Zine Pasárgada
foi um Fanzine cultural e educacional que se propôs divulgar os mais diversos tipos de expressões artísticas e os mais variados assuntos.

O jornal Pasárgada teve 3 edições impressas e distribuídas na cidade de Piracicaba/SP e está guardado, junto com outras idéias, no limbo da falta de tempo e dinheiro.

O blog retomou a proposta do Zine e abriu espaço para diversidade de idéias e de expressões.

Hoje o blog acompanha o jornal e as atividades estão encerradas.

Foi uma grande satisfação ser um dos amigos do Rei.

Fábio

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ele Não Está Tão a Fim de Você - 2009

Poster do Filme: Internet Google Imagens
Sinopse:
Gigi (Ginnifer Goodwin) é uma romântica incurável, que um dia resolve sair com Conor (Kevin Connolly). Ela espera que ele ligue no dia seguinte, o que não acontece. Gigi resolve ir até o bar onde se conheceram, na esperança de reencontrá-lo. Lá ela conhece Alex (Justin Long), amigo de Conor. Ele tem uma visão bastante realista sobre os relacionamentos amorosos e tenta apresentá-la a Gigi, através de seu ponto de vista masculino. Por sua vez Conor é apaixonado por Anna (Scalett Johansson), uma cantora que o trata apenas como amigo e que se interessa por Ben (Bradley Cooper), casado com Janine (Jennifer Connelly). O casamento deles está em crise, o que não impede que Janine dê conselhos amorosos a Gigi, com quem trabalha. Outra colega de serviço é Beth (Jennifer Aniston), que namora Neil (Ben Affleck) há 7 anos e sonha em um dia se casar, apesar dele ser contrário à idéia.

Descrição:
Uma romântica incurável decide ir atrás de um homem com quem saiu, mas que não ligou para ela no dia seguinte. Com Jennifer Aniston, Jennifer Connelly, Ben Affleck, Justin Long, Drew Barrymore, Scarlett Johansson e Kris Kristofferson.

Ficha técnica:
título original:He's Just Not That Into You
gênero:Comédia
duração:02 hs 09 min
ano de lançamento:2009
site oficial:http://www.hesjustnotthatintoyoumovie.com/
estúdio:Flower Films / Internationale Filmproduktion Blackswan
distribuidora:New Line Cinema / PlayArte
direção: Ken Kwapis
roteiro:Abby Kohn e Marc Silverstein, baseado em livro de Greg Behrendt e Liz Tuccillo
produção:Nancy Juvonen
música:Cliff Eidelman
fotografia:John Bailey
direção de arte:Andrew Max Cahn
figurino:Shay Cunliffe
edição:Cara Silverman

Elenco:
Scarlett Johansson (Anna)
Bradley Cooper (Ben)
Ben Affleck (Neil)
Jennifer Aniston (Beth)
Jennifer Connelly (Janine)
Natasha Leggero (Amber)
Busy Phillips (Kelli Ann)
Drew Barrymore (Mary)
Angela Shelton (Angela)
Frances Callier (Frances)
Brandon Keener (Jarrad)
Rod Keller (Bruce)
Leonardo Nam (Joshua)
Wilson Cruz (Nathan)
Brooke Bloom (Paige)
Hedy Burress (Laura)
Sasha Alexander (Catherine)
Kris Kristofferson (Ken Murphy)
Kevin Connolly (Conor)
Ginnifer Goodwin (Gigi)
Michelle Carmichael (Mãe)
Justin Long (Alex)

Trilha sonora:
1. Corinne Bailey Rae - "I'd Like To"
2. My Morning Jacket - "I'm Amazed"
3. The Human League - "Don't You Want Me"
4. R.E.M - "Supernatural Superserious"
5. Tristan Prettyman - "Madly"
6. Talking Heads - "This Must Be the Place (Naive Melody)"
7. The Black Crowes - "By Your Side"
8. Wilco - "I Must Be High"
9. James Morrison - "You Make It Real"
10. Maroon 5 - "If I Never See Your Face Again"
11. The Replacements - "Can't Hardly Wait"
12. The Ting Tings - "Fruit Machine"
13. Lily Allen - "Smile"
14. Keane - "Somewhere Only We Know"
15. Erin McCarley - "Love, Save the Empty"
16. The Cure - "Friday I'm In Love"
17. Scarlett Johansson - "Last Goodbye"

NOTA DO BAÚ: Uma comédia romântica muito inteligente, com um humor apurado, embora não tenhamos lido o livro no qual o filme se baseia, estamos apresentando o filme como um bom divertimento, tem uma ótima história, atuação excelente das jovens revelações de Hollywood, uma pitada de verdades corriqueiras que podem acontecer em nosso dia-a-dia. O Baú recomenda, divirtam-se e não esqueçam da pipoca.
Bom final de semana a todos e feliz aniversário para mim (uhull) amanhã 01/07.  =D

Quem é você?

Há algum tempo tenho pensado sobre o comportamento das pessoas e sobre o meu próprio.
E pode botar aí nesse "algum tempo", alguns anos.
Repensado minha formação humana, incluindo religiosidade, cultura, orientações.

Nesse processo, consegui um novo relacionamento com a minha família, uma nova postura religiosa (ou não religiosa) e uma constante crescente (existe isso?) ideológica.

Hoje admito mudar, repensar, demorar, errar... acho que isso tem muito a ver com meu amadurecimento cronológico, já que nesse ano completo meus 30 (apesar de na Idade Interior eu ter só 26, viu Talita?).

Mas e daí?
Pois, olhar para o comportamento do outro, ao mesmo tempo que olho para o meu, faz com que exista a possibilidade de comparação.
E aí você se compara com aquela pessoa que você pensa ser um babaca! Vê nela o que você antes também fazia, vê nela o que você nunca fez, vê nela o que você nunca fará.
E se compara aquela pessoa que você acha um cara exemplar, percebe nela coisas que você quer fazer, coisas que você ainda não fez mas fará... e coisas que você também não quer fazer, por que esse cara as vezes também é um pouco babaca (como você).

Perceber o crescimento, a mudança, a "evolução"... perceber que você ainda vai mudar muito e que, as pessoas ainda vão mudar também.
Ajuda a não julgar, ajuda a não desmerecer o outro e principalmente não desmerecer você mesmo (eu mesmo no caso).

Mas que porra é essa Fábio?

Me motivei a escrever sobre isso por duas coisas, a primeira, um vídeo, do filósofo brasileiro (como ele mesmo se denomina) Mário Cortella (@MarioCortella). Nesse vídeo, Cortella fala sobre as pessoas que usam o "Você sabe com quem está falando?", que é tão comum em nosso cotidiano, não é?
Vejam o vídeo e a aula do Mario:

Sabe Com Quem Está Falando? from Santos Idag on Vimeo.


Ou seja, não somos muita coisa, certo?
Sei que, por estarmos em um país de formação cristã, somos costumeiramente forçados a crer que o ser humano é a pica das galáxias da criação e que Deus está em função de nós. Depois de algum tempo, acredito que essa é uma concepção equivocada de Deus e também de nós. Esse processo de pensar assim me fez deixar de me autodenominar "cristão", por perceber que para mim o Deus cristão não fazia sentido (apesar de eu achar que Cristo faz sentido).

Aí, nesse antropocentrismo narcisista (gostaram dessa?) que vivemos, temos a ideia de que somos o centro de tudo. E, pior, alguns além de acharem os seres humanos o centro de tudo, se acham o centro dos seres humanos.

Falei sobre isso rapidamente no post sobre o "Aquecimento Global", que eu não acredito existir (pelo menos nos moldes que apresentam).

O ser humano se acha muita coisa e vive com esses parâmetros. E alguns seres humanos sentem-se superiores a outros causando sofrimento aos demais. Superiores por conta da cor da pele, do gênero, da acumulação de bens, da acumulação de saberes ou conhecimento, da posição geográfica, da orientação sexual, por não portar alguma deficiência, por opção religiosa, etc.

Mas então...

Então que deveríamos entender que somos só parte e não tudo. Com relação à natureza (para destruir e preservar), com relação aos nossos semelhantes (que também fazem parte da natureza) e conosco.

