resta ao usuário é manifestar a sua indignação protestando e tomando as ruas da cidade para barrar esse reajuste.

E mais uma vez o movimento estudantil cumpriu o seu papel de vanguarda na luta e nas manifestações populares. No entanto, o governador Eduardo Campos, achou conveniente utilizar da força repressiva da tropa de choque com seu arsenal bélico, spray de pimenta e bombas de efeito moral, para conter os estudantes contrários ao aumento das passagens. Ficando nítido, o respeito que sua gestão tem em relação aos direitos humanos e sociais. Um governo que se esconde atrás de instituições repressoras nao pode representar, nem as forças políticas democráticas, nem tampouco a sociedade civil.


A população pernambucana presenciou um episódio de criminalização dos movimentos sociais, promovido pelo Eduado Campos, que por essas e outras, vem se afastando gradativamente dos compromissos firmados nas duas ultimas eleições.

Portanto, nao podemos perder a esperança. Pelo contrario, é necessário intensificar ainda mais a nossa militância para mobilizarmos muito mais pessoas em favor da luta popular. A ordem do dia é unificar todas as bandeiras em torno da luta contra o aumento das passagens e acumular força para derrotarmos de uma vez, essa máfia de políticos e empresários que massacram a ética e desmoralizam as nossas instituições públicas.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um filme de João Falcão

O filme que trago é de autoria pernambucana, gostoso todo de se ver: "A Máquina - O amor é o combustível"

João Falcão transformou o livro de Adriana Falcão em uma belíssima produção audiovisual e que antes mesmo de ir para a grande tela já figurava o cenário teatral. O diretor sãolourencense* adaptou a obra da ex-mulher tanto para o teatro como para o cinema dando vida a personagens como Antonio e Karina, o romance dessa história.

O longa-metragem de 2006 nos coloca frente a frente ao humor, ao diálogo surpreendente e simples e ao prazer de se deliciar com um trabalho de criatividade e beleza. Ele nos prende a um mundo todo peculiar, colorido e enraizado na cultura. A trilha sonora é composta por nomes como DJ Dolores, Robertinho do Recife, Chico Buarque, Tom Jobim, Tom Zé, Geraldo Azevedo (que tem uma belíssima adaptação de sua música "Dia Branco” na versão da fictícia banda "The Sconhecidos") entre outros brasileiríssimos.

A incrível atuação de Paulo Autran, na certa, deu brilhantismo ao filme. Junto a ele estão Wagner Moura, Vladimir Brichta, Mariana Ximenes e o recifense Gustavo Falcão que, juntos a outros personagens, dão vida a cidade de Nordestina e fazem essa história entrar e ficar na gente, bem tranquila, apaixonante e linda.

“A Máquina” é a certeza de diversão e encantamento. Um filme de fantasias sonhadas, narradas e vividas! De tempo passado, presente e futuro, mas tempo, tempo pra tudo!

“Lá de onde Antonio vem é longe que só a gota. Longe que só a gota no tempo, que é muito mais longe que só a gota no espaço. Porque, vir de longe no espaço é lonjura besta, que qualquer bicho falado derrota. Agora vir de longe, no tempo, é lonjura cabulosa. Lonjura que pra ficar desimpossível demora.“ - Trecho do filme

O Trailer aqui.

E uma resenha mais esmiuçada sobre a obra no blog Sala de Cinema.

*Pra quem não é familiarizado com nosso PE, sãolourencense é quem nasce em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.

Méle Dornelas

Escreve para: Escrivaninha, Sala de Cinema e Conversa de Botequim.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Juventude e Mundo do Trabalho - Um Debate Necessário Para o País.

A juventude brasileira é uma parcela demográfica bastante extensa e diversificada. A população de jovens ja supera os 50 milhões de habitantes. Ou seja, temos um grande contingente de pessoas com idade, entre 15 e 29 anos que mesmo parecendo algo negativo, esse grande contingente, se configura como uma geração que carregam consigo a função estratégica de conquistar mais direitos e contribuir com o desenvolvimento social no país.

Contudo, a história da juventude brasileira, trás consigo, uma profunda dívida social, em virtude de um nebuloso período de exclusão, oriundo de governos conservadores e neoliberais que insistiam em definir o jovem como sinonimo de rebeldia, alienação e como causadores de problemas. Além disso,o crescimento dos grandes centros urbanos, condenou a exclusão e a periferia grande parte da nossa juventude, que passaram a conviver sem infra-estrutura de acesso ao lazer, educação, esporte e cultura, ficando assim, um grande contingente humano vulnerável a toda violência do sistema capitalista.

No mundo do trabalho,a juventude brasileira foi condenada ao desemprego, subemprego, a trabalhos precários e a exploração. De fato, a miséria e a exclusão histórica do país tem uma face jovem. Segundo dados, quanto mais jovem o trabalhador adentra no mercado de trabalho, menores serão as chances do mesmo conseguir um emprego e/ou uma remuneração melhor, uma vez que, com as longas jornadas de trabalho, menor é o estímulo para que o mesmo continue a sua formação educacional e profissional, trazendo sérios problemas para a sociedade em geral.

No entanto, essa realidade vem sendo combatida por meio de diversas lutas protagonizadas pelos movimentos juvenis que fortaleceram suas atuações em torno de bandeiras de lutas, gerais e específicas, tornando as políticas públicas de juventude como algo essencial para o desenvolvimento da nação e incorporando-as ao Estado brasileiro como uma forma racional para a construção de um cotidiano mais dígno.

Demandas ligadas a educação pública, gratuita e de qualidade, profissionalização e inserção do jovem no mundo do trabalho são constantemente debatidas por vários atores políticos que corroboram com a real necessidade de se construir um projeto nacional de desenvolvimento que valorize integralmente os jovens na realidade social do país. Um desses agentes é o próprio movimento sindical que se tornou uma ferramenta estratégica para defender as políticas voltadas à juventude, principalmente no combate à exploração e as longas jornadas de trabalho.

Enfim, a necessidade de defender o trabalho decente, pautado por uma remuneração adequada, condições de liberdade, equidade, segurança e capacidade de assegurar uma vida com dignidade à todos os trabalhadores do Brasil tambem é um debate que a juventude deve ter propriedade e, principalmente, participação política.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012