Somos parte do problema, parte da solução...parte do todo. Em alguns casos, parte importante. Na maioria das vezes, parte insignificante.
E já que somos pequenos, fugazes, passageiros, essa pequena parcela de interferência de cada um, poderia ser mais expressiva não é?
Pra que tanta preocupação? Tanto preconceito? Pra que egoísmo e acumulação desmedida?

Nesses poucos anos (a Terra tem cerca de 4,6 bilhões de anos e você só vai viver até os cento e poucos no máximo!) poderíamos doar mais! Doar mais sangue, agasalhos, alimentos, trabalho voluntário, sorrisos, abraços, cordialidade, amizade, afeto...

Poderíamos avançar mais, acolhendo, julgando menos, acreditando mais. Denunciando mais o que está errado, se revoltando mais com injustiças, protestando e agindo contra as mazelas que ainda nos atacam.

É difícil demais, mas é possível.
Milton Santos, geógrafo, filósofo e exemplo de ser humano, morreu acreditando na humanidade. Ele dizia que a humanidade ainda não estreou, dizia que ainda estamos nos ensaios da humanidade. Mas com a fé que Milton Santos tinha na humanidade, dizia que essa estreia estava próxima.

Pois bem, finalmente o segundo motivo que me fez escrever tudo isso...uma foto.
Não sei se é verdadeira, mas é bem possível que seja.

Essa imagem mostra grãos de areia, vistos em um microscópio. Uma beleza grandiosa em algo tão minúsculo.

Pois é isso mesmo! Somos menos que grãos de areia se comparados com a imensidão do universo, mas, ainda assim, podemos ser belíssimos. Fazer diferença, mudar.
Tanta gente boa, gentil, honesta. Tanta gente que é exemplo e que, as vezes é meio babaca, por que, assim como você, é só um pequeno ser humano.
Como diz o comercial da Coca-Cola (se tem algo que eles sabem fazer é comercial), os bons ainda são maioria.

E aí, vamos estrear essa humanidade? Nem que seja uma estreia pessoal, acho que já é possível.

Se der pra trocar o "Você sabe com quem está falando" por um "por favor", já é um avanço grandioso (mesmo para alguém tão pequeno).

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A satisfação, essa sim é enorme.
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A Construção da Educação Brasileira Através da Pluralidade Cultural.


 
Pluralidade Cultural é um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/MEC). Como a sociedade brasileira é formada por diversas etnias, a pluralidade cultural é um tema especialmente importante. O desafio é respeitar os diferentes grupos e culturas que compõem o mosaico étnico brasileiro, incentivando o convívio dos diversos grupos e fazer dessa característica um fator de enriquecimento cultural.

Abordar sobre a diversidade cultural existente do Brasil, é uma condição fundamental para a construção de um modelo educacional que tenha objetivos de edificar uma realidade social igualitária para o país. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países, portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, italianos, alemães, poloneses, húngaros, lituanos, egípcios, sírios, libaneses, armênios, indianos, japoneses, chineses, coreanos, ciganos, latino-americanos. Sem contar com a diversidade religiosa presente no espaço territorial brasileiro que abrange os católicos, evangélicos, batistas, budistas, judeus, muçulmanos, tradições africanas etc. Nesse contexto, o contato constante entre os mais diversos grupos culturais já é uma característica de nossa brasilidade. Porém, é valido ressaltar que, apenas reconhecer as diferenças regionais, culturais ou lingüísticas não é o bastante para a consolidação de um novo Brasil.

Ao nos referimos sobre o pluralismo cultural na educação brasileira, é de fundamental importância que, além de retratarmos as convivências entre as diferentes etnias e costumes existentes em nosso cotidiano, procure que o aluno também compreenda que o Brasil é formado por um amalgama cultural, portanto respeitar e valorizar essas culturas, também é uma forma de exaltar a riqueza cultural do próprio Brasil. Além disso, necessitamos refletir sobre a desigualdade e a exclusão social que ainda faz parte da realidade do país e que se agrava cada vez mais. Logo a crítica política se torna indispensável nesta abordagem científica.

Conhecer o pluralismo cultural pode-se dizer que é uma tentativa de romper com as desigualdades sociais e exclusão social que tanto faz parte do nosso cotidiano, devido ao processo de aculturação presente desde o inicio de nossa história. “Somos obrigados a reconhecer que as primeiras linhas de nossa brasilidade foram escritas com as tintas do desrespeito e da rapina”. (Antonio Mesquita Galvão). Pois bem, essa multiplicidade arraigada a historia cultural do país é um tema demasiadamente delicado, isso se dá, devido ao alto grau de adoção aos padrões europeus em nossa concepção de mundo e também a certos mitos que diz respeito a uma “democracia racial” no Brasil. Ora desde a “invasão européia nas terras tupiniquim” vários foram os projetos de imposição cultural estabelecido em nosso povo. Por isso que, reconhecer e respeitar não basta, precisamos aceitar que o pluralismo cultural está arraigado em todos nós. Somente assim, iremos negar toda essa mecânica de discriminação que tanto atrapalham o exercício da cidadania da população brasileira.

Para construirmos uma nova realidade, temos que contar com a elaboração de um plano educacional voltado para a constituição de indivíduos sociais, conscientes com o exercício da cidadania e comprometidos com padrões realmente democráticos. Como o próprio jornalista João Ubaldo Ribeiro afirmou: “O que nos falta é educação”. Para termos outra realidade, temos que mudar a principal matéria prima do Brasil, o povo. Temos que nos reconhecer como brasileiros, e principalmente temos que nos aceitarmos como realmente somos, ou seja, fruto de um amalgama cultural. Não somos índios, tampouco europeus, muito menos africano, somos brasileiros. E cabe ao brasileiro reconhecer isso.

Herdamos a língua portuguesa dos brancos, junto à organização social, jurídica e administrativa. O conhecimento científico e artístico e a religião judaico-cristã também foram aspectos que foi somado aos nossos princípios culturais, mas não foram somente a matriz branca que deixou legado cultural. Ao mesmo tempo em que estamos tão europeizados, muitos de nós, as vezes não querem notar as nossas facetas indígenas, que em nosso cardápio se manifesta com a mandioca, com o milho, com o guaraná; enfim, e o que dizer desses objetos: a rede de dormir, a esteira, cestos; e como podemos explicar o nosso vocabulário contendo algumas palavras de origem indígena como: abacaxi, amendoim, caju, jacaré, tatu, urubu. Paralelo a todo esse contexto, não se pode negar as nossas heranças provenientes das senzalas. Alimentos como a cocada, o pé-de-moleque, o vatapá, o acarajé, o caruru. Isso sem mencionar algumas palavras que citamos em nosso dia-a-dia: banana, caçula, xingar, fubá, moleque, cachimbo, cachaça.

Aceitar que somos brasileiros é a principal problemática que o presente estudo propõe. E para obter soluções fecundas, precisamos debater sistematicamente sobre os processos educacionais brasileiros, tendo em vista os parâmetros curriculares nacionais (PCNs), levando em consideração o tema: pluralidade cultural, a fim de buscar sobre tal abordagem teórica uma forma de adaptação na vida pratica do professor em sala de aula.

A escola é uma ferramenta de singular importância para problematizarmos a realidade cultural do Brasil, porém é relevante que devemos negar essa falsa idéia de que tudo está bem. Temos que ter consciência que silenciar sobre o fato do preconceito ao negro, ao índio ou ao estrangeiro prejudica mais do que ajuda, ora somente pondo a realidade em xeque que vamos poder nos movimentar para mudar tal realidade.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Como tornar-se um doente mental


Nesta última semana terminei de ler um livro chamado "Como tornar-se um doente mental".
O livro me chamou a atenção por se tratar totalmente do inverso daquilo que buscamos (será?) hoje. O autor, um psiquiatra português, traz ao leitores "dicas" de como se tornar um doente mental.
É engraçado pensarmos em alguém dando dicas sobre isso, justo em um momento onde a saúde é tão discutida (somando as explicações completamente neuróticas do Sr. Dr. Drauzio Varella no Fantástico aos domingos e muitas outras mais).

Mas na verdade será que realmente procuramos a saúde? Seja ela física ou mental?
As vezes a busca pela saúde não é, necessariamente, pela saúde. As informações que muitas vezes são disponibilizadas com características de ajuda, podem, com muita força, se transformar numa procura incessante pela doença. 
Sabemos que algumas pessoas, quanto mais sabem, mais acreditam ser portadoras dessa ou daquela patologia, o que transforma a intenção de ajuda, bem-estar e melhor condição de vida, em uma vida completamente atormentada pelos sintomas.
O diagnóstico agora é fácil, ninguém mais precisa de diploma de medicina ou psicologia pois, "de médico e louco todo mundo tem um pouco" (sim, me referi aos psicólogos como "loucos"), então todos estão aptos a dizer o que você, eu ou ele tem.

No livro, o psiquiatra vai descrever doenças relacionadas ao "psi" mas pela nomenclatura psiquiátrica (digo isso pois muitas patologias descritas, recebem outra referência pela Psicanálise), através do DSM-IV (o livro de diagnóstico médico americano que é conhecido universalmente), o qual, na minha opinião é totalmente complexo e confuso, fazendo com que cada médico possa interpretar os diagnósticos de uma forma diferente do outro.
Os capítulos do livro descrevem as seguintes (psico)patologias:
1º Como torna-se um fóbico
2º Como tornar-se um paranóico
3º Como tornar-se um obsessivo-compulsivo
4º Como tornar-se um histriônico
5º Como tornar-se um maníaco-depressivo
6º Como tornar-se um esquizofrênico
É assim então que ele vai te ensinar a ser aquilo o que você adora dizer que é, tentando convencer todos a sua volta e até o próprio médico. Sendo assim, faça da forma correta, sem desculpas mirabolantes.

A linguagem do autor é objetiva e clara, sendo o livro acessível por qualquer pessoa, seja ela da área da saúde, ou não. Gostei da maneira como ele se coloca, onde assume que muitos psiquiatras diagnosticam pessoas simplesmente para dizer que souberam encontrar a patologia, o que MUITAS vezes não acontece. E que também, muitos não encaminham seus pacientes aos devidos profissionais pois não conseguem aceitar que não capazes de resolver o problema (narcísico deles, obviamente).
No último capítulo então, ele vai dizer àqueles que procuram uma vida saudável, como devemos fazer para alcançá-la, mostrando que muitas vezes esse é o caminho mais fácil e mesmo assim não enxergamos!

Para quem se interessa em saúde, principalmente mental, indico a leitura desse livro, pois além das descrições de aspectos curiosos de cada patologia, acabamos percebendo o quanto nós estamos presos a um ciclo completamente vicioso, que é o ciclo da generalização e do "achismo". 
Muitas informações, infelizmente, são usadas com o seu propósito contrário, e o aumento destas informações está transformando um mundo, que deveria (ou se pretende) ser mais saudável, em um mundo cada vez mais neurótico.

Informações sobre o livro:
"Como tornar-se um doente mental"
Autor: José Luís Pio Abreu
Editora: Academia
Ano de edição: 2008
Páginas: 196

Abç... Patrícia ( Blog | Twitter )

terça-feira, 28 de junho de 2011

Terça-Feira: véspera do Futebol - 5

Olá queridos!

Eu disse que voltava hoje, não disse?! =)
E de volta com mais uma coluna clássica conhecida! =p

É o "Terça-Feira, véspera de Futebol" (todos chora)!
Foram várias terças sem o "Terça", e isso mostra o quanto é difícil manter uma coluna semanal, especialmente se ela depende de criatividade e de bom gosto (cof, cof), como é o caso de TODAS as colunas aqui do Pasárgada.

Pois bem, já disse no "Grandes Humoristas" que muitos foram os motivos para me deixar sem postar as colunas, alguns deles virarão posts, outros...esqueçam!

E, aqui estão dicas para essa terça-feira, na ânsia do futebol de quarta!
=D

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Como disse, pensei em uma nova forma para o Terça, então, dois blogs muito bons para passar seu tempo (em qqer dia, especialmente na terça).

Para começar, um parceiro do Pasárgada, representado aqui pela Maria Fernanda e em breve pelo Netão, o SOM ALTERNA!



O Som Alterna se propõe à cumprir seu nome, ou seja, divulgar o som que não está aí na grande mídia. Muita coisa de lá é conhecida de uma grande galera, afinal, maioria de nós é alterna (WHAT?). O lance é que o blog vai além das apresentações...

Muita coisa pode ser conhecida, mas também muita coisa é apresentada, explicada, contada, contextualizada e (AÍ SIM) disponibilizada para download!

Com um visual agradável e confortável (ou será que só eu me senti confortável?), o blog te dá imagens das capas (algumas outras também) e as músicas.

O Som Alterna é um blog bem cuidado e que, por ser difícil de fazer (ou você acha que é fácil garimpar qqer coisa?), tem um valor muito maior!

As músicas vão entrando por lá, de acordo com o tempo e o trabalho do pessoal do blog, mas já tem muita coisa e muita novidade.

Além disso, eu digo aqui que você, meu caro leitor e você minha cara leitora (é pô, você mesmo!), podem usar os coments, lá do Som Alterna, ou mesmo daqui do Pasárgada, para pedir algum som!
Sabe aquele artista que você viu tocando gaita de fole na programação da madrugada do canal comunitário? Então! Peça!

O pessoal do Som Alterna, que é gente boa demais, vai dar um jeito nisso! Certo? =D

Ah, pra chegar lá é só clicar AQUI ou do lado, aqui nos blogs recomendados. O link do Som Alterna sempre estará por aqui.


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E, fechando esse Terça, um blog que não é parceiro, mas que eu gostaria muito que fosse (quem sabe, né?).
Tô falando do Blog EBooksGrátis!

Com esse nome, não tem nem necessidade de explicar não é?
Não! Tem necessidade sim!

O pessoal do EBooks (acho que é um pessoal) faz exatamente isso que você está pensando (e querendo): disponibiliza livros em formato digital, para que você baixe e use!
A questão é que vão além disso!

Existem dicas de leitura, curiosidades, divulgações, entre outras coisas.
O chamariz (que palavra estranha!) maior é o download dos livros, claro, mas há mais que isso.

Logo de cara, hoje, você pode ver a reprodução de uma campanha publicitária feita para audioBooks, com imagens como essa que segue:

Um exemplo do quanto o blog é útil e legal: para você que como eu já leu vários dos livros "Primeiros Passos", o EBooks tem uma lista de mais de 40 títulos da série para baixar! Clica AQUI e confira.

E se você quer algum específico, basta fazer a busca no topo do blog para ver se tem por lá.

=D

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Entonces, boa terça a noite e uma feliz Quarta-Feira de futebol para vocês!

É uma enorme satisfação.

Idade Interior

Olá meus amigos e amigos do Rei!

Nessa minha vida de "férias" do trabalho, recebo/acho cada coisa! E queria compartilhar o link abaixo com vocês. O site foi desenvolvido pelo Hospital UNIMED, e mostra a idade interior. Isso mesmo! As vezes temos uma idade na certidão de nascimento, todavia aparentamos outra. Isso se dá, algumas vezes por nossos hábitos alimentares e do dia-a-dia.

http://www.idadeinterior.com.br/

Tenho 22 anos, e segundo o site "Estou 2 anos mais nova" interiormente. (UHULL).
Ele me aconselhou a comer mais devagar também...rsrs. O duro é fazer isso quando tenho um chocolate ou um MC Donalds na minha frente... Enfim...

Sugiro a todos que percam 5 minutinhos do seu tempo, e comentem seus resultados.

Abçs.
Talita [Perder-se também é caminho]

Grandes Humoristas - 4

E aí manolos e manolas!

Depois de algum tempo sumido, eu voltei.
Muita correria, viagem, trabalho, um título da libertadores... muita coisa me ocupou e me afastou das postagens.

E mais do que isso, o Zine está num nível altíssimo não é?
Postagens muito boas, sempre umas melhores que as outras. Isso faz com que as postagens corridas fiquem na gaveta.

Pois bem, prometo que ainda hoje volto aqui com o "novo" Terça-Feira, véspera de Futebol. Pensei num novo estilo para a coluna e por um tempo ela vai mudar.

E estou com um texto "na agulha" para uma postagem aleatória extraórdinária.

Mas, para ressuscitar uma coluna minha, aqui está de volta o "Grandes Humoristas".
E, quem melhor para ressuscitar do que George Carlin?

O grande mestre do humor stand up, George Carlin! Odiado por religiosos, critico voraz das coisas "humanas" e principalmente um violento atirador contra a hipocrisia social.
George Carlin tem um humor ácido, duro e de "poucos amigos"... mas é demais!

Para iniciar, um pouco dele falando sobre a morte (e o pós morte), um dos assuntos favoritos dele:


George Carlin faleceu em 2008 e, pelo menos pela sua crença, ele não vai voltar:


Mas, só para não dizer que ele não tinha assuntos mais "leves", está aí um dos meus favoritos, George falando sobre gatos!


Recomendo ver os vídeos de Carlin de quando ele era mais jovem (são mais difíceis de encontrar) e os do "final" da carreira, para arrematar.

E é isso... espero que George Carlin esteja lá em cima, olhando por nós...ops!

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é uma eterna satisfação!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Se o sinhô não ta lembrado...


"Caramba, os amigos do rei não escutam música brasileira, não?"


Clássicos. Sempre os clássicos. Não se tornam clássicos à toa, tem que ter classe.
Sou um preconceituoso linguístico assumido, prezo pelo bom português. Mas o português correto é sempre necessário? Sinceramente, os erros dos Demônios da Garoa são o grande diferencial, é o que faz desse grupo o maior clássico da música popular brasileira, e Adoniran Barbosa um dos maiores compositores desse país, pois tem a linguagem popular.
Eles estão no Guinness Book Brasileiro como o grupo vocal mais antigo ainda em atuação. Desde 1940 até hoje. Já com uma certa fama nas rádios paulistas desde o início, o grande sucesso veio com as composições de Adoniran Barbosa. Homem simples de São Paulo, com seu português nada correto compôs grandes sambas, até hoje muito lembrados e cantados por gerações. Ou alguém aqui não sabe cantar Trem das 11? Um trem que realmente existia, e realmente ia para Jaçanã. Ruim é saber que Adoriran, o compositor, não morava lá. Era apenas uma licença poética. O bairro foi parar na música porque rima com "manhã", e Adoniran achava o nome bonito.
Adoniran era uma pessoa que adaptava a vida para a sua arte. Arnesto, que se chamava Ernesto, nunca furou a roda de samba. "Se não tem mancada, não tem samba", justificou o compositor. Um dia ele encontrou seu amigo Mato Grosso, que, triste, contou que o prédio que morava seria demolido para fazer uma outra construção mais moderna. Assim nasceu a Saudosa Maloca, um palacete assobradado onde moravam Adoniran, Mato Grosso e o Joca. Por mais que revolte a indiferença na época que a política de São Paulo tinha com sua arquitetura, na contra mão das grandes cidades europeias que as mantiveram para a identidade da cidade, a música não pode ser considerada como de protesto, afinal, quando Mato Grosso quis gritar, por cima ele disse "os hómi ta com a razão, nois arranja outro lugar", mas só se conformaram quando Joca falou "Deus da o frio, conforme o corbertô".
Porém, Iracema pode sim ser considerada uma música de protesto. Iracema morreu atropelada por uma máquina, pelo "progréssio", como diria o próprio compositor. Música composta a partir de uma nota de jornal, Adoniran construiu toda uma história de uma mulher (que não era assim, uma Amélia, porque essa sim era mulher de verdade) que morreu as vésperas de seu casamento. Há quem diga que, na verdade, isso foi uma história para parafrasear sua própria vida, de uma mulher que o abandonou, e "morreu" pra ele.
Tiro ao Álvaro e As Mariposa são os símbolos maiores do português "rebelde" do compositor. E em todas as músicas, a marca inconfundível do violão de 7 cordas de Ventura Ramirez no arranjo das músicas dos Demônios da Garoa.



* Trem das Onze conquistou também a Itália.
* Só eu achei que o arranjo da Elis Regina para a Saudosa Maloca acabou com a música?
* Falando em 5ão Paulo...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

George Orwell

Salve amigos do Rei!

Falei de George Orwell em uma sexta-feira dessas e me esqueci de falar que era um pseudônimo. O verdadeiro nome era Eric Arthur Blair. Autor também de Revolução dos Bichos, uma crítica ao autoritarismo que foi instalado por Stalin na União Soviética. Uma metáfora ao que acontecia na Rússia do início do século XX. Ao invés de ficar aqui um tempão falando sobre o livro, veja aqui uma resenha bacana.

Não acho que disponibilizar informações da forma que faço é um atentado ao direito autoral. Todos sabem que os autores não sobrevivem com a grana de direitos autorais. Ganham com palestras, assim como os músicos com shows e o cinema com a bilheteria e propaganda antes da cessão. A Internet não é a vilã e sim a grante promotora dessa festa cultural. Portanto, baixe o livro aqui. Não vamos ficar contando os centavos.

Para quem vai procurá-lo na biblioteca, a capa é essa


Aqui tem uma reportagem sobre o movimento revolucionário ocorrido na Rússia em 1917.
Nosso “camarada” Wallace também escreveu algumas reflexões aqui.

Eu sou o Rodrigo Almeida (não é um pseudônimo). Venho sempre aqui em Pasárgada, mas escrevo recomendando leituras na sexta-feira.

Boa leitura!

Dor

Ed Wert


Dor?
Não deveria combinar com amor
É simples
Amor não deveria trazer dor
Nem mesmo amores sem destino.
Dor fulgurante
intensas e rápidas.
Dor referida
de onde vem pra onde vai?
Dor surda
não é forte nem aguda – dor cansada.
Dor terebrante
sensação de perfuração.
Mas diz, quem nunca foi perfurado?
Então é assim,
Ficamos com dor hoje
E sem amanhã
Até que um dia ela volta
De repente
Que não é tão de repente assim…

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ghost - Do Outro Lado da Vida - 1990

Imagem: Internet Google Imagens
Sinopse:
Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore) formam um casal muito apaixonado que tem suas vidas destruídas, pois ao voltarem de uma apresentação de "Hamlet" são atacados e Sam é morto. No entanto, seu espírito não vai para o outro plano e decide ajudar Molly, pois ela corre o risco de ser morta e quem comanda a trama, e o mesmo que tirou sua vida, é quem Sam considerava seu melhor amigo. Para poder se comunicar com Molly ele utiliza Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), uma médium trambiqueira que consegue ouvi-lo, para desta maneira alertar sua esposa do perigo que corre.
 
Descrição:
Após ser assassinado, um jovem banqueiro busca ajudar sua esposa ainda viva, contando com o auxílio de uma médium charlatã para fazer a comunicação entre eles. Com Patrick Swayze, Demi Moore e Whoopi Goldberg. 
 
Ficha técnica:
título original:Ghost
gênero:Romance
duração:02 hs 06 min
ano de lançamento:1990
site oficial:estúdio:Paramount Pictures
distribuidora:Paramount Pictures
direção: Jerry Zucker
roteiro:Bruce Joel Rubin
produção:Lisa Weinstein
música:Maurice Jarre
fotografia:Adam Greenberg
direção de arte:Mark W. Mansbridge
figurino:Kendall Errair, Eric Harrison, Dawn J. Jackson e Ruth Morley
edição:Walter Murch
efeitos especiais:Industrial Light & Magic / Boss Film Studios
 
Elenco:
Patrick Swayze (Sam Wheat)
Demi Moore (Molly Jensen)
Whoopi Goldberg (Oda Mae Brown)
Armelia McQueen (Irmã de Oda Mae Brown)
Gail Boggs (Irmã de Oda Mae Brown)
Tony Goldwyn (Carl Bruner)
Susan Breslau (Susan)
Vivian Bonnell (Ortisha)
Bruce Jarchow (Lyle Furgeson)
Martina Degnan (Rosie)
Rick Aviles (Willie Lopez)
Angelina Estrada (Rosa Santiago)
Stanley Lawrence (Homem no elevador)
Christopher J. Keene (Homem no elevador)
Vincent Schiavelli
 
Trilha Sonora:
1 - Unchated Melody
Escrita por Alex North e Hy Zaret.
Interpretada por The Righteous Brothers.
2 - I'm Henry VIII, I am
Por Fred Murray & R.P. Weston.
3 - Kyrie Opening
Interpretada por David Hykes & the Harmonic Choir.
4 - No Hiding Place
Interpretada por Dorothy Love Coates e The Original Gospel Harmonettes.
5 - Since I Fell For You
Escrita por Buddy Johnson.
Interpretada por The Righteous Brothers

Principais prêmios e indicações:

Oscar 1991 (EUA)
Venceu nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Whoopi Goldberg) e Melhor Roteiro Original.
Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.

Prêmio Saturno 1991 (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, EUA)

Venceu nas categorias de Melhor Atriz (Demi Moore), Melhor Atriz Coadjuvante (Whoopi Goldberg) e Melhor Filme de Fantasia.
Indicado nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Música, Melhor Ator Coadjuvante (Tony Goldwyn), Melhores Efeitos Especiais e Melhor Roteiro.

Academia Japonesa de Cinema 1991 (Japão)
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

BAFTA 1991 (Reino Unido)
Venceu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Whoopi Goldberg).
Indicado nas categorias de Melhor Maquiagem, Melhor Roteiro Original e Melhores Efeitos Visuais.

Globo de Ouro 1991 (EUA)
Venceu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante em Cinema (Whoopi Goldberg).
Indicado nas categorias de Melhor Filme - Comédia / Musical, Melhor Atuação de um Ator em Cinema - Comédia / Musical (Patrick Swayze) e Melhor Atuação de uma Atriz em Cinema - Comédia / Musical (Demi Moore).

People's Choice Awards 1991 (EUA)
Venceu na categoria de Comédia Favorita em Cinema.

Curiosidades:

Molly Ringwald fez teste para o papel de Molly.
Meg Ryan recusou o papel de Molly.
Nicole Kidman também fez teste para o papel de Molly.
Bruce Willis recusou o papel de Sam porque achou que o filme não teria sucesso.
O papel de Oda Mae não foi escrito tendo Whoopi Goldberg em mente, mas Patrick Swayze, um admirador da atriz, convenceu os produtores de que ela seria perfeita para o papel.
Quando o filme foi exibido em Monterrey, no México, ao entrar no cinema, as mulheres recebiam um envelope em que estava escrito Solo para mujeres, e que continha um pequeno lenço para que elas enxugassem as lágrimas.
A música "Unchained Melody" composta por Alex North já era conhecida antes de Ghost e até ganhou versões por outros artistas incluindo Elvis Presley, porém só depois do filme ela se tornou conhecida mundialmente.
A trilha sonora do filme, composta por Maurice Jarre, é combinada com percussão eletrônica e orquestra além de possuir uma versão totalmente orquestral de "Unchained Melody" adaptada pelo próprio Jarre. Foi indicada ao Oscar de Melhor Trilha Sonora, perdendo para Dança com Lobos (que aliás é um outro ótimo filme, onde comentaremos oportunamente). 
 
Até a próxima quinta, bom feriado e muita pipoca!!!

Reflexões Sobre o Manifesto do Partido Comunista - Marx & Engels.


Escrito pelo economista alemão Karl Marx e pelo filósofo e cientista Friedrich Engels, a obra citada trata da consolidação de ideais comunistas tendo em vista a civilização moderna e a ascensão da classe burguesa, tanto no poder econômico, quanto no político. Foi publicada pela primeira vez no ano de 1848, retratando a luta entre classes, arraigada ao motor da história, manifestando assim a destruição da ordem burguesa e defendendo todo o poder as classes excluídas.

Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”. Eis uma das afirmativas que o autor retrata logo nas primeiras paginas de seu livro, onde é feita uma análise histórica dos modos de produção, criados desde os feudos até a grandes corporações industriais, tendo em vista as suas semelhanças, no que diz respeito ao antagonismo entre as classes opressoras e as classes oprimidas.

A consolidação da modernidade, o fortalecimento das grandes industria e a criação de uma sociedade de consumo, foram os principais fatores que impulsionaram a burguesia desempenha um papel histórico revolucionário na destruição de um modelo de produção arcaico, entretanto não aboliu os antagonismos sociais até então existentes, pelo contrário, com essa ascensão política e econômica o estado burguês desenvolveu ainda mais as condições de opressão e principalmente dividiu cada vez mais os dois vastos campos opostos: a burguesia e o proletariado.

Com essas mudanças sociais, a classe trabalhadora passou a ser conhecida como assalariados. Tudo em nome da necessidade voraz de novos mercados e de excessivo lucro. Com um maior processo de exploração do burguês sobre o operário, ficou demasiadamente notável que no regime burguês quem realmente trabalha não lucra e quem lucra não trabalha.

Tendo em vista essa realidade, o sistema burguês tornou-se estreito para conter tanta desigualdade. Segundo o livro, as armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltaram-se contra a própria burguesia. No entanto, o burguês não só forjou as armas, produziu também os homens que as manejarão, ou seja, o proletariado.

É justamente com essa visão, que os autores consolida a sua crítica econômica e histórica baseada em um discurso antagônico à sociedade burguesa e declama a ruptura com tal status quo através do regime comunista, sendo esse como uma conseqüência histórica que a sociedade estaria caminhando, tendo em vista tantos paradoxos sociais gerados em torno de um modelo de produção, onde os capitais estão nas mãos de uma minoria baseada na propriedade privada e no ganho individual de uma prostituição pública com finalidade de sustentação do casamento entre o trabalho e o capital.

Pois bem, é nessa conjuntura que uma revolução comunista dominaria todo o seu passado em nome de um presente rompido radicalmente com as tradições burguesas, voltadas na exploração do homem pelo próprio homem, tudo em nome do poder do capital.

Enfim, “O poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de outra”, nesse contexto: “PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNÍ-VOS”

Veja o Vídeo Sobre o Manifesto do Partido Comunista.


As pessoas com deficiência e as grades que nos isolam



Créditos da imagem: Renato Bonário


No meu último post falei sobre afeto e introduzi um pouco do que eu penso sobre como as pessoas se afetam, dando como exemplo uma experiência que tive como professor de uma turma no sertão de Pernambuco. E um assunto puxa o outro, não é verdade? Na ocasião, eu estava dando aulas da disciplina Língua Brasileira de Sinais (Libras) para alunos do curso de Letras. Eu trabalho na área de inclusão de pessoas com deficiência, acessibilidade e Libras há alguns anos. Pois bem, para dar continuidade ao meu raciocínio, quero trazer uma reflexão sobre uma parcela da população que às vezes é de alguma maneira invisível para a sociedade: as pessoas com deficiência.

Vou justificar a escolha desta minha foto. Existe um costume no Brasil, talvez também em outros países, de cercar praças públicas com grades como esta. Muitas vezes vemos praças lindas, com um belo projeto urbanístico, mas ao seu redor é colocada uma grade. Qual seria propósito dessa grade? Provavelmente, quem a colocou lembrará do vandalismo nas grandes cidades, e aquela praça precisa ser protegida. Será que isso faz sentido? Qual é a função da praça, afinal? Ela não está ali para que a população possa desfrutar do espaço, do verde, da sombra das árvores? Ao passar pela rua, você apenas CONTEMPLA a beleza da árvore, mas muitas vezes não se sente CONVIDADO a entrar nela. Existe uma grade, e essa grade te faz pensar que a pessoa que a colocou não deseja que você faça uso da praça.

A praça e a árvore servirão metaforicamente para ilustrar minha mensagem de hoje. Você sabia que 17% da população brasileira tem algum tipo de deficiência? São pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva, visual e algumas delas com deficiências múltiplas. Mas será que 17% das pessoas de seu convívio são pessoas com deficiência? Provavelmente a porcentagem é bem menor. E qual seria a explicação para você não conhecer, não conviver com as pessoas com deficiência?

Essa parcela da população convive diariamente com uma série de barreiras. Quando falamos em acessibilidade, a maioria de nós pensa imediatamente no aspecto arquitetônico: rampas, banheiros adaptados, ônibus acessível, portas mais largas. Mas existem várias outras dimensões da acessibilidade. Além das barreiras físicas, existem as barreiras sociais. Além do aspecto arquitetônico, existe o comunicacional, o metodológico, o instrumental e o programático (são divisões descritas por autores da área, qualquer dia poderei falar sobre elas). Mas a maior das barreiras, mãe de todas as outras, é a barreira atitudinal. Por conta da ignorância, do medo, do desconhecimento, da percepção de menos-valia, da piedade, construimos diariamente grades (ou muros) ao redor das praças. Da parte das pessoas com deficiência, a existência de tantas barreiras não só atrapalha (ou impede) o acesso delas a bens e serviços como deixa nas entrelinhas a seguinte mensagem: "isto não foi pensado para você, e você não é convidado".

Outro dia reparei que um escritório de advocacia perto da minha casa foi reformado. Depois da reforma, apareceram dois degraus na frente da entrada. Se eu fosse um cadeirante e visse isso, pensaria: "este advogado não me quer como cliente". Outro exemplo: fui comprar o DVD de um filme brasileiro, e quando me dirigia ao caixa, reparei que o produto não apresentava legendas em Português. Vocês acham mesmo que um surdo se sente convidado a CONSUMIR este produto? Ele não foi feito para os surdos. Cansei de ir em palestras dentro da minha área e perceber que a organização não preparou material em Braile para os participantes cegos, não providenciou áudio-descrição e não colocou intérprete de Libras. Se as barreiras estão presentes em eventos da área, imagine então lá fora.

Voltando ao assunto: quantos dos seus amigos são pessoas com deficiência? Dezessete por cento? Qual é a grade que isola sua praça? O desconhecimento? O receio? O que você pensa das pessoas com deficiência? Eis um assunto que dá pano pra manga. Você comentará sobre isso aqui embaixo. E eu voltarei depois pra falar mais sobre isso.

Beijo nas crianças!



Tabuh Paz - http://twitter.com/tabuh

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Contado por Contardo

Hoje estou aqui, apesar da febre que me domina e a dor de garganta que não me deixa, para indicar a leitura de um querido (a qual sou suspeitíssima em dizer) psicanalista e escritor chamado Contardo Calligaris.
Meu primeiro contato com sua obra, foi por indicação de um professor de Psicanálise com o livro "Cartas a um jovem terapeuta", desde então, me apaixonei.


Contardo Calligaris nasceu em 1948 em Milão, é um psicanalista italiano, radicado no Brasil. Doutor em Psicologia Clínica pela Universida da Provença (França), professor de Antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley  (Estados Unidos) e de Estudos culturais na  New School of New York, e colunista do jornal Folha de S. Paulo desde 1999.
A escrita de Contardo é de fácil entendimento, sempre passando as informações e opiniões de uma maneira que se torna acessível à todos que a leem. Ele sempre disse que uma escrita para ser boa e reconhecida por sua qualidade não precisa ser complexa, o que não permite a leitura das massas.
Sua coluna na Folha de São Paulo é publicada todas as quintas e o escritor aborda todos os assuntos que tocam a atualidade.
Contardo vive no Rio e constantemente participa de programas televisivos, onde também trasmite seus conhecimentos (confira aqui o dia em que participou do programa Roda Viva, em 08/11/2010).

O psicanalista continua com uma vida dividida entre Itália, Brasil e Estados Unidos. Isso para nós é um bônus, pois Contardo faz uma interligação com as culturas, ou simplesmente a discussão de suas características peculiares, trazendo essa miscigenação que também o completa.
Calligaris é prático, direto e conhecedor. É totalmente contemporâneo e não se prende nessa ou naquela teoria. Sinto que ele faz a sua, e é por isso que gosto tanto dele e do modo como se expressa.

Conheça os livros de Contardo:
  • Hipotese sobre o fantasma (Atmed, 1986)
  • Introdução a uma Clinica Diferencial das Psicoses (Artmed, 1989)
  • Cronicas do Individualismo Cotidiano (Ática, 1996)
  • Hello Brasil (Escuta, 2000 [6ª ed.])
  • A Adolescência (coleção: "Folha Explica", Publifolha, 2001)
  • Terra de Ninguém (Publifolha)
  • IIha Deserta (Publifolha, 2003)
  • Cartas a um jovem terapeuta (Alegro, 2004)
  • Conto do Amor (Companhia das Letras, 2008)
  • Quinta Coluna (Publifolha, coletânea de textos publicados no jornal Folha de São Paulo, no caderno Ilustrada)
  • Nolzinha
  • A Mulher de Vermelho e Branco (Companhia das Letras, 2011)
Vocês também podem conferir o seu twitter, onde ele frequentemente publica fragmentos de suas colunas na Folha e compartilha links de Blogs que reproduzem essas publicações, para quem não tem acesso ao jornal. Ou entrar em contato pelo seu e-mail público, onde ele responde rapidamente e gentilmente (digo isso com plena certeza, pois já fui respondida por ele!).

Fica a dica!
E mais uma curiosidade: o modo de concluir minhas publicações eu, assumidamente, copiei da maneira em que ele termina seus capítulos em "Cartas a um Jovem Terapeuta". Sou, defivinitamente, mega fã dele.
Abç... Patrícia ( Blog | Twitter )

I am Sam (Uma lição de amor)


Se você curte os Beatles, sugiro que adicione “I am Sam” a lista dos filmes que precisará ver. E se não gosta (algo pouco provável), pode adicionar também.


Além de fazer constantes referencias às canções do quarteto mais famoso da história da música (podem discordar), o filme de Jessie Nelson encanta e desmonta até o mais frio ser humano. Sam Dawson cuida de sua filha Lucy de sete anos. Os dois vivem uma linda relação de amor entre pai e filha. Mas já nessa idade, a pequena começa a ultrapassar seu pai intelectualmente. Com a ajuda de amigos e toda dedicação, essa convivência fraterna se fortalece de maneira peculiar e instigante. Porém, para uma assistente social esse processo precisa ser interrompido. A partir disso, toda historia começa a tomar rumos fortes, inesperados e apaixonantes. Mesmo com todas as dificuldades, Sam sabe que Lucy não pode sair de sua vida e Lucy sabe que Sam faz parte da sua.

Dakota Fanning não poderia estrear melhor sua vida de longas metragens (alguém me corrija se esse não for o plural), Sean Penn não poderia estar mais real em um filme e Michelle Pfeiffer não poderia se encaixar tão bem no papel de advogada e amiga em uma produção.

Engraçado, sensível, forte e lindo. I am Sam poderia ser uma música dos Beatles, uma melodia envolvente, mas aqui temos um filme, que vale a pena ser visto e, principalmente, sentido.


Como de costume, o trailer.


Boa dica pra quem vai passar o São João em casa ;)

Apesar de AMAR filmes, nunca baixei um pela internet, quem puder ajudar com um link pra baixar esse e outros, pode comentar!


Méle Dornelas

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu e eu mesmo

No dia 20/06/1987 nascia uma pessoa. Pessoa essa que eu costumo a chamar de "Eu".
É, hoje é meu aniversário. E graças a tal data, resolvi liberar meu egocentrismo e falar de, adivinhem só, Eu mesmo! As minhas músicas favoritas e que fizeram a trilha sonora da minha vida.



Seja no futebol ou na música, Clássico é clássico e vice-versa. Não existe nada melhor que um clássico. Uma música que atravessa gerações não pode ser ruim. Seja clássico do rock, folk, pop, sertanejo e até funk. Mas, especialmente no caso do rock, entre as décadas de 40 e 80, provavelmente por causa de alguma divindade que resolveu passar por essa Terra, a coisa é ainda mais forte.
Todos conhecem Pink Floyd, mas não sua obra e sua verdadeira grandiosidade. Fundado por Syd Barrett (1946-2006), um jovem gênio da música que enlouqueceu aos 21 anos, provavelmente pelo excesso de LSD (reza a lenda que ele colocava um já na xícara de café, de manhã). Depois que, ao vivo num programa de TV americano, ele simplesmente não se mexeu diante das câmeras, ele foi ensaiar com a banda e descobriu que ele não estava mais nela. Não saiu do jeito mais honroso possível, mas não poderia receber homenagem melhor da banda, Shine On You Crazy Diamond (Crazy Diamond era seu apelido) é a homenagem mais linda que ele podia receber.
Nem todos que ouvem Another Brick in the Wall conhecem todo o disco, The Wall, que se torna uma obra totalmente diferente e maravilhosa quando ouvido inteiro, os dois discos, numa pegada só. Quem tiver a chance, deveria assistir o show do Roger Waters, ex-baixista e lider da banda, em Berlim, ano 1990. Participações especiais como Scorpions, Cyndi Lauper, Sinéad O'Connor e muitos outros.
Assim como aquele que eu considero como o maior disco de todos os tempos, Dark Side Of The Moon. Algumas fontes colocam ele como o disco mais vendido de todos os tempos. Nunca um disco liderou por tanto tempo a Billboard top 200. Não tem como eu citar uma música apenas do disco, ele deve ser ouvido inteiro, com o maior carinho do mundo. O disco merece.
Tem banda que já nasce uma super banda. Esse era o caso do Led Zeppelin. Pra se ter uma base, o menos lembrado deles, John Paul Jones, era o produtor da banda, e especialista em 15 instrumentos. Eu não sei se sei o nome de 15 instrumentos. Led Zeppelin foi muito além de Stairway to Heaven (o maior plágio da história). Nenhuma banda influenciou tanto o Rock and Roll quanto essa. Com rocks de riffs marcantes como Rock and Roll, Black Dog, Whole Lotta Love e Immigrant Song, músicas mais calmas como D'yer Mak'er, outras mais instrumentais como No Quarter e Dazed and Confused (a clássica que Page toca guitarra com o arco de violino), até músicas românticas como Thank You. Essa banda é demais.
E os Beatles? Não existe um ser humano no lado ocidental do mundo que nunca tenha ouvido. Apesar de mais pop, a banda consegue ser genial na montagem de seus discos. Abbey Road foi um fim digno para a banda. Sgt Peppers and the Lonely Heart Club Band, um marco na história dos Beatles, quando eles deixaram de ser a banda genial de um rock que já existia pra ser a banda genial de um rock que eles mesmos inventaram. Assim como em Magical Mistery Tour, disco que faz jus ao nome, é mágico (principalmente na versão americana do disco)!
Das músicas mais lindas que já ouvi, Free Bird, do Lynyrd Skynyrd, ta no Top 3 fácil, acompanhando Drift Away, na versão dos Rolling Stones (e não Rolling Stones e Beatles, como dizem internet a fora. Eles não tocaram essa música juntos, na época da gravação, os Beatles já tinham se separado). Das românticas, I can't stop loving you, do Van Halen é sempre a primeira que me vem a cabeça. Good Vibrations, dos Beach Boys, tem vibrações únicas, tente escutá-la com um fone de ouvido e perceberá.
Enfim, poderia escrever dias sobre os grandes clássicos. Mas como diriam os fabulosos e criativos publicitários de super mercados, o aniversário é meu e quem ganha é vocês! Não, não vou fazer nenhuma promoção, mas esses clássicos são eu presente vocês. Se não gostaram, devolvam que eu aceito.



* Se Dark Side Of The Moon é o maior disco de todos os tempos, A Night At The Opera, do Queen, é o segundo.
* Freddie Mercury é o maior vocalista de todos os tempos.
* Jim Morrison é o maior Rock Star de todos os tempos.
* Pulse, do Pink Floyd, é o maior show de todos os tempos.
* Beethoven é Heavy Metal.
* Não posso deixar de citar Angra, que foi a banda que me levou pro mundo Rock e Metal.
* Sabbath Bloody Sabbath, do Black Sabbath e God of the Thunder, do Kiss, foram os primeiros clássicos que ouvi incansavelmente. Formaram quem sou hoje.

sábado, 18 de junho de 2011

A leitura de quarta, e de todos os outros dias!

Boa noite, amigos do Rei!
A partir da próxima semana estarei escrevendo por aqui nas quartas, dividindo o espaço com o Tabuh (@tabuh). Como eu estava um pouco solta no calendário, resolvi estabeler esse dia, até para que possa me programar melhor.
Bom, quando fui convidada para escrever no blog, a "saúde" foi um dos temas sugeridos. Mas como todos vocês já devem ter percebido, já escrevi sobre vários assuntos. Na verdade gosto de escrever aquilo que é emergente, ou uma situação que acabei de passar, o que torna minha postagem mais "real" para mim.
Um dos temas que também gosto de escrever é sobre livros (como já fiz na postagem Sem Vestígios), assim como o colega Rodrigo. Em algum momento, trarei aqui indicações ou comentários de livros para vocês, tanto livros que abordam a Psicologia quanto outras áreas.



E como gosto de escrever sobre as coisas que mais me tocam durante a semana, e como também toquei no assunto dos livros, vou descrever aqui a satisfação que é adquirir um livro.
Imagino que todos aqui são amantes não só da escrita, como também da leitura. Não há nada mais enriquecedor do que uma boa leitura. Através dela adquirimos conhecimento, sabedoria, instigamos nossa imaginação, e melhoramos também nossa escrita e nos tornamos (muitas vezes) mais eloquentes.
Entrar numa livraria (que foi o que me aconteceu nessa semana, por isso a postagem), para mim, é como brilhar nos olhos todo o reflexo das belíssimas capas que estão nas prateleiras. Sempre tenho a ansiedade de não saber qual escolher, ou querer todos ao mesmo tempo.
Talvez um pouco diferente de algumas pessoas, que se satisfazem com os livros da biblioteca (a qual é indispensável) eu gosto de tê-los para mim, e deixá-los todos ao meu alcance, para que a informação seja sempre alcançada ou relembrada num simples folhear de páginas.
Gosto de sentir o cheiro, de sentir a espessura e admirar as ilustrações.

Muitos colegas aqui já nos deram boas dicas de livros ou de como ter acesso à eles, como nosso amigo Fábio na postagem Terça-Feira: véspera do Futebol - 3 onde nos indicou o site da Estante Virtual, um site onde podemos encontrar acervos de sebos pelo Brasil.
Hoje em dia temos acesso à leitura por muitos meios, mas quis compartilhar com vocês aqui hoje a paixão por livros, que muitas vezes alguns dividem comigo.
Então, além do tema "saúde" o qual me sinto muito bem em escrever, pois é uma das áreas que muito me interessa, também estarei trazendo estas dicas.

O título se refere "a leitura de quarta" pois será este dia que estarei com vocês daqui pra frente, e também "a leitura de todos os dias" pois me referi a leitura das postagens de todos os outros colegas que aqui escrevem durante a semana. Ou também à todas as outras leituras que nos estão disponíveis todos os dias.
Penso que, só através do conhecimento é que poderemos sair de uma condição passiva que infelizmente nos é imposta, e os livros são meios fundamentais para chegarmos até ele.

Abç... Patrícia. (Blog | Twitter )

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Cultura Negra e o Sincretismo Religioso

Por Ronaldo Almeida.


No início da década de 80, do séc. XX, começou um movimento de resgate da consciência negra. Uma valorização da cultura negra, suas tradições, sua religião. Nesse contexto, foi levantada a questão do sincretismo afro-católico, onde, muitos adeptos do candomblé mais ortodoxos, levantaram bandeiras contra a utilização de imagens de santos católicos dentro dos terreiros e sua associação com os Orixás africanos.

Nos terreiros de Umbanda essa visão de resgate da consciência negra não foi tão forte, mas muitos terreiros e adeptos compraram a ideia de abolir as imagens dos santos católicos dos altares umbandistas e substituí-las pelos elementos característicos de cada Orixá como uma forma de tornar mais "verdadeira" o culto a esses Orixás dentro da Umbanda.

O que notamos nesse processo é que tanto os candomblecistas quanto os umbandistas, só conseguiram enxergar o sincretismo existente em suas religiões na forma de utilização das imagens, porém, não visualizaram as outras formas de sincretismo existentes dentro de seu culto. "Talvez seja mais fácil mudar de roupa do que saber o que vestir".

Com relação ao candomblé, existem outras formas de sincretismo além das imagens, como é o caso do culto de um panteão de divindades que, em sua maioria, tem culto reservado na África, como é o caso do Orisá Sango e do Orisá Ogun. Só que com a vinda dos negros de várias localidades diferentes da África para o Brasil, devido ao tráfico negreiro, vários cultos e divindades africanas acabaram se aglutinando naquilo que conhecemos hoje como candomblé, mas que, em sua origem africana, eram várias formas abrangendo mais de 2.000 Orisás.

O culto do candomblé foi formado por um processo sincrético, embora de origem africana, e, realmente, não caberia ser agregado uma outra forma sincrética, incorporada num processo ou numa tentativa de aculturação do negro pelos padres católicos; de associar as divindades africanas aos santos católicos. É um ponto de vista coerente, pois os Candomblés não absorveram, na adoção das imagens dos santos, os fundamentos cristãos em seu culto ou doutrina. O que não pode ser dito em relação à Umbanda, pois ela, além de adotar a utilização do vínculo das imagens dos santos como representações dos Orixás, também incorporou a mensagem cristã dentro de suas várias formas doutrinárias. Sendo assim, é mais fácil para os Candomblés se desfazerem das imagens dos santos católicos, do que os terreiros de Umbanda, pois se os terreiros de Umbanda retirarem as imagens dos santos, também terão de retirar toda uma mensagem religiosa baseada nas palavras de Cristo.

A retirada de imagens dos terreiros de Umbanda não acaba com o sincretismo afro-católico como muitos assim se referem, mas estaria de bom tom ser chamado apenas sincretismo religioso, pois podem tirar as imagens e colocar, por exemplo, os elementos representativos de cada Orixá, mesmo assim, não acaba com o sincretismo religioso existente dentro da Umbanda. Talvez fique mais difícil a percepção desse sincretismo, mas ela será evidente quando diante de um conga (altar Umbandista), onde antes haviam imagens de santos católicos e que agora são vistos elementos como pedra, ferro, flores...

A Umbanda é uma religião sincrética. Alias, todas as religiões são sincréticas; umas mais, outras menos, mas todas são. Talvez o que a sociedade tenha que entender é que esse sincretismo não faz mau, e é sim, uma característica da Religião de Umbanda, que faz com que ela seja tão dinâmica, tão aberta, tão diversa em suas práticas. É ver o sincretismo como uma qualidade, um diferencial, que fez com que a Umbanda sobreviva como religião e abrisse suas portas a linhas espirituais que antes não existiam, mas que devido ao sincretismo e a diversidade que ela proporciona passaram a ser trabalhadas dentro da Umbanda, como: marinheiros, cangaceiros, baianos, orientais, e ciganos.

Ronaldo Almeida é religioso do Candomblé.

Necessidade quase que fisiológica

Olá amigos do Rei!

Alguém sentiu falta da coluna sobre livros na última sexta-feira? Já ouviram aquele ditado: “se não tem nada para dizer, melhor ficar calado”? Foi o que me ocorreu.

Li muitas críticas sobre minha coluna e a única que resolvi responder foi essa: “...perder o maior tempo escrevendo para ninguém...”
Sinceramente não escrevo pensando em vocês, caros leitores amigos do Rei. Escrevo como desabafo, não consigo ficar calado diante dos absurdos que acontecem aqui nesta terra tupiniquim. O que importa, na minha humilde opinião, é o conteúdo e não quantas pessoas leram. E se esse texto não chegar até você, é porque não é para você ser o leitor.

Escrevo por necessidade, quase que fisiológica.Como um cocô que nos aflige quando manda o sinal de que já está chegando, é como me sinto quando não escrevo. Minha sensação depois que o texto está pronto é como a sensação que temos quando o tal do cocô é libertado e pula em seu mergulho de ponta rumo as águas profundas da privada.

E por falar em merda, o assunto de hoje é o escritor brasileiro mais lido do mundo! O mago Paulo Coelho.

Li e por isso posso falar mal. O alquimista peguei para ler porque era muito fã do Raul Seixas e as musicas feitas em parceria entre os dois eram muito boas. Depois li Verônika decide morrer só para ter argumento para criticá-lo.
O cara que faz apologia a ignorância em seus livros, sempre reforçando que instrução intelectual não é algo tão necessário, não sei como, se tornou membro da ABL (Academia Brasileira de Letras).
Em O alquimista, o narrador se desfaz de um livro por considerá-lo “um peso inútil”!
Em Veronika decide morrer, o médico afirma que a personagem tem uma necrose no "ventríloquo” e não no ventrículo. Pior do que deixar passar os erros é declarar: “Deus pode estar escondido naquele cê-cedilha mal colocado”.

Paulo Coelho faz questão de passar uma visão otimista e ingênua do mundo e isso me irrita profundamente. Seus livros são, 60% encheção de linguiça, nos outros 40% ele se perde na inconsistência. Em O alquimista, a constituição de uma personagem é claramente inspirada na Bíblia, misturando elementos de Gênesis e Levítico que, segundo a narrativa bíblica, nada têm em comum.

Sou o @bibliotecarioSP. Um dos amigos do Rei! Escrevo sobre livros e de vez em quando sobre merdas na sexta-feira.

Tutorial - Banner

Olá amigos do Rei!


Enfim sexta feira, não? Como ainda não tem nenhum post novo por aqui, tomei a liberdade de fazê-lo. [Espero que seja o meu, só o primeiro dos vários posts de hoje! Aí sim]


Como mencionado pelo @paivafabio em 13/6/11, o @wallacebarbosa adicionou um banner do #Zinepasárgada muito bacana no ELOGIANDO UTOPIAS. E vou ensiná-los como fazer. Simples, rápido e fará com que todos nós blogueiros divulguemos (mais) o #Zine.


1) Vá até o painel de seu blog e clique em "Design".
2) Em seguida, clique em "Adicionar um Gadget" - Adicione no local que você deseja que o link apareça.


3) Clique na coluna: "noções básicas", e em seguida adicione o Gadget "Imagem".
4) Na tela que aparecer, coloque o link: http://zinepasargada.blogspot.com e a imagem abaixo:
5) Clique em "salvar".




é isso. :)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A ESPERA DE UM MILAGRE - 1999

The Green Mile (br / pt: À espera de um milagre) é um filme estadunidense de 1999, do gênero drama, dirigido e roteirizado por Frank Darabont e baseado no livro homônimo de Stephen King, lançado em 1996.

Sinopse:
Ambientado em 1935, no corredor da morte de uma prisão da Louisiana, conta a história da relação entre Paul Edgecomb, o chefe de guarda da prisão, e um de seus prisioneiros, John Coffey.

Coffey é um homem negro de grandes proporções, condenado à morte pelo assassinato de duas garotas brancas. Aos poucos, desenvolve-se entre Edgecombe e Coffey uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso. O guarda se debate em um conflito moral entre o cumprimento do dever e a consciência de que o homem que ele deverá matar pode não ser o culpado de um crime tão brutal.

A história é contada em flashback por Edgecombe, durante sua velhice em um asilo. Além da relação com Coffey, Edgecomb relata as histórias de outros guardas e condenados.

Elenco:
Tom Hanks .... Paul Edgecomb
Michael Clarke Duncan .... John Coffey
David Morse .... Brutus "Brutal" Howell
Bonnie Hunt .... Jan Edgecomb
James Cromwell .... Warden Hal Moores
Michael Jeter .... Eduard Delacroix
Graham Greene .... Arlen Bitterbuck
Doug Hutchison .... Percy Wetmore
Sam Rockwell .... 'Wild Bill' Wharton
Patricia Clarkson .... Melinda Moores

Principais prêmios e indicações:

Oscar 2000 (EUA)
Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Michael Clarke Duncan), Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado.

Globo de Ouro 2000 (EUA)
Indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael CLarke Duncan).

Prêmio Saturno 2000 (EUA)
Venceu nas categorias de Melhor Filme de Ação / Aventura / Suspense, Melhor Ator Coadjuvante (Michael Clarke Duncan) e Melhor Atriz Coadjuvante (Patricia Clarkson).

Indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Música.

Academia Japonesa de Cinema 2001 (Japão)
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Prêmio PFS 2000 (Political Film Society, EUA)
Venceu na categoria Direitos Humanos.

Curiosidades:
  • Apesar de durar três horas, teve uma arrecadação de mais de 130 milhões de dólares, apenas nos EUA.

  • Trinta ratinhos se revezaram em cena para interpretar o ratinho Mr. Jingles.
 NOTA DO BAÚ: Esse é aquele tipo de filme que você não pode deixar de assistir pelo menos umas duas vezes na vida. As vezes você pode se perguntar o porque nós do Baú, sempre apresentamos com otimismo e empolgação os filmes que aqui indicamos. A resposta é simples, estamos indicando os filmes que em nossa opinião são merecedores de sua atenção e feitos para sua diversão. Quem sabe, e porque não, também para nossa reflexão. Não poderíamos e nem iremos esquecer de destacar a excelente qualidade de interpretação dos atores, é um filme de 188 minutos, mas você nem vai sentir o tempo passar.
Se ficou interessado, pode ir a sua locadora de confiança mais próxima e locar o filme. Boa diversão e não esqueçam a PIPOCA.

Eu apareço às quintas por aqui. =)